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Tipo do documento: Dissertação
Título: Preposições órfãs em estruturas relativas no português e no inglês: uma análise comparativa com bilíngues universitários
Título(s) alternativo(s): Preposition stranding in relative clauses in portuguese and in english: a comparative analysis with undergraduate bilinguals
Autor: Orlando, Ana Angélica da Silva 
Primeiro orientador: Augusto, Marina Rosa Ana
Primeiro membro da banca: Marcelino, Marcello
Segundo membro da banca: Bértoli, Patrícia Pereira
Resumo: São considerados bilíngues falantes que possuem o conhecimento de duas línguas e se comunicam em cada uma delas de forma autônoma. Entretanto, Paradis (2003) aponta a relevância de se distinguirem dois tipos de bilíngues, os precoces e os tardios. Os precoces são aqueles que adquirem primeira e segunda língua de forma simultânea, espontânea e natural, dentro do período crítico, e os tardios são aqueles que adquirem a segunda língua após o período crítico, por instrução formal. Embora Paradis assinale que não há diferenças na qualidade, mas sim no percurso da aquisição, os primeiros parecem lidar com as duas gramáticas de forma mais independente, enquanto os bilíngues tardios seriam mais suscetíveis a realizarem transferências linguísticas. Já Slabakova (2016) considera que o que definirá o grau de proficiência do aprendiz de L2 é a qualidade do input que lhe é oferecido, isto é, o input recebido na aprendizagem de uma língua deve ser rico e contínuo. A exposição a um input duplo pode levar a interferências em ambas as direções, da L1 para L2, mas também da L2 para a L1. A presente investigação se detém sobre bilíngues universitários aprendizes de inglês, ou seja, bilíngues tardios, e investiga um fenômeno sintático que distingue o português do Brasil do inglês, que é o uso de preposição-órfã em estruturas relativas. Tal fenômeno, embora não seja oriundo do português, mas imensamente frequente em inglês, tem sido visto como uma inovação no PB. Tem-se observado ocorrências de estruturas relativas com preposição-órfã, embora seja mais comum, no PB, o uso de relativa do tipo cortadora, em que a preposição é omitida. No entanto, não são todas as preposições que tendem a ser aceitas na posição órfã. Trata-se de um fenômeno isolado, aparentemente circunscrito a preposições que não se contraem a artigos (SALLES, 2003; MARCELINO, 2007). Diante dessas distinções e convergências entre o PB e o inglês, buscamos responder duas questões que partem em direção contrária, (i) se a aceitabilidade da preposição-orfã em português pode ser influenciada pelo contato com a língua inglesa; (ii) se a aceitabilidade de relativa do tipo cortadora em inglês pode ser influenciada pelo contato com a língua portuguesa. Para isto, realizamos dois experimentos, o primeiro consiste em uma tarefa de julgamento de gramaticalidade com escala Likert e o segundo consiste em uma tarefa de eliciação. Além do grupo de bilíngues universitários, que constitui o público alvo desta pesquisa, contamos com um grupo de controle formado por monolíngues de português do Brasil e monolíngues de inglês. Os experimentos foram realizados em ambas as línguas, inglês e português, para que pudéssemos fazer uma análise comparativa dos dados. Foram avaliados 12 bilíngues, todos com proficiência de nível intermediário superior. Nossos resultados indicam que, no teste de aceitabilidade em português, os bilíngues tiveram uma boa aceitação das sentenças com preposição-órfã, comuns no PB, mas também se mostraram bem tolerantes com as sentenças relativas cujas preposições não funcionam bem na posição órfã. Em relação à aceitação de relativas do tipo cortadoras em inglês, eles se mostraram mais tolerantes com a omissão das preposições de caráter funcional do que com a omissão de preposições com carga semântica, ao ponto de avaliarem melhor as sentenças cujas preposições não funcionam bem na posição órfã. O que nos leva a entender que por possuírem um input duplo eles se tornam mais flexíveis na avaliação das sentenças. Na produção das sentenças em português, os bilíngues priorizaram o uso de relativas com preposição-órfã para as sentenças que funcionam bem em tal posição, isto é, as que possuem carga semântica. Para as sentenças de caráter mais funcional houve um grande número de produções de relativas padrão, que ultrapassa o número de relativas cortadoras, algo que não era esperado dentre os resultados. No inglês, priorizou-se o uso de preposição órfã para as sentenças de ambas as condições.
