Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17770
Tipo do documento: Dissertação
Título: Obesidade e sobrepeso: corpo gordo x corpo ideal. Contribuições da literatura socioantropológica acerca da medicalização do corpo gordo
Título(s) alternativo(s): Obesity and overweight: fat body x ideal body. Contributions from the socio-anthrophological literature on the medicalization of the fat body
Autor: Câmara, Danielle Monteiro 
Primeiro orientador: Russo, Jane Araújo
Primeiro coorientador: Nucci, Marina Fisher
Primeiro membro da banca: Zorzanelli, Rafaela Teixeira
Segundo membro da banca: Alzuguir, Fernanda de Carvalho Vecchi
Terceiro membro da banca: Brandão, Elaine Reis
Resumo: Obesidade e sobrepeso são conceitos médicos para a classificação do excesso de gordura corporal, que se dá a partir de determinados parâmetros numéricos de referência como, principalmente, o Índice de Massa Corporal (IMC). Para a medicina, os indivíduos devem manter seu peso dentro da margem estipulada, tendo em vista que o corpo gordo é considerado doença crônica e fator de risco para o desenvolvimento de comorbidades. Nesse sentido, o corpo magro é valorizado como um corpo saudável e o corpo gordo desvalorizado como doente. Ao mesmo tempo, estar gordo ou gorda é uma condição considerada evitável, o que faz com que estes indivíduos sejam responsabilizados pessoalmente por seu estado físico. Com isso, são desvalorizados também moralmente e estigmatizados, não só pela medicina, mas em todos os âmbitos sociais, sobretudo nas sociedades ocidentais contemporâneas. O corpo magro, por outro lado, do ponto de vista social, é sinal de beleza e signo de distinção, tanto de classe quanto moral. Dessa forma, a magreza fica idealizada num polo e o excesso de gordura corporal repudiado no outro, ou seja, com isso, temos corpo gordo x corpo ideal. Esta dicotomia impacta as relações sociais e políticas, assim como é também uma construção social e resultado de ações políticas. Então, a partir da visão socioantropológica, buscamos pesquisar sobre os atravessamentos sociais acerca do que a medicina chama de sobrepeso e obesidade, problematizando a questão da medicalização do corpo gordo. O nosso campo de investigação foi uma pesquisa bibliográfica de publicações recentes relacionadas à esta temática. O presente trabalho está organizado em três capítulos: o primeiro, dedicado aos pressupostos conceituais; o segundo, ao percurso metodológico e o terceiro, finalmente, trata da análise e discussão dos artigos resultarantes da pesquisa. Os principais temas e conceitos abordados nestes artigos são: obesidade e sobrepeso como questões de gênero, especificamente feminino; sociedades ocidentais como lipofóbicas e obesogênicas; consumo e hiperconsumo; publicidade; indústrias ligadas à alimentação, saúde e moda; corpo magro como ideal; estigma; cultura; racionalidade nutricional como forma de medicalização da comida; corpo gordo como fator de risco em saúde e estilo de vida saudável como meio de prevenção e responsabilização individual. A nossa análise destas abordagens mostrou que a medicalização do corpo gordo tem função para além da promoção da saúde e gestão de riscos, pois envolve a possibilidade de maior aceitação e mobilidade social. Dessa forma, sustenta-se uma intensa pressão social para adequação estética. Consideramos que pode ser positivo promover a diversidade de corpos e politizar a medicalização do corpo gordo, discutindo os diversos interesses em jogo, como os lucros da indústria do emagrecimento.
Abstract: Obesity and overweight are medical concepts for the classification of excess body fat, which is based on certain numerical reference parameters such as, mainly, the Body Mass Index (BMI). For medicine, individuals must maintain their weight within the stipulated range, considering that the fat body is considered a chronic disease and a risk factor for the development of comorbidities. In this sense, the thin body is valued as a healthy body and the fat body is devalued as sick. At the same time, being fat or fat is a condition considered to be preventable, which makes these individuals personally responsible for their physical condition. As a result, they are also morally devalued and stigmatized, not only by medicine, but in all social spheres, especially in contemporary Western societies. The thin body, on the other hand, from a social point of view, is a sign of beauty and a sign of distinction, both class and moral. In this way, thinness is idealized in one pole and excess body fat is repudiated in the other, that is, with that, we have a fat body x ideal body. This dichotomy impacts social and political relations, as well as being a social construction and a result of political actions. So, from the socio-anthropological point of view, we seek to research about the social crossings about what medicine calls overweight and obesity, questioning the issue of medicalization of the fat body. Our field of investigation was bibliographic research of recent publications related to this theme. The present work is organized into three chapters: the first, dedicated to conceptual assumptions; the second, to the methodological course and the third, finally, deals with the analysis and discussion of the articles resulting from the research. The main themes and concepts addressed in these articles are: obesity and overweight as gender issues, specifically female; western societies as lipophobic and obesogenic; consumption and hyperconsumption; publicity; industries linked to food, health and fashion; slim body as ideal; stigma; culture; nutritional rationality as a form of medicalization of food, a fat body as a risk factor in health and a healthy lifestyle as a means of prevention and individual accountability. Our analysis of these approaches showed that the medicalization of the fat body has a function beyond health promotion and risk management, as it involves the possibility of greater acceptance and social mobility. In this way, an intense social pressure for aesthetic adequacy is sustained. We believe that it can be positive to promote the diversity of bodies and politicize the medicalization of the fat body, discussing the various interests at stake, such as the profits of the slimming industry.
Palavras-chave: Obesity
Overweight
Fat body
Medicalization
Risk
Social construction
Anthropology of health
Obesidade
Sobrepeso
Corpo Gordo
Medicalização
Risco
Construção social
Antropologia da saúde
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Citação: CÂMARA, Danielle Monteiro. Obesidade e sobrepeso: corpo gordo x corpo ideal. Contribuições da literatura socioantropológica acerca da medicalização do corpo gordo. 2021. 187 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17770
Data de defesa: 2-Mar-2021
Aparece nas coleções:Mestrado em Saúde Coletiva

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Danielle Monteiro Câmara - 2021 - Completa.pdf1,56 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.