Compartilhamento |
![]() ![]() |
Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16529
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Para a crítica da ecologização do capital |
Título(s) alternativo(s): | For the critique of the ecologisation of capital |
Autor: | Monerat, Julio Cesar Pereira ![]() |
Primeiro orientador: | Barbosa, Rosângela Nair de Carvalho |
Primeiro membro da banca: | Behring, Elaine Rossetti |
Segundo membro da banca: | Becher, Mariela Natalia |
Terceiro membro da banca: | Araujo, Paulo Henrique Furtado de |
Quarto membro da banca: | Fortes, Ronaldo Vielmi |
Resumo: | A tese analisa a crise ecológica e as formas de sua superação pelo capital, tendo por referencial analítico a crítica ontológica fundamentada na obra de Marx, que permite identificar a crise ecológica como decorrente da lógica imanente expansiva do capital e, por esse motivo, também caracterizar sua superação como superação dos obstáculos ambientais à valorização do capital. Essa superação da crise ambiental efetiva-se concretamente por meio dos ecologismos que, enquanto objeto de pesquisa qualitativa, tiveram seus referenciais teórico-propositivos criticamente analisados, sendo separados em duas grandes correntes: um ecologismo capitalista consubstanciado nas propostas de desenvolvimento sustentável, eficiência energética, bioeconomia, mercado de serviços ambientais, capitalismo verde; e um ecologismo crítico pautado na defesa da justiça ambiental, da racionalidade ambiental, do Bem Viver. A análise demonstrou que o modelo teórico e propositivo de superação da crise ambiental do ecologismo capitalista fundamenta-se no aprofundamento da mercadorização da natureza e, portanto, em sua inserção na dinâmica do valor. O ecologismo crítico, mesmo apresentando-se como contra-hegemônico não avança no sentido da crítica que identifica na produção de valor a determinação para aquele caráter expansivo do capital, circunscrevendo sua crítica ao horizonte da sociabilidade do capital e sendo combinadamente incorporado à ecologização do capital. Por suas circunscrições à sociabilidade capitalista os ecologismos foram objetos da crítica ontológica que, identificando a lógica expansiva na produção de valor, permitiu compreender a crise ecológica e sua superação por meio da ecologização do capital. Lógica expansiva esta verificada no nível abstrato da produção de valor no contexto da divisão social do trabalho, determinando que a elevação da produtividade imponha-se aos produtores. A mesma lógica expansiva determina a relação do capital com a força de trabalho que implica no aumento da produtividade do mais-valor e na concorrência capitalista que se efetiva na busca do lucro extraordinário. O fetichismo da mercadoria é o elemento que permite a renovação do movimento expansivo do capital. Esse fundamento expansivo incorpora a natureza, crescentemente à dinâmica da valorização até que ela, em decorrência das contradições acumuladas, passa a constituir-se num obstáculo à valorização. É nessa condição de obstáculo que o capital objetiva superá-la. Sendo que, superação para o capital, implica em supressão e recolocação das contradições em níveis mais profundos, por isso a superação da crise ambiental implica no aprofundamento da mercadorização da natureza e não necessariamente na efetivação de relações ambientalmente sustentáveis, mas tão somente sustentabilidade do capital por meio da combinação de elementos ambientalmente sustentáveis a outros destrutivos, tal como verificado no estudo de Marx sobre a renda fundiária. O referencial marxiano permite entender a crise ambiental de modo análogo à crise do capital em seu caráter tendencial, o que, mesmo sem derrogar a tendência de crise ambiental, não permite vaticinar a morte ambiental do capitalismo. A ecologização do capital e a mercadorização da natureza que ela promove atuariam como elemento contratendencial à crise do capital que, porém, não abole a contradição fundante do capital que, atendendo à determinação de aumento da produtividade, coloca crescentemente a força de trabalho na condição de supérflua. |
Abstract: | The thesis analyzes the ecological crisis and the ways of overcoming it by capital, having as an analytical reference the ontological criticism based on the work of Marx, which allows to identify the ecological crisis as a result of the immanent expansion logic of capital and, for this reason , also characterize its overcoming as overcoming environmental obstacles to capital appreciation. This overcoming of the environmental crisis takes place concretely through ecologisms that, as an object of qualitative research, had their theoretical-propositional references critically analyzed, being separated into two main streams: a capitalist ecologism embodied in the proposals for sustainable development, energy efficiency, bioeconomy, market for environmental services, green capitalism; and a critical ecologism based on the defense of environmental justice, environmental rationality, Bem Viver. The analysis showed that the theoretical and purposeful model of overcoming the environmental crisis of capitalist ecologism is based on the deepening of the commodification of nature and, therefore, its insertion in the dynamics of value. Critical ecologism, even presenting itself as counter-hegemonic, does not advance in the sense of criticism that identifies in the production of value the determination for that expansive character of capital, circumscribing its critique to the horizon of the sociability of capital and being combined with the ecologization of capital . Due to their circumscriptions to capitalist sociability, ecologisms were the object of ontological criticism, which, by identifying the expansive logic in the production of value, allowed the understanding of the ecological crisis and its overcoming through the greening of capital. Expansive logic is verified at the abstract level of value production in the context of the social division of labor, determining that the increase in productivity should be imposed on producers. The same expansive logic determines the relationship between capital and the labor force in increasing the productivity of the most value and in the capitalist competition that is effective in the pursuit of extraordinary profit. The fetishism of the commodity is the element that allows the renewal of the expansive movement of capital. This expansive foundation increasingly incorporates nature to the dynamics of valuation until, as a result of accumulated contradictions, it becomes an obstacle to valuation. It is in this condition of obstacle that capital aims to overcome it. Since, overcoming for the capital, implies suppression and replacement of the contradictions in deeper levels, the overcoming of the environmental crisis implies in the deepening of the commodification of nature and not necessarily in the accomplishment of environmentally sustainable relations, but only the sustainability of the capital through from the combination of environmentally sustainable elements to other destructive ones, as verified in Marx's study on land rent. The Marxian framework makes it possible to understand the environmental crisis in a way analogous to the capital crisis in its tendency, which, even without derogating from the environmental crisis trend, does not allow us to predict the environmental death of capitalism. The greening of capital and the commodification of nature that it promotes would act as a contractendential element to the capital crisis, which, however, does not abolish the fundamental contradiction of capital which, given the determination to increase productivity, increasingly places the labor force in the condition of superfluous. |
Palavras-chave: | Desenvolvimento sustentável Desenvolvimento econômico - Aspectos ambientais Ambientalismo Crise econômica Sustainable development Economic development - Environmental aspects Environmentalism |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL::SERVICO SOCIAL APLICADO::SERVICO SOCIAL DO TRABALHO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Serviço Social |
Citação: | MONERAT, Julio Cesar Pereira. Para a crítica da ecologização do capital. 2020. 367 f. Tese ( Doutorado em Serviço Social) - Faculdade de Serviço Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16529 |
Data de defesa: | 27-Ago-2020 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Serviço Social |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Tese - Julio Cesar Pereira Monerat - 2020 – Completa.pdf.pdf | 4,36 MB | Adobe PDF | Baixar/Abrir Pré-Visualizar |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.