Abstract: A bilingual is defined as a person who can speak two languages autonomously. Paradis (2003) classifies bilinguals in two groups: the early bilinguals and the late bilinguals. The early bilinguals are identified as those who acquire first and second language simultaneously during the critic period, they learn both languages in a spontaneous and natural way. On the other hand, the late bilinguals are those who acquire the second language after this period, by formal instruction. Although Paradis (2003) states that there are not differences in the quality of knowledge that both bilinguals acquire in the second language, there is, indeed, a difference in the process of learning. The early bilinguals deal with both grammars independently, while late bilinguals are more prone to make linguistic transfers. On the other hand, Slabakova (2016) considers that what defines the level of proficiency of the L2 learner is the quality of the input, which has to be rich and continuous. The exposition to a double input may provoke linguistics interferences in both directions, from L1 to L2 and from L2 to L1. Then, this research has its focus on undergraduate bilinguals, learners of English, known as late bilinguals, and investigates a syntactic phenomenon that occurs differently in Portuguese and in English: the use of preposition-stranding in relative clauses. Such structure is very frequent in English and, even though preposition-stranding is not considered part of Portuguese grammar, it has been seen as an innovative structure in the language and also very commom. Nevertheless, the most used structure in Portuguese is the PP-chopping, in which the preposition is omitted. Actually, not all prepositions tend to be adequate and acceptable in the stranded position in Portuguese, but only those which are not contracted to articles (SALLES, 2003; MARCELINO, 2007). Thus, in face of these distinctions and convergences between Brazilian Portuguese and English, our aim is to answer two questions: if the aceitability of preposition-stranding in Portuguese is influenced by the contact with English; (ii) If the aceitability of PP-chopping relative clauses in English is influenced by the contact with Portuguese? In order to answer these questions we applied two experiments. The first one consists of a grammar judgment task measured by Likert scale and the second one consists of an elicitation task. Besides applying the experiments on 12 upper intermediate bilinguals, we applied it to 12 monolinguals of Portuguese and English as control groups. The experiments were applied in both languages for bilinguals in order to make a comparative analysis of the data. Our results indicate that in the judgment task in Portuguese, the bilinguals had a great acceptance of the clauses with preposition-stranding that were common in Portuguese, but they were also tolerant with the relative clauses whose prepositions are not fully acceptable in the stranded position. Concerning the PP-chopping relative clauses in English, they demonstrated more acceptance with the omission of the functional prepositions than with the omission of the lexical prepositions, on top of that, they evaluated better the prepositions that do not function well in the stranded position. This fact leads us to the understanding that because these bilinguals have a double input, they become more flexible while evaluating the sentences. In the elicitation task in Portuguese, the bilinguals produced most of the relatives using preposition-stranding to the sentences in which the preposition works well in the stranded position, and they produced a great amount of standard relative clauses to the sentences with functional prepositions, which even surpasses the number of PP-chopping relative clauses produced, the most used relative in the language. In English, the bilinguals produced preposition-stranding to most of the sentences of both conditions. It was possible to notice that the behavior of the bilinguals in the judgment task differs from their behavior in the elicitation task.
Palavras-chave: Bilinguism
Preposition- stranding
Relative clauses
Aquisição da linguagem
Bilinguismo
Preposição-órfã
Linguagem e línguas
Língua portuguesa - Preposições
Língua inglesa - Preposições
Estudantes universitários
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Citação: ORLANDO, Ana Angélica da Silva. Preposições órfãs em estruturas relativas no português e no inglês: uma análise comparativa com bilíngues universitários. 2021.112 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16688
Data de defesa: 6-Mai-2021
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras

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