Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17463
Tipo do documento: Dissertação
Título: Avaliação do consumo de alimentos e ingestão de ferro em adultos com anemia falciforme
Título(s) alternativo(s): Evaluación del consumo de alimentos y la ingesta de hierro en adultos con anemia falciforme
Evaluation of food consumption and Iron Intake in Adults with Sickle Cell Anemia
Autor: Teixeira, Tamara Vilhena 
Primeiro orientador: Reis, Marta Citelli dos
Primeiro coorientador: Silva, Ana Carolina Feldenheimer da
Primeiro membro da banca: Canella, Daniela Silva
Segundo membro da banca: Costa, Rosana Salles da
Resumo: Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é uma doença causada por herança homozigota de hemoglobina S (HbSS). É caracterizada por anemia hemolítica crônica e oclusão vascular, resultando em um quadro inflamatório crônico. No intuito de minimizar e prevenir os agravos desta doença é comumente necessário o tratamento com terapia transfusional. Quando a transfusão é feita de forma contínua pode causar sobrecarga de ferro (SF). Ainda neste cenário, com o objetivo de reduzir os possíveis danos do ferro em excesso, é comum que profissionais de saúde recomendem a restrição de alimentos fonte de ferro, assim como a diminuição do consumo de alimentos fonte de vitamina C. Estas condutas podem resultar na piora da qualidade global da dieta e configuram um risco de menor consumo e absorção de ferro. Por outro lado, o consumo de ferro acima das recomendações pode representar risco de agravamento ou desenvolvimento de SF em pessoas com AF. Até o presente momento, não se conhece o consumo alimentar de uma amostra representativa de adultos com AF, além disso, não há na literatura trabalhos que avaliem o consumo de ferro destes indivíduos. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o consumo de alimentos, bem como a ingestão de ferro em adultos com AF na cidade do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo transversal, realizado entre janeiro e dezembro de 2019 com adultos com anemia falciforme residentes no município do Rio de Janeiro. As informações sobre o consumo alimentar foram coletadas através de um recordatório de 24 horas por participante. Os dados socioeconômicos e clínicos foram obtidos por meio de um questionário. As quantidades de alimentos consumidos foram convertidas em energia e em miligrama de ferro e vitamina C por meio da tabela de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Além disso, os alimentos consumidos foram agrupados de acordo com a classificação NOVA. A prevalência de inadequação do consumo de ferro foi calculada pelo método da EAR como ponto de corte, segundo o sexo e a faixa etária dos participantes. Resultados: Foram avaliados 215 indivíduos, sendo 58,6% do sexo feminino com idade média de 36,6±11,5 anos e 41,4% do sexo masculino com idade média 33±10,6 anos. A prevalência de inadequação da ingestão de ferro foi estimada em 40% entre as mulheres em idade reprodutiva, 8% nas mulheres com mais de 50 anos e 2,8% entre os homens. O consumo de ferro acima do limite tolerável foi de 0,8% entre as mulheres e 3,4% entre os homens. A ingestão de vitamina C abaixo da EAR foi observada em 61,4% dos indivíduos. A maior parcela do ferro consumido foi proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados (72,7%), especialmente as carnes (31%) e o feijão (23,5%), enquanto a ingestão oriunda do consumo de alimentos ultraprocessados representou 23,5% da ingestão total de ferro. Os alimentos à base de farinhas de milho e trigo contribuíram com 17,5% do total de ferro da dieta. A avaliação da ingestão de ferro nas diferentes classes socioeconômicas mostrou que as classes A+B1+B2 e C1 apresentaram as maiores medianas de ingestão de ferro, ao passo que a classe C2 e a classe D-E apresentaram os menores valores de ingestão. Conclusão: O risco de consumo excessivo de ferro parece não ser um grave problema na população estudada. Assim, as condutas de restrição do consumo de ferro e de vitamina C devem ser reavaliadas. É importante ressaltar que para a melhor compreensão dos riscos que a ingestão de ferro oferece à população com anemia falciforme, é preciso que também se conheça a capacidade absortiva destas pessoas. Estes achados apontam para a necessidade de um melhor acompanhamento clínico, alimentar e nutricional de pacientes com anemia falciforme, pois talvez estejam mais vulneráveis à deficiência de ferro, especialmente as mulheres em idade reprodutiva e pessoas pertencentes às classes socioeconômicas mais baixas.
