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Tipo do documento: Tese
Título: Gerando eus, tecendo redes e trançando nós: ditos e não ditos das professoras e estudantes negras nos cotidianos do curso de pedagogia
Título(s) alternativo(s): Generating selves, weaving webs and braiding us: spoken and unspoken of black female teachers and students in everyday of pedagogy course
Autor: Melo, Margareth Maria de 
Primeiro orientador: Alves, Nilda Guimarães
Primeiro membro da banca: Passos, Mailsa Carla Pinto
Segundo membro da banca: Müller, Tânia Mara Pedroso
Terceiro membro da banca: Macedo, Roberto Sidnei Alves
Quarto membro da banca: Oliveira, Iolanda de
Resumo: O presente trabalho objetiva compreender como a temática afrobrasileira era abordada nos cotidianos do Curso de Pedagogia, campus I, da Universidade Estadual da Paraíba. A questão norteadora da pesquisa foi descobrir como professoras e estudantes negras se sentem e enfocam essa temática nas suas redes de conhecimentos, práticas e relações. Para tanto, foi preciso adentrar na história do povo negro no Brasil a partir da luta dos movimentos sociais negros buscando entender as noções de raça, racismo, identidade e os limites da educação do/a negro/a ao longo da história brasileira. Neste percurso se dialoga com diversos estudiosos/as como: Santos (2002), Viana (2007), Oliveira (2003, 2006, 2007, 2008), Fernandes (2007), Domingues (2009), Munanga (2002, 2006, 2009), Veiga (2007, 2008)), Pereira (2008, 2009), Gomes (2003, 2006, 2008), Morin (2000), Hall (2003), Moreira e Câmara (2008), dentre outros. Exemplificando a luta e a resistência de mulheres negras são apresentadas as histórias de vida de quatro professoras e quatro estudantes negras, praticantes (CERTEAU, 2007), sujeitos da pesquisa, que expõem o processo de tessitura de suas identidades. Suas narrativas evidenciam indícios de racismo e discriminação que marcaram suas trajetórias, desde o seio familiar, fortalecendo-se na escola, na academia e, para algumas, chegando até o ambiente de trabalho. Uma das professoras é a pesquisadora que, à medida que narra a história de vida das praticantes, tece sua própria história, como mulheres costurando uma colcha de retalhos em que cada estampa retrata os momentos vividos. A metodologia de pesquisa nos/dos/com os cotidianos (ALVES, 2008) foi o caminho percorrido. Além da observação dos cotidianos, foram realizadas conversas (LARROSA, 2003) sobre as histórias de vida (BOSI, 2003; PORTELLI, 1997) e tecidas as narrativas a partir dessas vivências. Estas revelaram que tais mulheres, ao longo de suas histórias, viveram/vivem processos de afirmaçãonegação, visto que suas identidades não são fixas, mas negociações e renegociações (MUNANGA, 2010) que geram alegrias e conflitos. O entendimento do que é Ser Negra é experimentado por cada uma, sem um modelo padrão para suas existências. Elas foram se gerando nas relações com o/a outro/a, em cada contexto familiar, escolar, acadêmico e profissional. São senhoras de suas vidas e mesmo as mais jovens buscam fazer suas histórias com autonomia. São praticantes porque lutaram/lutam para conquistar um lugar na vida, utilizando astúcias e táticas para fabricar (CERTEAU, 2007) meios de enfrentamento das adversidades. As táticas do silêncio, do estudo e do trabalho revelaram que essas mulheres não ficaram invisíveis nem se colocaram como vítimas no espaço social. Assim, urge delinear a superação da visão da pessoa negra a partir dos traços físicos e reconhecer as raízes do povo brasileiro para compreender a história da negritude. A partir da ancestralidade, serão identificadas as origens do povo negro, que poderão trazer o passado de resistência e luta por liberdade, dignidade, cidadania que produzem o orgulho de ser negra. Orgulho que recupera a autoestima e a capacidade de organização e mobilização para combater o racismo e as desigualdades raciais. Os cursos de formação docente precisam abordar essa temática para capacitar os/as futuros/as professores/as nessa tarefa. Essa abordagem envolve o ensinaraprender, em que professores/as e estudantes assumem compromisso com uma educação crítica e inclusiva. A reflexão entre os/as docentes formadores/as nessa perspectiva plural e intercultural poderia ajudar na superação do eurocentrismo ainda presente nos conteúdos e nas mentalidades. Sob essa ótica, tecer um processo de formação docente no Curso de Pedagogia, comprometido com uma educação inclusiva, considera um contínuo fazerdesfazer, na tessitura de um diálogo permanente entre a práticateoriaprática, num movimento de pesquisaintervenção. Isso implica a reflexão da trajetória pessoal e coletiva e a articulação da ação pedagógica com um projeto político de transformação da sociedade excludente em sociedade plural e solidária. Os não ditos necessitam de aprofundamento em trabalhos posteriores, pois os silenciamentos se referem ao passado próximo e as relações interraciais na família, na academia e também nos ambientes de trabalho. Será que não existe mais racismo? Ou este foi naturalizado dificultando sua identificação nos cotidianos? Os limites do processo de introjeção do racismo, que provocam a invisibilidade de algumas praticantes, são novos desafios para estudos futuros. Assim, percebo que colcha de retalhos tecida ao longo desta trajetória não é justaposição como usualmente é entendida. Para além disto, significa a socialização das experiências vividas nos cotidianos das praticantes, a fim de inspirar atitudes de combate ao racismo que se ampliem para o contexto social.
