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Tipo do documento: Tese
Título: A fundamentação afetiva da metafísica: medo da morte e ressentimento com o tempo
Título(s) alternativo(s): The affective foundation of metaphysics: fear of death and resentment over time
Autor: Santos, Fábio Candido dos 
Primeiro orientador: Arêas, James Bastos
Primeiro membro da banca: Anachoreta, Maria Inês Senra
Segundo membro da banca: Menezes, Luiz Maurício Bentim da Rocha
Terceiro membro da banca: Andrade, Ricardo Jardim
Quarto membro da banca: Damasceno, Verônica Miranda
Resumo: Este trabalho visa investigar a fundamentação afetiva da metafísica clássica a partir das considerações a respeito elaboradas por Nietzsche, Bergson e Heidegger. Nesta perspectiva, a investigação procede a uma pesquisa da origem da palavra e de seu desenvolvimento historial materializado nas especulações de Platão e Aristóteles bem como daqueles que os precederam filosoficamente. A instalação de uma ideia transcendente e inteligível de Ser contraposta a uma concepção de real como física e, sobretudo, temporal, se mostra como a medida do surgimento do pensamento metafísico. Visando compreender as razões desta configuração, a investigação se volta para o escrutínio das principais concepções de tempo observadas na metafísica clássica. O desejo de domesticar o tempo para dominar a realidade, entendida a partir da operação desta vontade como presença permanente, isto é, enquanto uma espécie de presente atemporal, é identificada como a origem da separação de tempo e Ser que determinará a metafísica. Na base deste desejo se observa, com Bergson, que o presente permanente metafísico não passa de um passado recortado e fixado pela razão, ou seja, da imobilização artificial da realidade movente em inteligíveis, tendo Zenão e Platão como principais artífices do expediente. Esta configuração é explicada por Heidegger como resultante de uma modificação na relação originária do homem com o real a partir de Platão. Na base desta mudança, contudo, a ação de um afeto: o medo da morte. Por temer seu desaparecimento, o homem metafísico funda um além de forma a se defender da finitude e relega a temporalidade ao status de erro, uma vez que é a responsável pelo findar da existência. O Fédon de Platão mostrar-se-á como o marco desta configuração, uma vez que dele emana o desprezo da vida a partir da tese da imortalidade da alma, o principal argumento metafísico a favor da transcendência no post mortem. Sendo origem do devir e, obviamente, da morte, o tempo, a partir da instauração da metafísica, é desprezado e entendido como prejudicial, sendo, por isso, e como demonstra Nietzsche, objeto de ressentimento. Desta forma, o pensamento metafísico se apresenta afetivamente como a consolidação do medo da morte movido pelo ressentimento contra o tempo.
Abstract: This paper aims to investigate the affective grounding of classical metaphysics from the considerations made by Nietzsche, Bergson and Heidegger. In this perspective, the investigation proceeds to a research of the origin of the word and its historical development materialized in the speculations of Plato and Aristotle as well as those that preceded them philosophically. The installation of a transcendent and intelligible idea of Being opposed to a conception of the real as physical and, above all, temporal, shows itself as the measure of the emergence of metaphysical thought. In order to understand the reasons for this configuration, the investigation turns to the scrutiny of the main conceptions of time observed in classical metaphysics. The desire to tame time to dominate reality, understood from the operation of this will as a permanent presence, that is, as a kind of timeless present, is identified as the origin of the separation of time and Being that will determine metaphysics. On the basis of this desire, one observes, with Bergson, that the metaphysical permanent present is nothing more than a jagged past fixed by reason, that is, of the artificial immobilization of the moving reality in intelligible, having Zeno and Plato as the main artificers of the expedient. This configuration is explained by Heidegger as resulting from a change in the original relationship of man with the real from Plato. On the basis of this change, however, the action of an affect: the fear of death. Fearing its disappearance, metaphysical man founds a beyond in order to defend itself from finitude and relegates temporality to the status of error, since it is responsible for the ending of existence. Plato's Phaedo will prove to be the hallmark of this configuration, since from it emanates the contempt of life from the thesis of the immortality of the soul, the main metaphysical argument for postmortem transcendence. Being the origin of becoming and, obviously, of death, time, from the establishment of metaphysics, is despised and understood as harmful, being, as Nietzsche demonstrates, an object of resentment. In this way, metaphysical thinking is presented affectionately as the consolidation of the fear of death driven by resentment against time.
Palavras-chave: Philosophy
Metaphysics
Time
Filosofia
Metafísica
Tempo
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: SANTOS, Fábio Candido dos. A fundamentação afetiva da metafísica: medo da morte e ressentimento com o tempo. 2019. 162 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17872
Data de defesa: 25-Set-2019
Aparece nas coleções:Doutorado em Filosofia

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