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Tipo do documento: Dissertação
Título: Porque ginecologia é pra mulher né?!: a experiência de homens trans no atendimento ginecológico
Título(s) alternativo(s): Because gynecology is for women, isn't it ?!: the experience of trans men in gynecological care
Autor: Nascimento, Gabriela Siracusa 
Primeiro orientador: Aureliano, Waleska de Araujo
Primeiro membro da banca: Carvalho, Mario Felipe de Lima
Segundo membro da banca: Almeida, Guilherme Silva de
Resumo: A ginecologia foi concebida, no século XIX como uma ciência da mulher, servindo de justificativa -- apoiada na natureza -- para a diferença entre os homens e mulheres que fundamentaram e legitimaram papéis sociais pré determinados. Uma ciência que nasce marcada pelo binarismo de gênero se vê, agora, confrontada com um novo público: homens trans. O presente trabalho tem como objetivo compreender a experiência de homens trans e transmasculinos no atendimento ginecológico. Para isso foram feitas entrevistas semiestruturadas com o propósito de entender suas experiências e percepções sobre este campo da medicina. Isso envolveu: o acesso e frequência as consultas ginecológicas; o comportamento dos médicos; possíveis violências e discriminações sofridas durante atendimento; possíveis problemas causados pela falta do serviço médico; estratégias alçadas para lidar com dificuldades no atendimento e/ou sua ausência e os motivos de aceitação ou recusa em buscar a ginecologia. A análise dos relatos revelou um profundo despreparo dos médicos no atendimento das demandas de homens trans com o desconhecimento da identidade trans, o que teve impacto direto nas condutas e protocolos seguidos; a recusa de prescrição de certos tratamentos, além de episódios de discriminação e desrespeito ao nome social. Em muitos casos, a prática do cuidado em saúde foi cisheteronormativa, isto é, baseada na presunção de que todos os assistidos são cisgênero e heterossexuais. Isso tem como consequência as cenas de discriminação e o afastamento das pessoas trans dos espaços institucionais de cuidado. A vivência dos homens trans com a ginecologia envolve uma persistente explicação de sua identidade de gênero, sexualidade e, até mesmo, a respeito da hormonização e seus efeitos adversos. O embate entre a ginecologia e a transmasculinidade propicia o questionamento sobre as fronteiras entre sexo e gênero e, em última análise, o binômio natureza x cultura. Além disso, esse encontro abre caminhos e possibilidades para uma reestruturação da ginecologia, incluindo as demandas e anseios dos homens trans, e da própria medicina que poderá ser menos cisheteronormativa.
Abstract: Gynecology was conceived in the 19th century as a science of women, serving as a justification - supported by nature - for the difference between men and women who founded and legitimized predetermined social roles. A science that is born marked by gender binarism is now confronted with a new audience: trans men. The present work aims to understand the experience of: trans men and other trans-masculines in gynecological care. For this, semi-structured interviews were carried out with the purpose of understanding their experiences and perceptions about this field of medicine. This involved: access and frequency of gynecological consultations; the behavior of doctors; possible violence and discrimination suffered during care; possible problems caused by the lack of medical service; strategies taken to deal with difficulties in attendance and / or their absence and the reasons for acceptance or refusal to seek gynecology. The analysis of the reports revealed a profound unpreparedness of doctors in meeting the demands of trans men with a lack of knowledge of trans identity, which had a direct impact on the conduct and protocols followed; the refusal to prescribe certain treatments, in addition to episodes of discrimination and disrespect to the social name. In many cases, the practice of health care was cisheteronormative, that is, based on the assumption that all those assisted are cisgender and heterosexual. This results in scenes of discrimination and the removal of transgender people from institutional care spaces. The experience of trans men with gynecology involves a persistent explanation of their gender identity, sexuality and, even, about hormonization and its adverse effects. The clash between gynecology and transmasculinity promotes questioning boundaries between sex and gender and, ultimately, the binomial nature x culture. In addition, this meeting opens paths and possibilities for a restructuring of gynecology, including the demands and desires of trans men, and medicine itself, which may be less cisheteronormative.
Palavras-chave: Gynecology
Medical policy
Social sciences
Transsexualism
Acolhimento nos serviços de saúde (Brasil)
Ciências Sociais (Brasil)
Ginecologia (Brasil)
Política de saúde (Brasil)
Transexualidade (Brasil)
Área(s) do CNPq: CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Citação: NASCIMENTO, Gabriela Siracusa. Porque ginecologia é pra mulher né?!: a experiência de homens trans no atendimento ginecológico. 2020. 103 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16849
Data de defesa: 4-Mai-2020
Aparece nas coleções:Mestrado em Ciências Sociais

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