Abstract: This work aims to comprehend how afro-Brazilian theme was addressed in everyday on the pedagogy course, campus I, of the state University of Paraíba. The guiding question of this research was to discover how female teachers and black students feel themselves and focus this theme in their knowledge networks, practices and relationships. For that, it was necessary to get into the black people history in Brazil from the struggle of the social black movements searching to understand the nations of race, racism, identity and the limits of education of the black along the Brazilian history. This route it dialogues with several scholars such as: Santos (2002), Viana (2007), Oliveira (2003, 2006, 2007, 2008), Fernandes (2007), Domingues (2009), Munanga (2002, 2006, 2009), Veiga (2007, 2008), Pereira (2008, 2009), Gomes (2003, 2006, 2008), Morin (2000), Hall (2003), Moreira e Candau (2008), among others. Exemplifying the struggle and the resistance of female black women are presented the life histories of four female black teachers and students, practitioners (CERTEAU, 2007), research subjects, who expose the process of tessitura of their identities. Their narratives show evidences of racism and discrimination that marked their trajectory of lives, since within family, strengthening themselves in schools, academies and, for some of them, getting to work. One of the teachers is the researcher that, while she narrates the life histories of the participants, she also weaves her own history, like women sewing a patchwork in which each print represents the moments experienced. The research methodology in / of / with the everyday routine (ALVES, 2008) was the path. Beyond this everyday observation, they were accomplished dialogues (LARROSA, 2003) on live histories (BOSI, 2003; PORTELLI, 1997) and weaved the narratives from these experiences. Theses ones showed that such women, along their histories, lived / live processes of affirmationnegation, as their identities are not fixed, however negotiation and renegotiations (MUNANGA, 2010) that creates joys and conflicts. The understanding of Being Female Black is experienced by each one, without a standard model for their existences. These experiences were being generated in the relations with the other, in each familiar, school, academic and professional context. They are ladies of their own lives and still the youngest ones search to build their histories with autonomy. They are practitioners because they fought / fight to conquer a place in life, using wiles and tactics to fabricate (CERTEAU, 2007) ways of coping with adversities. The tactics of silence, study and work reveal that these women did not get invisible nor put themselves as victims in the social space. Thus, it urges to trace the overcoming of the black s vision from the physical traces and recognize the roots of Brazilian people to understand the history of the black people. From the ancestry, it will be identified the black people origins which could bring the past of resistance and struggle of freedom, dignity, citizenship that produces the pride of being black. Pride which recovers the self-esteem and capacity of organization and mobilization to combat racism and racial inequality. The teaching education courses need to approach this theme to train future teachers in this task. This approaching involves the teachinglearning, in which teachers and students assume the commitment with a critical and inclusive education. The reflection among teacher trainers in this plural and intercultural perspective could help in the separation of eurocentrism still present in the contents and mentalities. In this light, weaving a process in the teaching formation, in the Pedagogy Course, committed with the inclusive education, it is considered a continuous doundo, in the tessiture of a permanent dialogue between practicetheorypractice, in a movement of researchintervention. This implies the reflection of the personal and collective tragetory and the articulation of the pedagogic action with a project of transformation of the excluding society into plural lonely society. The unsaid need of deepening in subsequent works, because the silencing refers to the near past and the relations interracial in the family, in the academy and working place as well. Is that racism no longer exists? Or was it naturalized getting difficult its identification in everyday? The limits of the process of racism introjection which causes the invisibility of some practitioners are new challengers for future studies. Thus, I realize that patchwork weaved along this path is not juxtaposition as it is usually understood. For beyond this, it means the socialization of experiences in the practitioners every day to inspire combating attitudes against racism which expand to the social context.
Palavras-chave: Racism
Identity
History of life
Teaching formation
Racismo
Identidade
Histórias de vida
Formação docente
Negros Educação
Professores Atitudes
Relações étnicas
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Citação: MELO, Margareth Maria de. Gerando eus, tecendo redes e trançando nós: ditos e não ditos das professoras e estudantes negras nos cotidianos do curso de pedagogia. 2012. 235 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10343
Data de defesa: 27-Jul-2012
Aparece nas coleções:Doutorado em Educação

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