Abstract: Introduction: Sickle Cell Anemia (SCA) is caused by homozygous hemoglobin S (HbSS) inheritance. It is characterized by chronic hemolytic anemia and vascular occlusion, resulting in chronic inflammation. In order to minimize and prevent the disease's symptoms aggravation, treatment with transfusion therapy is commonly required. When transfusion is done continuously, it can cause iron overload (IOL). Also in this scenario, in order to reduce the possible damage from excess iron, it is common for health care professionals to recommend restricting food sources of iron as well as reducing the consumption of food sources of vitamin C. These can result in the worsening of the overall quality of the diet and represent a risk of less consumption and absorption of iron. On the other hand, iron consumption above the recommendations may pose a risk of aggravation or development of IOL in people with SCA. To date, the food intake of a representative sample of adults with SCA is unknown, in addition, there are no studies in the literature to assess the iron consumption of these individuals. Therefore, the aim of this study was to evaluate food consumption, as well as iron intake in adults with SCA in the city of Rio de Janeiro. Methods: A cross-sectional study conducted between January and December 2019 with adults with SCA living in Rio de Janeiro city. Information on food consumption was collected through a 24-hour recall per participant. Socioeconomic and clinical data were obtained through a questionnaire. Food quantities consumed were converted into energy and in milligrams of iron and vitamin C through the table of nutritional composition of food consumed in Brazil. In addition, the foods consumed were grouped according to the NOVA classification. The prevalence of inadequate iron consumption was calculated by using the EAR method as a cutoff point, according to gender and age group of participants. Results: A total of 215 individuals were evaluated, 58.6% female with mean age of 36.6±11.5 years and 41.4% male with mean age of 33±10.6 years. The prevalence of inadequate iron intake was estimated at 40% among women within reproductive age, 8% among women over 50 years of age, and 2.8% among men. Iron intake above the tolerable limit was 0.8% among women and 3.4% among men. The intake of vitamin C below the EAR was observed in 61.4% of individuals. The largest portion of the iron intake came from natural or minimally processed foods (72.7%), especially meat (31%) and beans (23.5%), while intake from ultra-processed foods represented 23.5% of total iron intake. Corn and wheat flour-based foods contributed 17.5% of the total iron intake in the diet. The evaluation of iron intake in the different socioeconomic classes showed that classes A+B1+B2 and C1 had the highest median iron intake, while class C2 and class D-E had the lowest intake values. Conclusion: The risk of excessive iron consumption does not seem to be a serious problem in the population studied. Therefore, recommendations for iron and vitamin C restriction should be reassessed. It is important to emphasize that for a better understanding of the risks that iron intake offers to the population with SCA, it is necessary to also know the absorptive capacity of these people. These findings point to the need for better clinical, food and nutritional monitoring of patients with SCA as they may be more vulnerable to iron deficiency, especially women of reproductive age and people belonging to the lower socioeconomic classes.
