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Tipo do documento: Tese
Título: Para construir a nação se precisa matar a tribo? Tentativas de (in)visibilização da diferença no currículo moçambicano
Título(s) alternativo(s): To build the nation, do you need to kill the tribe? Attempts to make the difference (in)visible in the Mozambican curriculum
Autor: Nhantumbo, Hermínio Ernesto 
Primeiro orientador: Pereira, Talita Vidal
Primeiro membro da banca: Macedo, Elizabeth Fernandes de
Segundo membro da banca: Frangella, Rita de Cassia Prazeres
Terceiro membro da banca: Oliveira, Thiago Ranniery Moreira de
Quarto membro da banca: Oliveira, Iris Verena Santos de
Resumo: Esta produção discursiva tem como objetivo problematizar os limites de uma política curricular ao serviço de um projeto civilizatório, pensado à margem das diferenças e que tem como horizonte a identidade de um “sujeito luso-moçambicano. Essa problematização parte da compreensão de que a história da educação oficial em Moçambique tem sido marcada, tanto durante a colonização (1926-1974) assim como após a Independência Nacional (1975-2015), pela produção de um currículo com pretensões de fixar a identidade nacional. No tempo do colonizador, tratava-se de uma identidade orientada pelos padrões europeus, onde os poucos que se formaram como Assimilados e, portanto, considerados cidadãos portugueses serviram de justificativa para o discurso de “inclusão” nas políticas educativas coloniais em si excludentes. No período pós-independência, subdividido em dois momentos: (1975-1990) a educação devia constituir o Homem-novo que abandonasse as suas práticas tribais para construir a nação moçambicana; Enquando no momento seguinte (1990-2015), por conta da aprovação da nova Constituição da República que introduz uma democracia multipartidária e abre espaço para políticas de cunho neoliberais ingerirem-se no ensino, a educação passa a orientar que os seus currículos produzam o Homem empreendedor, capaz de se preparar para conduzir o seu futuro de forma autônoma. Apesar do aparente antagonismo existente entre projetos tão diferenciados, no que diz respeito à ênfase dada ao seu foco identitários, eles têm em comum o objetivo/a pretensão de superar/eliminar os valores tribais assumidos como ameaça à construção de uma nova sociedade. Com base em aportes teóricos das teorias pós-críticas, particularmente pós-estruturalismo, pós-colonialismo (foi a principal para esta tese) e pós-fundacionalismo, defendemos as singularidades de diferença que articulam os sujeitos diversos nos processos de diferenciação. Argumentamos que em todas as tentativas de fixação identitária ocorrem, forçosamente, negociações com o Outro que se constitui no momento da enunciação. Por isso, a emergência do discurso de edificação de Estado-nação é entendida como uma via de “apaziguamento/apagamento” dos conflitos/antagonismos étnicos, tribais, isto é, como uma forma de apagar a política entendida como“ o conjunto de práticas e instituições por meio das quais uma ordem é criada, organizando a coexistência humana no contexto conflituoso produzido pelo político ”. Sendo o currículo o locus a partir do qual os projetos de fixação de identidades são articulados, ele se mostra incapaz de cumprir esse papel, na medida em que, como uma enunciação cultural, subverte todas as lógicas opriorísticas a partir do hibridismo, em devir ou espaços abertos de nogociação. Nesse domínio, argumento em defesa de um currículo baseado na diferença e não na diversidade como tem sido defendido pelo discurso oficial.
Abstract: This discursive production intends to problematize the limits of a curricular policy at the service of a civilizing project thought out of the differences, whose horizon is the identity of a “Luso-Mozambican subject. This problematization is based on the understanding that the history of official education in Mozambique has been marked, both during colonization (1926–1974) and after National Independence (1975–2015), by the production of a curriculum with the intention of establishing national identity. In the colonizer's time, it was an identity guided by European standards, where the few who were formed as Assimilated and, considered Portuguese citizens, served as justification for the discourse of “inclusion” in colonial educational policies. In the post-independence period, subdivided into two moments: (1975-1990) education should constitute the New Man who abandoned his tribal practices to build the Mozambican nation; while in the following moment (1990–2015), due to the approval of the new constitution of the Republic, which introduces a multi-party democracy and makes room for neoliberal policies to intrude into teaching, education starts to guide that its curricula produce the Enterprising man, able to prepare himself to lead his future autonomously. Despite the apparent antagonism that exists between such different projects with regard to the emphasis given to their identity projects, they have in common the objective/pretension of overcoming/eliminating the tribal values assumed as a threat to the construction of a new society. Based on theoretical contributions from post-critical theories, particularly post-structuralism, post-colonialism (it was the main one for this thesis) and post-foundationalism, we defend the singularities of difference that articulate different subjects in the processes of differentiation. We argue that in all attempts to establish identity, there is, necessarily, negotiations with the Other that is constituted at the moment of enunciation. Therefore, the emergence of the discourse of building the Nation-State is understood as a way of “appeasement/erasing” of ethnic and tribal conflicts/antagonisms, that is, as a way of erasing politics understood as “the set of practices and institutions through which an order is created, organizing human coexistence in the conflictual context produced by the politician ”. As the curriculum is the "locus" from which the projects of fixing identities are articulated, it proves to be incapable of fulfilling this role, while, as a cultural enunciation, it subverts all aprioristic logics from hybridism, in becoming or spaces open trading. In this domain, I argue in defense of a curriculum based on difference and not on diversity as has been defended by official discourse.
Palavras-chave: Educação
Currículo
Moçambique
Políticas Curriculares moçambicanas
Cultura
Nação
Tribo e Diferença
Mozambican curriculum policies
Curriculum
Culture
Nation
Tribe and Difference
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::CURRICULO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Citação: NHANTUMBO, Hermínio Ernesto. Para construir a nação se precisa matar a tribo?: tentativas de (in)visibilização da diferença no currículo moçambicano. 2021. 187 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17539
Data de defesa: 14-Dez-2021
Aparece nas coleções:Doutorado em Educação

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