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Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17694
Tipo do documento: Dissertação
Título: Experiências socioculturais do sofrimento: refugiados congoleses no município do Rio de Janeiro
Título(s) alternativo(s): Sociocultural experiences of suferring: congolese refugees in the city of Rio de Janeiro
Autor: Siqueira, Fabiana Chicralla 
Primeiro orientador: Ortega, Francisco Javier
Primeiro membro da banca: Cárdenas, Claudia Mercedes Mora
Segundo membro da banca: Torrente, Monica de Oliveira Nunes de
Terceiro membro da banca: Müller, Manuella Rodrigues
Resumo: Esta dissertação é um estudo qualitativo, de abordagem etnográfica, composto por observação participante e entrevistas, realizado no bairro de Brás de Pina – território que, na época, contava com o maior número de congoleses no município do Rio de Janeiro. Este estudo tem por objetivo investigar como os congoleses lidam com a experiência de sofrimento e mal-estar – não necessariamente associados à patologia — para, em seguida, compreender os principais desafios vivenciados pelos refugiados e solicitantes de refúgio da República Democrática do Congo (RDC) quando em território brasileiro. A análise atribui considerável importância ao colonialismo, por entender que nesse período estão as raízes da lógica neoliberal que provoca tão profundas desigualdades e expulsam milhões de pessoas de sua terra de origem, sobretudo em países da África, como a RDC. A situação na RDC é uma das mais complexas e desafiadoras em todo o mundo, com conflitos que já perduram décadas, impactando diferentes âmbitos do país. Indubitavelmente, são diversos os desafios enfrentados pela população congolesa durante o processo migratório, sendo em alguns casos necessária a assistência à saúde mental. No entanto, o que esta pesquisa busca apontar é a importância em contextualizar a experiência de sofrimento, entendendo que a sua vivência por refugiados e solicitantes de refúgio não está necessariamente atrelada ao passado, mas também a todo cenário de violências e discriminações vivenciadas no país de acolhida. A partir da análise interseccional, foi possível compreender que as discriminações vivenciadas por essa população, com isso expostas a um lugar marginal na sociedade, são continuidades de uma lógica de exploração e dominação que alicerçam as bases de uma sociedade machista e racista desde o período colonial tanto na RDC quanto no Brasil. É exatamente a intersecção de opressões e discriminações — quanto à raça, nacionalidade, classe e gênero — que afetam a vida dos refugiados e solicitantes de refúgio congoleses que estão no Rio de Janeiro, dificultando sua integração social e acirrando sua marginalização. Este cenário tem se tornado um empuxo para a saída da população congolesa do Brasil, que se lançam a outros países em busca de sobrevivência e vida digna.
Abstract: This dissertation is a qualitative study, with an ethnographic approach, consisting of participant observation and interviews, carried out in the neighborhood of Brás de Pina – a territory which, at the time, had the largest Congolese population in the city of Rio de Janeiro. This study aims to investigate how this group deals with the experience of suffering and ill-being — not necessarily pathologically associated — to then understand the main challenges experienced by refugees and asylum seekers in the Democratic Republic of Congo (DRC) when in Brazilian territory. The analysis assigns considerable importance to colonialism, as it understands that in this period are the roots of neoliberal logic that created deep inequalities and expelled millions of people from their homeland, especially in African countries such as the DRC. The situation in the DRC is one of the most complex and challenging in the world, with conflicts that have lasted for decades, spreading great consequences to different areas of the country. Undoubtedly, the challenges faced by the Congolese population during the migration process are diverse and sometimes require mental health care aid. Nonetheless, what this research seeks to point out is the importance of contextualizing the experience of suffering, understanding that their experience as refugees and asylum seekers is not necessarily linked to the past, but also connects with the scenario of violence and discrimination experienced in the country of arrival. From the intersectional analysis, it was possible to see that the discrimination experienced by this specific population, which exposes them to a marginal place in society, are continuities of an exploitation and domination logic that has been laying the foundations of a sexist and racist society since the colonial period — both in the DRC and in Brazil. In addition, the intersection of oppression and discrimination — in terms of race, nationality, social status, and gender — affects the lives of Congolese refugees and asylum seekers who live in Rio de Janeiro, hindering their social integration and intensifying their marginalization. This scenario has become an impetus for the Congolese population to leave Brazil, as they move to other countries in search of survival and a decent life.
Palavras-chave: Refugees
Mental health
Pain
Human migration
Refugiados
Saúde mental
Sofrimento
Migração humana
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Citação: SIQUEIRA, Fabiana Chicralla. Experiências socioculturais do sofrimento: refugiados congoleses no Rio de Janeiro. 2021. 152 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Embargado
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17694
Data de defesa: 16-Dez-2021
Aparece nas coleções:Mestrado em Saúde Coletiva



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