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Tipo do documento: Tese
Título: Marcas da abjeção expressas em conversas sobre heteronormatividade com jovens no Facebook: em defesa de uma pedagogia queer
Título(s) alternativo(s): Marks of abjection expressed in conversations about heteronormativity with young people on Facebook: in defense of a queer pedagogy
Autor: Couto Junior, Dilton Ribeiro do 
Primeiro orientador: Oswald, Maria Luiza Magalhães Bastos
Primeiro membro da banca: Seffner, Fernando
Segundo membro da banca: Silva, Larissa Maués Pelucio
Terceiro membro da banca: Pocahy, Fernando Altair
Quarto membro da banca: Santos, Edméa Oliveira dos
Resumo: A presente tese teve por objetivo conhecer as marcas da abjeção colocadas em manutenção e funcionamento por normas regulatórias de gênero presentes nos contextos familiares e nos cotidianos escolares de jovens que não se identificam com a heterossexualidade. A pesquisa de campo foi realizada entre 2013 e 2015, no Facebook, através da imersão num grupo online constituído por cerca de 70 jovens de diferentes inserções socioeconômicas que se autodenominam gays/lésbicas/bissexuais. Em 2013, ano de entrada em campo, os sujeitos apresentavam idade variando entre 16 e 35 anos. A estratégia metodológica adotada foi o estabelecimento de conversas online realizadas, individual e coletivamente, com esses jovens. Os princípios teóricos foram norteados, principalmente, pelos estudos de pesquisadores que trabalham com questões de gênero e sexualidade amparadas pela perspectiva da teoria queer. Essa fundamentação teórica orientou a interpretação das conversas online realizadas no Facebook. Somado a isso, pela necessidade de compreender os fenômenos comunicacionais ciberculturais, com ênfase nas dinâmicas de interação e colaboração das redes sociais da internet, também me apropriei de reflexões dos campos de estudos das áreas da comunicação e educação. Além disso, a construção de uma proposta de pesquisa online de abordagem histórico-cultural foi realizada principalmente através dos conceitos de dialogismo e alteridade de Mikhail Bakhtin, me permitindo traçar os caminhos metodológicos necessários na interação com os jovens no Facebook. Nessa abordagem, pesquisador e pesquisados foram concebidos como coautores em um processo de produção de conhecimento que se constrói gradualmente com o outro, com as redes sociais digitais reconhecidos como lugares de encontro com o outro. O trabalho de campo evidenciou o engajamento e o protagonismo político dos jovens participantes do estudo, que se apropriaram do Facebook para fortalecerem os vínculos sociais e afetivos, promovendo a possibilidade de resistência frente à heteronormatividade a partir de ativismos que se constituíram através da potência do diálogo na/em rede. Ao ressaltarem o quanto as normas regulatórias de gênero estiveram presentes em seus cotidianos educacionais e contextos familiares, os relatos dos sujeitos apontaram para a urgência de se discutir sobre a heteronormatividade nas escolas e nos cursos de formação de professores, bem como no âmbito familiar, objetivando desmistificar a naturalização e normatização do modelo heterossexual. A interpretação do material da pesquisa permitiu questionar a heteronormatividade, problematizando e ressignificando o modelo heterossexual que vem sendo amplamente (re)produzido e naturalizado no discurso social, além de ter possibilitado, pela aproximação com a teoria queer, um pensar crítico sobre os processos escolares que desqualificam os comportamentos sociais que não se enquadram nos moldes heteronormativos. Enquanto cidadãos e educadores, se não repensarmos as questões ligadas aos corpos, gêneros e às sexualidades, continuaremos sendo cúmplices da predominância de práticas familiares e escolares pautadas num olhar de mera tolerância e respeito ao diferente e às diferenças. Para isso, defendo que é preciso queerizar o pensamento heterocentrado, re-imaginando a multiplicidade de formas de fabricações dos corpos, gêneros e sexualidades
Abstract: This dissertation aims to analyze the marks of abjection produced and maintained by gender norms present in family and school contexts of young people who do not identify as heterosexuals. The research fieldwork was conducted between 2013 and 2015 on Facebook, through an immersion in an online group of about 70 young people from different socioeconomic insertions who identify as gays/lesbians/bisexuals. In 2013, year of entry into the fieldwork, the subjects age ranged from 16 to 35 years. The adopted methodological strategy was the establishment of individual and collective online conversations with the young people. The chosen theoretical framework was based, predominantly, on the work of researchers that study gender and sexuality from the perspective of queer theory. Thus, this theoretical foundation guided the interpretations of the online conversations held on Facebook. Furthermore, in order to understand the digital communication phenomena, with focus on online social networks dynamics of interaction and collaboration, I also researched the available literature on the Communication and Education fields. Moreover, the construction of an online research proposal based on the historical-cultural perspective was enabled mainly by Mikhail Bakhtin s concepts of dialogism and otherness, which allowed me to trace the necessary methodological steps to interact with the young people on Facebook. In this approach, researcher and subjects are co-authors in a process of knowledge production that is gradually built with the other, in which online social networks are places to meet with each other. The fieldwork showed the engagement and the political role of the research participants who have been using Facebook to strengthen social and emotional ties, fostering the possibility of resistance against heteronormativity from activisms constituted through the potential of online conversations. By emphasizing how gender regulatory norms were present in their educational and family contexts, the reports of the subjects pointed to the urgent need to discuss heteronormativity in schools and in teacher training courses, as well as in the family environment, in order to demystify the naturalization and normalization of the heterosexual model. The interpretation of the research material challenges heteronormativity, problematizing and resignifying the heterosexual model that has been widely (re)produced and naturalized in the social discourse. Also, it has enabled, by applying the queer theory approach, a critical thinking about school processes that disqualify social behaviors that do not fit heteronormative principles. As citizens and educators, if we do not rethink the issues related to bodies, genders and sexualities, we will continue to be accomplices of the predominance of family and school practices based on mere tolerance and respect for the different and differences. In this sense, I argue that we must queerize the heterosexual-centered thought by re-imagining the multiplicity of ways in which bodies, genders and sexualities are produced
Palavras-chave: Cyberculture
Youth
Bodies
Genders
Sexualities
Heteronormativity
Queer pedagogy
Corpos
Gêneros
Sexualidades
Heteronormatividade
Pedagogia queer
Educação
Cibercultura
Juventude
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Citação: COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro do. Marcas da abjeção expressas em conversas sobre heteronormatividade com jovens no Facebook: em defesa de uma pedagogia queer. 2017. 292 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10425
Data de defesa: 9-Fev-2017
Aparece nas coleções:Doutorado em Educação

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