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Tipo do documento: Dissertação
Título: Quando a terra é dinheiro, a natureza é território: uma investigação histórico-geográfica de povos indígenas no Médio Xingu, 1950-1980
Título(s) alternativo(s): When the land is money, the nature is territory: A historical-geographical investigation of indigenous peoples in the Middle Xingu
Autor: Cardoso, Nùbia Vieira 
Primeiro orientador: Machado, Mônica Sampaio
Primeiro coorientador: Oliveira Filho, João Pacheco de
Primeiro membro da banca: Pires, Hindenburgo Francisco
Segundo membro da banca: Moreira, Ruy
Resumo: A pesquisa trata da investigação histórico-geográfica acerca do processo de territorialização dos povos indígenas no Médio Xingu durante o século XX. Recorre-se ao método da situação geográfica, elaborado como delimitação, ao mesmo tempo física e relacional, oriunda de uma subtotalidade concreta temporalmente marcada pela incidência de eventos cuja técnica é considerada o principal vetor. A situação permite assim, a definição tanto de uma escala de acontecimentos como de uma escala de conceitos. Admitindo ainda a ação dos sujeitos de modo central em sua estrutura metodológica, esta observada desde a convivência pregressa da autora com os povos indígenas à interlocução com as memórias e biografias dos auxiliares sertanistas e gateiros . No intuito de atualização da situação geográfica fez-se o uso combinado da situação histórica, ou colonial, a partir do campo da antropologia histórica. Desta maneira, os eventos circunscreveram as distintas situações as quais representam o quadro histórico com o qual interagem as trajetórias indígenas. O primeiro evento é o de abertura das rodovias a partir da segunda metade do século XX no interflúvio Tocantins-Xingu, sendo as principais a Belém-Brasília, sua abertura foi iniciada em 1955, e a rodovia Transamazônica, iniciada em 1970. O segundo evento, decorrente do primeiro: o monopólio da terra. A partir da segunda metade da década de 1970 a terra é tornada reserva de valor pelo grande capital no Vale do Xingu. Diante do olhar para o movimento histórico do espaço, a intenção é de também aproximar da compreensão de uma dimensão espacial indígena. A partir de chaves de interpretação desde uma ideologia existencialista, à medida que considera uma estrutura existencial indígena embebida em perpétuo devir, o que faz de sua significação também entendida sob perspectiva deste devir. Além disso, é através da leitura do conteúdo do espaço, a Estrutura, de onde se espera desvelar o território, ou a conjuntura, permitindo assim alcançar a compreensão totalizante do objeto geográfico. Demonstrou este estudo que o movimento dos povos indígenas, o qual corresponde à fuga e a busca por zonas refúgio, não se limitou a uma delimitação espacial inexorável. As zonas de refúgio foram estabelecidas à medida do avanço da colonização. Ademais disso, o que posteriormente foi admitido como território ou Terra Indígena trata-se de uma porção do espaço muito menor do que aquela de uso e ocupação destes povos. Desta maneira, no presente plano de acontecimentos e de análise, a apropriação e movimento indígena pelo espaço essencialmente apresentou-se como uma possível busca por espaços isolados da violência colonial bem como do risco das epidemias. A fuga para os centros da terra indica assim, experiências pregressas de contato com a população colonial e do subseqüente desencadeamento de surtos e mortandade generalizada das populações. Por fim, ao contrário de se perseguir uma métrica precisa que estabeleça unidades territoriais rígidas, aos moldes do conceito de propriedade privada , o estudo demonstrou uma evidente necessidade de compreensão de conceitos de sociedade-espaço com base no conhecimento do uso e significação indígena perante o movimento histórico do espaço-total
Abstract: The research deals with historical-geographical research on the process of territorialization of indigenous peoples in the Middle Xingu during the 20th century. The method of the geographical situation is elaborated, as delimitation, at the same time physical and relational, coming from a concrete subtotality temporally marked by the incidence of events whose technique is considered the main vector. The situation thus allows the definition of both a scale of events and a scale of concepts. Still accepting the subjects' actions in a central way in their methodological structure, it is observed from the author's previous coexistence with the indigenous peoples to the interlocution with the memories and biographies of the sertanistas and "gateiros" auxiliaries. In order to update the geographical situation, the combined use of the historical or colonial situation was made from the field of historical anthropology. In this way, the events circumscribed the different situations which represent the historical framework with which the indigenous trajectories interact. The first event is the opening of highways from the second half of the twentieth century on the Tocantins-Xingu inter-fluvial, the main ones being Belém-Brasilia, opening in 1955, and the Transamazônica highway, begun in 1970. The second event , arising from the first: the monopoly of the land. Beginning in the second half of the 1970s, "land" has become a reserve of value for the great capital of the Xingu Valley. Before looking at the historical movement of space, the intention is also to approach the understanding of an indigenous spatial dimension. From "keys" of interpretation from an existentialist ideology, to the extent that it considers an existential indigenous structure embedded in perpetual becoming, which makes its "meaning" also understood under the perspective of this becoming. In addition, it is through reading the content of space, the Structure, from where it is expected to reveal the territory, or the conjuncture, thus allowing to reach the totalizing understanding of the geographic object. This research demonstrated that the movement of indigenous peoples, which corresponds to flight and the search for refuge zones, was not limited to an inexorable spatial delimitation. The zones of refuge were established as the colonization progressed. In addition, what later was admitted like territory or Indigenous Land is a portion of the space much smaller than that of use and occupation of these towns. Thus, in the present plan of events and analysis, indigenous appropriation and movement for space essentially presented itself as a possible search for isolated spaces of colonial violence as well as the risk of epidemics. The escape to the centers of the earth thus indicates past experiences of contact with the colonial population and the subsequent triggering of outbreaks and widespread mortality of populations. Finally, contrary to pursuing a precise metric that establishes rigid territorial units, in the mold of the concept of "private property," the study demonstrated a clear need for understanding of space-society concepts based on knowledge of the use and significance of indigenous peoples, in the face of the historical movement of total space
Palavras-chave: Indian people
Territorialization
Middle Xingu
Rrefuge Zones
Povos Indígenas
Territorialização
Médio Xingu
Zonas Refúgio
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA HUMANA
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Citação: CARDOSO, Nùbia Vieira. Quando a terra é dinheiro, a natureza é território: uma investigação histórico-geográfica de povos indígenas no Médio Xingu, 1950-1980. 2018. 141 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13259
Data de defesa: 14-Jun-2018
Aparece nas coleções:Mestrado em Geografia

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