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Tipo do documento: Tese
Título: “Nutrir com”: uma experiência degustativa sobre Design & Saúde
Título(s) alternativo(s): “Nurturing with”: a tasting experience about Design & Health
Autor: Moraes, Camille Costa 
Primeiro orientador: Szaniecki, Barbara Peccei
Primeiro coorientador: Tibola, Talita
Primeiro membro da banca: Martins, Bianca Maria Rêgo
Segundo membro da banca: Carvalho, Ricardo Artur Pereira
Terceiro membro da banca: Del Gaudio, Chiara
Quarto membro da banca: Ruas, Ester Cristina Machado
Resumo: Neste trabalho, buscamos investigar como o design pode contribuir para a melhoria da saúde no Brasil. Com base em autores como Donna Haraway, Arturo Escobar e Pablo Solón, propomos que a saúde é relacional. Nesse sentido, entendemos que, para criar caminhos para resolver ou, no mínimo, amenizar os problemas atuais, precisamos compreender as relações que a conformam, pautando-nos pelo pensamento tentacular. Ao longo do texto fazemos um histórico sobre a saúde no Brasil, desde as lutas que originaram o Sistema Único (SUS) de Saúde brasileiro, até a identificação do território como uma pista fundamental para compreender a os emaranhados da saúde. O SUS é a materialização da saúde enquanto direito social e tem a participação popular como uma das suas diretrizes. Dessa forma, “participar” torna-se palavra-chave, ou mesmo verbo-chave, quando queremos falar de práticas relacionadas à saúde brasileira. Contudo, a participação é prejudicada pelo o que seria o seu oposto, a marginalização, que, como o termo indica, coloca certos grupos da sociedade à margem tanto das tomadas de decisão, quanto no pleno gozo das políticas públicas. Tomando- se essa problemática para o campo do design, acreditamos que, por meio das ações participativas, seria possível criarmos e estimularmos novas formas de fazer com, contribuindo para a autonomia em saúde. Como um dos parceiros da rede denominada Arranjo Local da Penha (ALP), o trabalho de campo foi desenvolvido com um grupo de mulheres, pacientes do serviço de nutrição da Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso, localizada no bairro da Penha, município do Rio de Janeiro. O ponto de partida foi a decisão, por parte da prefeitura, de demitir diversos profissionais da Clínicas da Família, incluindo a nutricionista parceira do (ALP). Assim, iniciamos nossos encontros com o desfio de manter o grupo unido e de buscar formas de resistências frente às problemáticas enfrentadas na região. Utilizando ferramentas como dispositivos de conversa, de Barbara Szanieki e Zoy Anastassakis, e os provótipos, de Jared Donavam e Wendy Gunn, experimentamos uma produção material coletiva, por meio da qual observamos que fazer parte dos processos produtivos foi capaz de estimular autonomia e autoestima das mulheres. Além disso identificamos, para além das teorias, que a saúde é, na prática, simpoiética, inspirando-nos pelo termo “simpoiesis”, de Donna Haraway, através da percepção de que o afeto e o território são elementos que formam os tentáculos da saúde mental e ambiental. A parceria entre design, instituições de saúde, pacientes e movimentos sociais, nos faz refletir sobre o design como uma ferramenta capaz de “nutrir-com” novas relações e novos modos de vida frente a tempos turbulentos. Por fim, entendemos que o encontro entre o design e a saúde é necessariamente simpoiético, formando o campo Design & Saúde.
Abstract: In this work, we seek to investigate how design can contribute to improve the healthcare in Brazil. Based on authors such as Donna Haraway, Arturo Escobar and Pablo Solón, we propose that health is relational. In this sense, we understand that, to create ways to solve or, at least, to soften the current problems, we need to understand the relationships that conform it, guided by tentacular thinking. Throughout the text, we make a background about health in Brazil, from the struggles that originated the Brazilian Unified Health System (SUS), to the identification of the territory as a fundamental track to understand the entanglements of health. SUS is the materialization of health as a social right and has popular participation as one of its guidelines. Thus, "participate" becomes a key word, or even a key verb, when we want to talk about practices related to Brazilian health. However, participation is impaired by what would be its opposite, marginalization, which, as the term indicates, puts certain groups of society at the margin of both decision-making and full enjoyment of public policies. Taking this problem to the design field, we believe that, through participative actions, it would be possible to create and stimulate new ways of doing with, contributing to autonomy in health. As one of the partners of the network called Arranjo Local da Penha (ALP), the field work was developed with a group of women, patients from the nutrition service of the Dr. Felippe Cardoso Family Clinic, located in the neighborhood of Penha, Rio de Janeiro. We stared to work there after the city hall's decision: the fire several professionals from the Family Clinic, including the nutritionist partner of ALP. Thus, we began our meetings by the challenge of keeping the group together and seeking forms of resistance, considering the problems that they faced in the region. Using tools such as Conversations Dispositifs, defined by Barbara Szanieki and Zoy Anastassakis, and the provotypes, concept by Jared Donavam and Wendy Gunn, we experienced a collective material production, through which we observed that being part of the productive processes was able to stimulate women's autonomy and self-valorization. We also identified, beyond the theories, that health is, in practice, sympoietic, inspiring us by the term "simpoiesis", by Donna Haraway, through the perception that affection and territory are elements that form the tentacles of mental and environmental health. The partnership between design, health institutions, patients and social movements, make us to reflect on design as a tool capable of "nurturing-with" new relationships and new ways of life in the face of turbulent times. Finally, we understand that the meeting between design and health is necessarily sympoietic, forming the field of Design & Health.
Palavras-chave: Design and health
Participation
Sympoiesis
Autonomy
Territory
Participatory design
Brazil's unified health system
Health promotion
Design e saúde
Participação
Simpoiesis
Autonomia
Território
Design participativo
Sistema Único de Saúde
Promoção da saúde
Área(s) do CNPq: CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DESENHO INDUSTRIAL
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Tecnologia e Ciências::Escola Superior de Desenho Industrial
Programa: Programa de Pós-Graduação em Design
Citação: MORAES, Camille Costa. “Nutrir com”: uma experiência degustativa sobre Design & Saúde. 2021. 200 f. Tese (Doutorado em Design) - Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16474
Data de defesa: 5-Abr-2021
Aparece nas coleções:Doutorado em Design

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