Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10296
Tipo do documento: Tese
Título: O currículo como um projeto de infância: afinal o que as crianças têm a dizer?
Título(s) alternativo(s): The curriculum as a childhood project: What do children have to say after all?
Autor: Camões, Maria Clara de Lima Santiago 
Primeiro orientador: Frangella, Rita de Cassia Prazeres
Primeiro membro da banca: Pereira, Maria de Fátima
Segundo membro da banca: Lopes, Alice Casimiro
Terceiro membro da banca: Dias, Rosanne Evangelista
Quarto membro da banca: Motta, Flavia Miller Naethe
Resumo: O objetivo desta tese é pensar a infância como alteridade, como experiência, com e na diferença, problematizando a participação das crianças na produção curricular. Deste modo, ouvir as experiências das crianças, como meio de significar a educação da infância, possibilita a produção de significados que não se estabelecem a priori. Nesse sentido, a perspectiva é não falar pelas crianças, e sim concebê-las como legítimos outros, com voz própria, em constante negociação, além de contemplar a Educação Infantil como espaço de luta e garantia de discussão política. O que dizer das experiências de ser criança na Educação Infantil? Evidencio assim, a institucionalização de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na qual a Educação Infantil está estruturada a partir da definição de campos de experiência, apresentando-os como arranjo curricular para a indicação de saberes e conhecimentos fundamentais a serem propiciados às crianças. Problematizo a promoção de currículos centralizados em nível nacional, argüindo o conceito de experiência que nele se apresenta e interrogando: para que direção estamos indo- reconhecimento do protagonismo das crianças e adultos para pensar o currículo ou uma produção pré-fixada para uma infância pré-definida? Este estudo, ao aproximar-se da experiência derridiana da desconstrução, evidencia uma perspectiva alteritária, a experiência radical como alteridade, uma experiência do outro, a impossibilidade de apreensão total do outro, a experiência como acontecimento. Nesse sentido, a relação alteritária é assumida como fio que atravessa a principal questão aqui proposta, qual seja a possibilidade de evidenciar a infância com/na/pela diferença, problematizando uma educação que concebe a infância como experiência. Encontra na ideia de hospitalidade de Derrida uma possibilidade de pensar sobre a língua da infância, muitas vezes, inaudível ou destituída de significação. A discussão sobre a criança como estrangeira, indica uma possibilidade de retomar a pergunta feita por Spivak ( Pode o subalterno falar? ) indagando: Como temos criado espaço para ouvir as crianças, em sua língua na Educação Infantil? Os estudos pós-coloniais contribuem para esta análise sobre as diversas formas de colonialismo que vem sendo implantadas, dentre elas o adultocentrismo. Nesta empreitada, a construção de experiências descolonizadoras marca a perspectiva da valorização da diferença e do hibridismo cultural como um caminho profícuo de resistência à colonização. Na tese, o entendimento de políticas de currículo como produção político-discursiva reforça o argumento de que a partir das negociações e disputas é que os sentidos e interesses se hibridizam na formulação curricular, evidenciando sua condição de processo político inacabado. No diálogo com Hommi Bhabha, alinho-me à perspectiva defendida pelo autor em que centraliza seus estudos no campo da cultura. Já a interlocução com Lopes e Macedo, e permite interpelar o currículo como artefato cultural. Apoiada nos estudos pós-estruturais organizo, então, uma posição teórica de currículo, defendendo a política de currículo como cultura. Sendo assim, projeta-se o currículo como espaço de negociações contínuas e como luta por significação. O currículo é assumido como enunciação cultural, como prática discursiva em espaços de negociação e articulação de múltiplos sentidos. Ao conceber a infância como experiência, evidencia-se um processo contínuo de significação que não se erige sobre bases pré-fixadas, se constrói junto, uma produção discursiva, discursivamente produzida na luta política
Abstract: The aim of this thesis is to think of childhood as alterity, as experience, with and in the difference, problematizing the participation of children in the curricular production. Thus, hearing the experiences of children, as a means of signifying the education of childhood, enables the production of meanings that do not establish a priori. In this sense, the perspective is not to speak for the children, but to conceive them as legitimate others, with their own voices, in constant negotiation, in addition to contemplating early childhood education as a space for fighting and guaranteeing political discussion. What about the experiences of being a child in early childhood education? Thus, the institutionalization of a Common National Curricular Base (BNCC) in which Child Education is structured from the definition of fields of experience, presenting them as a curricular arrangement for the indication of knowledge and knowledge Essential to be provided to children. I problematize the promotion of centralized curricular at the national level, protesting the concept of experience presented in it and questioning: for which direction we are going-recognition of the protagonism of children and adults to think the curriculum or a Pre-fixed production for a pre-defined childhood?This study, when approaching the Derridian experience of deconstruction, evidences an Alteritarian perspective, the radical experience as alterity, an experience of the other, the impossibility of total apprehension of the other, the experience as an event. In this sense, the Alteritarian relationship is assumed as a thread that crosses the main question proposed here, what is the possibility of looking at childhood with/in/by the difference, problematizing an education that conceives childhood as experience. I find the idea of Derrida's hospitality a possibility of thinking about the "language" of childhood, often inaudible or devoid of meaning. The discussion about the child as a foreigner indicates a possibility of resuming the question made by Spivak ("Can the underling speak?") asking: How have we created space to listen to children in "your language" in early childhood education? Post-colonial studies contribute to this analysis of the various forms of colonialism that have been implanted, including adultocentrism. In this endeavor, the construction of decolonizing experiences marks the prospect of valuing difference and cultural hybridism as a fruitful path of resistance to colonization. In the thesis, the understanding of curriculum policies as a political-discursive production reinforces the argument that from negotiations and disputes is that the senses and interests are hybridized in the curricular formulation, evidencing its process condition Unfinished politician. In the dialogue with Hommi Bhabha, I am in the perspective defended by the author in which he centralizes his studies in the field of culture. The interlocution with Lopes and Macedo, allows me to challenged the curriculum as a cultural artifact. Supported by the post-structural studies, I then organize a theoretical position of curriculum, defending the policy of curriculum as a culture. Thus, the curriculum is projected as a space for continuous negotiations and as a struggle for signification. The curriculum is assumed as a cultural enunciation, as a discursive practice
Palavras-chave: Curriculum
Childhood
Curriculum Policy
Discourse
Alterity
Common National Curricular Base (BNCC)
Política Curricular
Discurso
Alteridade
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Educação
Currículo
Infância
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO::EDUCACAO PRE-ESCOLAR
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Citação: CAMÕES, Maria Clara de Lima Santiago. O currículo como um projeto de infância: afinal o que as crianças têm a dizer?. 2019. 188 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10296
Data de defesa: 28-Fev-2019
Aparece nas coleções:Doutorado em Educação

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Tese_Maria Clara de Lima Santiago Camoes.pdf3,54 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.