Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16649
Tipo do documento: Tese
Título: O roman à clef amazônico Chibé, de Raimundo Holanda Guimarães: anacronismo, poética da emulação e suas circunstâncias
Título(s) alternativo(s): Le roman à clef amazonien Chibé, de Raimundo Holanda Guimarães: anachronisme, poétique d'émulation et ses circonstances
Autor: Victor Neto, José 
Primeiro orientador: Rocha, João Cezar de Castro
Primeiro membro da banca: Soares, Marcus Vinicius Nogueira
Segundo membro da banca: Pereira, Deise Quintiliano
Terceiro membro da banca: Neiva, Saulo Roberto
Quarto membro da banca: Weigel, François
Resumo: O presente trabalho visa, primeiramente, compreender os processos de elaboração do roman à clef Chibé, do jornalista e magistrado brasileiro Raimundo Holanda Guimarães, à luz dos estudos sobre o anacronismo e a poética da emulação; e, em caráter secundário, analisar as aproximações e distanciamentos entre este romance e o romance Les bohémiens (1790), do libelista francês Marquês de Pelleport, destacando-se os aspectos intratextuais que os aproximam, assim como os fatores contextuais em que se inseria cada autor, os quais os motivaram, segundo acreditamos, à escolha do gênero roman à clef para a produção de seus respectivos romances. O roman à clef é um gênero romanesco em que pessoas reais são retratadas através de nomes fictícios para ocultar suas identidades. Ambientado na Vila do Apeú, Castanhal-PA, na década de 1930, Chibé retrata a conduta reprovável de pessoas bastante influentes no contexto local. Estas, mesmo ocultas por nomes fictícios, tiveram suas identidades facilmente reconhecidas pelo público leitor, o que gerou uma grande polêmica e sérios reveses ao autor, como ameaças de morte e a destruição da obra. A apropriação desse gênero romanesco por Holanda Guimarães se deu, conforme defendemos, a partir da emulação do também roman à clef Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado. Já Pelleport escreveu Les bohémiens enquanto esteve preso na Bastilha, acusado de ter publicado libelos infamantes contra a nobreza. Nele, Pelleport expôs ao ridículo todos os que colaboraram para sua prisão, utilizando-se para isso de nomes fictícios. Acerca do roman à clef Chibé, pretendemos refletir sobre os processos de apropriação desse gênero romanesco por Holanda Guimarães, contribuindo assim para o aprofundamento dos estudos em torno da “poética da emulação”. Buscaremos compreender seu processo de elaboração do romance Chibé a partir da ideia de “contexto de emulação”, que consiste em um conjunto de fatores, tais como os aspectos biográficos e da personalidade do autor, assim como de fatores da conjuntura social em que ele estava inserido, os quais, combinados, funcionariam como motores para o desencadeamento do processo de emulação literária. Durante nosso percurso comparativo, daremos destaque à escolha do gênero roman à clef pelos dois autores para a escritura de suas obras, assim como à motivação vingativa que os impeliu a essa empreitada. Pretendemos compreender a relação entre as circunstâncias biográficas e contextuais em que estavam inseridos os dois autores e as motivações que os levaram à escolha do gênero roman à clef para a escritura de suas respectivas obras. Pretendemos, com a pesquisa ora realizada, contribuir para os atualmente escassos estudos sobre roman à clef, de modo a propiciar mais um contributo ao profícuo campo de pesquisas em torno das relações literárias entre Brasil e França
Abstract: Ce travail vise tout d’abord à comprendre les processus d’élaboration du roman à clef Chibé, du journaliste et magistrat brésilien Raimundo Holanda Guimarães, à la lumière des études sur l’anachronisme et l’émulation poétique; et, à titre secondaire, à analyser les approximations et les écartements entre ce roman et le roman Les bohémiens (1790), du libelliste français marquis de Pelleport, en mettant en évidence les aspects intratextuels qui les rapprochent, ainsi que les facteurs contextuels dans lesquels s’insérait chaque auteur, en les motivant, tels que nous le croyons, à choisir le genre roman à clef pour la production de leurs romans. Le roman à clef est un genre romanesque dans lequel de vraies personnes sont représentées en portant des noms fictifs pour cacher leurs identités. Situé au Village d’Apeú, Castanhal-PA, dans les années 1930, Chibé dépeint le comportement répréhensible de personnes très influentes dans le contexte local. Celles-ci, même cachées par des noms fictifs, avaient leurs identités facilement reconnues par le public lecteur, ce qui a provoqué une grande polémique et de graves revers à l’auteur, tels que des menaces de mort et la destruction de l’œuvre. L’appropriation de ce genre romanesque par Holanda Guimarães s’est faite, comme nous le défendons, à partir de l’émulation de l’également roman à clef Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado. À son tour, Pelleport a écrit Les bohémiens alors qu'il était emprisonné à la Bastille, accusé d’avoir publié des libelles infâmes contre la noblesse. Dans celui-ci, Pelleport a exposé au ridicule tous ceux qui ont collaboré à son arrestation, en utilisant des noms fictifs pour cela. À propos du roman à clef Chibé, nous envisageons réfléchir aux processus d’appropriation de ce genre romanesque par Holanda Guimarães, en contribuant ainsi à l’approfondissement des études sur la « poétique de l’émulation ». Nous chercherons à comprendre son processus d’élaboration du roman Chibé à partir de l’idée de « contexte d’émulation », qui consiste en un ensemble de facteurs, tels que les aspects biographiques et de personnalité de l’auteur, ainsi que des facteurs de conjoncture sociale dans laquelle il s’insérait, et qui, combinés, serviraient comme des moteurs au déclenchement du processus d’émulation littéraire. Au cours de notre parcours comparatif, nous mettrons en évidence le choix du genre roman à clef par les deux auteurs pour l’écriture de leurs œuvres, ainsi que la motivation vindicative qui les a poussés dans cette réalisation. Nous avons l’intention de comprendre la relation entre les circonstances biographiques et contextuelles dans lesquelles étaient insérés les deux auteurs et les motivations qui les ont amenés à choisir le genre roman à clé pour l’écriture de leurs œuvres respectives. Nous entendons contribuer avec les recherches menées ici aux études actuellement rares sur le roman à clef, afin d’apporter une nouvelle contribution au fructueux champ de recherche autour des relations littéraires entre le Brésil et la France
Palavras-chave: Roman à clef
Chibé
Les bohémiens
Contexte d’émulation
Contexto de emulação
Literatura comparada – Brasileira e francesa
Literatura comparada - Francesa e brasileira
Guimarães, Raimundo Holanda. Chibé
La Fitte, Anne-Gédéon, marquês de Pellepore, 1755-1810. Les bohémiens
Guimarães, Raimundo Holanda – Crítica e interpretação
La Fitte, Anne-Gédéon, marquês de Pellepore, 1755-1810 - Crítica e interpretação
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: VICTOR NETO, José. O roman à clef amazônico Chibé, de Raimundo Holanda Guimarães: anacronismo, poética da emulação e suas circunstâncias. 2020. 522 f. Tese (Doutorado em Letras) - Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16649
Data de defesa: 10-Dez-2020
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Jose Victor Neto - 2020 - Completa.pdf10,02 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.