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Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12175
Tipo do documento: Tese
Título: O que há de metafísica na mecânica do século XVIII?
Título(s) alternativo(s): What is there of metaphysics at the 18th century mechanics?
Autor: Takimoto, Elika 
Primeiro orientador: Videira, Antonio Augusto Passos
Primeiro membro da banca: Dias, Penha Maria Cardozo
Segundo membro da banca: Grimberg, Gerard Emile
Terceiro membro da banca: Moraes, Andreia Guerra de
Quarto membro da banca: Marques, Edgar da Rocha
Resumo: Ao contrário do período precedente de criação da chamada ciência moderna, o século XVIII parece não desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da física. Na visão de muitos autores, o século das luzes é considerado como uma fase de organização da mecânica que teve seu coroamento com as obras de Lagrange, imediatamente precedidas por Euler e d Alembert. Muitos autores afirmam que na formulação da mecânica racional houve uma eliminação gradual da metafísica e também da teologia e que o surgimento da física moderna veio acompanhado por uma rejeição da metafísica aristotélica da substância e qualidade, forma e matéria, potência e ato. O ponto central da tese é mostrar que, no século XVIII, houve uma preocupação e um grande esforço de alguns filósofos naturais que participaram da formação da mecânica, em determinar como seria possível descrever fenômenos através da matemática. De uma forma geral, a filosofia mecanicista exigia que as mudanças observadas no mundo natural fossem explicadas apenas em termos de movimento e de rearranjos das partículas da matéria, uma vez que os predecessores dos filósofos iluministas conseguiram, em parte, eliminar da filosofia natural o conceito de causas finais e a maior parte dos conceitos aristotélicos de forma e substância, por exemplo. Porém, os filósofos mecanicistas divergiam sobre as causas do movimento. O que faria um corpo se mover? Uma força externa? Uma força interna? Força nenhuma? Todas essas posições tinham seus adeptos e todas sugeriam reflexões filosóficas que ultrapassavam os limites das ciências da natureza . Mais ainda: conceitos como espaço, tempo, força, massa e inércia, por exemplo, são conceitos imprescindíveis da mecânica que representam uma realidade. Mas como a manifestação dessa realidade se torna possível? Como foram definidos esses conceitos? Embora não percebamos explicitamente uma discussão filosófica em muitos livros que versam sobre a mecânica, atitudes implícitas dessa natureza são evidentes no tratamento das questões tais como a ambição à universalidade e a aplicação da matemática. Galileu teve suas motivações e suas razões para afirmar que o livro da natureza está escrito em liguagem matemática. No entanto, embora a matemática tenha se tornado a linguagem da física, mostramos com esta tese que a segunda não se reduz à primeira. Podemos, à luz desta pesquisa, falarmos de uma mecânica racional no sentido de ser ela proposta pela razão para organizar e melhor estruturar dados observáveis obtidos através da experimentação. Porém, mostramos que essa ciência não foi, como os filósofos naturais pretendiam que assim fosse, obtidas sem hipóteses e convenções subjetivas. Por detrás de uma representação explicativa e descritiva dos fenômenos da natureza e de uma consistência interna de seus próprios conteúdos confirmados através da matemática, verificamos a presença da metafísica.
Abstract: Unlike the period of creation of the so-called modern science, the eighteenth century seems not to play a key role in the development of physics. In the view of many authors, the Age of Enlightenment is considered as an era dedicated to the organization of mechanics, which culminated in the works of Lagrange, immediately preceded by Euler and d'Alembert. Many authors claim that the formulation of rational mechanics gradually eliminated metaphysics and theology and also that the emergence of modern physics was accompanied by a rejection of Aristotelian metaphysics of substance and quality, form and matter, potentiality and actuality. The focus of the thesis is to show that in the eighteenth century some natural philosophers that engaged in the construction of mechanics were concerned about determining how it would be possible to describe the phenomena through mathematics. In general, the mechanistic philosophy demanded that the observed changes in the natural world could be explained only in terms of movement and rearrangement of particles of matter, since the predecessors of the Enlightenment, philosophers were able to partly eliminate the concept of natural philosophy final causes and most Aristotle shape and concepts of substance, for example. However, the mechanistic philosophers disagreed about the causes of motion. What would make a body move? An external force? An internal force? No force? All these ideas had their supporters and all suggested philosophical reflections which exceeded the limits of the natural sciences . Moreover, concepts like space, time, force, mass and inertia, for example, are essential concepts of mechanics that represent a reality. But how the manifestation of this reality becomes possible? How these concepts have been defined? Although we can not find an explicit philosophical discussion in many books that deal with the mechanics, such implicit attitudes are evident when dealing with issues such as the ambition to universality and application of mathematics. Galileo had motivations and reasons for claiming that the book of nature is written in a mathematical language. However, even though mathematics has become the language of physics, we show in this thesis that the second can not be reduced to the first. In the light of this research we may speak of rational mechanics as an agent of rationality with the purpose of organizing and structuring observable data obtained through experimentation. However, we show that this science was not obtained without subjective assumptions and conventions as natural philosophers claimed it would be. Behind an explanatory and descriptive representation of the phenomena of nature and internal consistency of their own "confirmed" through mathematics content, verified the presence of metaphysics.
Palavras-chave: Metaphysics
Mechanics
Philosophy
Eighteenth century
Mathematics
Filosofia moderna
Metafísica
Mecânica
Filosofia
Século XVIII
Matemática
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA::METAFISICA
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: TAKIMOTO, Elika. O que há de metafísica na mecânica do século XVIII?. 2013. 258 f. Tese (Doutorado em Filosofia Moderna e Contemporânea) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12175
Data de defesa: 6-Dez-2013
Aparece nas coleções:Doutorado em Filosofia

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