Introducción: la anemia de células falciformes (ACF) es una enfermedad causada por la herencia homocigota de hemoglobina S (HbSS). Se caracteriza por anemia hemolítica crónica y oclusión vascular, lo que resulta en una condición inflamatoria crónica. Para minimizar y prevenir las agravaciones de esta enfermedad, el tratamiento con terapia de transfusión es comúnmente necesario. Cuando la transfusión se realiza continuamente, puede causar sobrecarga de hierro (SH). Aún en este escenario, para reducir el posible daño por exceso de hierro, es común que los profesionales de la salud recomienden la restricción de alimentos que son fuentes de hierro, así como la reducción del consumo de alimentos que son fuentes de vitamina C. Estos comportamientos pueden resultar en un empeoramiento de la calidad general de la dieta y representan un riesgo de menor consumo y absorción de hierro. Por otro lado, el consumo de hierro por encima de las recomendaciones puede representar un riesgo de empeoramiento o desarrollo de SH en personas con ACF. Hasta ahora, se desconoce la ingesta alimentaria de una muestra representativa de adultos con ACF, además, no existen estudios en la literatura que evalúen el consumo de hierro de estos individuos con ACF. El objetivo de este estudio fue evaluar el consumo de alimentos, así como la ingesta de hierro en un grupo de adultos con ACF en la ciudad de Río de Janeiro - Brasil. Métodos: estudio transversal, realizado entre enero y diciembre de 2019 con adultos con anemia de células falciformes que viven en la ciudad de Río de Janeiro. La información sobre el consumo de alimentos se recopiló con el auxilio de un recordatorio de 24 horas por participante. Los datos socioeconómicos y clínicos se obtuvieron mediante un cuestionario. Las cantidades de alimentos consumidos se convirtieron en energía y miligramos de hierro y vitamina C a través de la tabla de composición nutricional de los alimentos consumidos en Brasil. Además, los alimentos consumidos se agruparon según la clasificación NOVA. La prevalencia de la ingesta inadecuada de hierro se calculó utilizando el método EAR (Estimated Average Requirement) como punto de corte, según el sexo y el grupo de edad de los participantes. Resultados: se evaluaron 215 individuos, de los cuales 58,6% eran mujeres con una edad promedio de 36,6±11,5 años y 41,4% hombres con una edad promedio de 33±10,6 años. La prevalencia de la ingesta inadecuada de hierro se estimó en 40% entre las mujeres en edad reproductiva, 8% entre las mujeres mayores de 50 años y 2,8% entre los hombres. El consumo de hierro por encima del límite tolerable fue del 0,8% para las mujeres y del 3,4% para los hombres. La ingesta de vitamina C por debajo del EAR fue observado en el 61,4% de los individuos. La mayor parte del hierro consumido provino de alimentos frescos o mínimamente procesados (72,7%), especialmente carne (31%) y frijoles (23,5%), mientras que la ingestión del consumo de alimentos ultraprocesados representó 23,5% de la ingesta total de hierro. Los alimentos a base de harina de maíz y trigo contribuyeron con el 17,5% del hierro dietético total. La evaluación de la ingesta de hierro en las diferentes clases socioeconómicas mostró que las clases A + B1 + B2 y C1 tenían las medianas más altas de ingesta de hierro, mientras que las clases C2 y D-E tenían los valores de ingesta más bajos. Conclusión: El riesgo de consumo excesivo de hierro no parece ser un problema grave en la población estudiada. Por lo tanto, las medidas para restringir el consumo de hierro y vitamina C deben ser reevaluados. Es importante enfatizar que para comprender mejor los riesgos que la ingesta de hierro ofrece a la población con anemia de células falciformes, también es necesario conocer la capacidad de absorción de estas personas. Estos hallazgos apuntan a la necesidad de una mejor monitorización clínica, alimentaria y nutricional de los pacientes con anemia falciforme, ya que pueden ser más vulnerables a la deficiencia de hierro, especialmente las mujeres en edad reproductiva y las personas que pertenecen a las clases socioeconómicas más bajas.
Palavras-chave: Hierro
Sobrecarga de hierro
Consumo alimentario
Clasificación NOVA
Sickle cell anemia
Iron
Iron overload
Food consumption
NOVA classification
Nutrição
Anemia falciforme
Ferro
Sobrecarga de ferro
Consumo de alimentos
Classificação NOVA
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO::ANALISE NUTRICIONAL DE POPULACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
Programa: Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Citação: TEIXEIRA, Tamara Vilhena. Avaliação do consumo de alimentos e ingestão de ferro em adultos com anemia falciforme. 2020. 65 f. Dissertação (Mestrado em Alimentação, Nutrição e Saúde) - Instituto de Nutrição, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17463
Data de defesa: 28-Jul-2020
Aparece nas coleções:Mestrado em Alimentação, Nutrição e Saúde

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Tamara Vilhena Teixeira - 2020 - Completa.pdf842,57 kBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons