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Tipo do documento: Dissertação
Título: Antigos e Modernos: a querela francesa e a disputa pelo gosto no século XVII
Título(s) alternativo(s): Ancien et Moderne: la querelle française et la dispute pour le goût au XVIIe siècle
Autor: Martins, Juliana Timbó 
Primeiro orientador: Nery, Laura Moutinho
Primeiro membro da banca: Gaio, Géssica Goes Guimarães
Segundo membro da banca: Pinto, Fabrina Magalhães
Resumo: Conhecida como querela dos Antigos e dos Modernos do século XVII, a série de debates entre membros da Academia Francesa que movimentou a república das letras nos tempos do Rei-Sol opôs, de um lado, os defensores da exemplaridade da Antiguidade e, de outro, os partidários da legitimidade do gosto e das técnicas modernas na produção artística e literária do período. Entre aqueles que deram ensejo ao embate, Charles Perrault destacou-se não apenas como porta-voz dos autointitulados Modernos, mas também como estopim do imbróglio iniciado com a leitura pública de seu poema Le siècle de Louis, le Grand (1687), onde ousou afirmar a superioridade das diversas áreas do conhecimento de seu tempo em comparação ao legado clássico, alicerce da doutrina artística então representada e defendida por seu rival, Nicolas Boileau-Despréaux. Contrário à prática antiquária que estabelecia como de “bom gosto” somente os produtos culturais que tinham na tradição clássica sua referência, inspiração ou imitação e consciente da individualidade e interioridade dos sujeitos modernos, Perrault esboçou em seus escritos publicados ao longo da contenda uma intrínseca defesa das individualidades e sensibilidades, que, segundo seu pensamento, deveriam se expressar, acima de tudo, nas artes e no gosto, esta faculdade pessoal e subjetiva guiada a um só tempo pelos sentidos, pela razão e pelo coração. Contrapondo, assim, a concepção filosófica e artística classicista então vigente aos discursos literários de Charles Perrault enquanto catalizador do ideal moderno em debate, buscou-se aqui investigar e discutir a querela dos Antigos e dos Modernos do século XVII como episódio precursor de uma estética onde o gosto, juízo sensível, individual e individualizante, se destaca como novo eixo definidor de um belo que não pode mais ser reconhecido apenas pela razão, mas deve ser apreendido também pelo coração. Ora, se, por um lado, os Antigos concebiam cada obra de arte e literatura como um microcosmo interligado e dependente de um macrocosmo exterior, onde os critérios do belo eram racionalmente preestabelecidos e rigorosamente seguidos, por outro, os Modernos concebiam a arte tendo como referência a individualidade, a sensibilidade e a interioridade de seu criador e, principalmente, de seu receptor.
Abstract: Connue comme la «querelle des Anciens et des Modernes», la série de débats entre les savants de l'Académie qui a ému la république des lettres du temps du Roi-Soleil, opposait les défenseurs de l'exemplarité de l'Antiquité et les partisans de la légitimité du goût et des techniques modernes dans la production artistique et littéraire de l'époque. Parmi ceux qui ont donné lieu au conflit, Charles Perrault n'était pas uniquement un porte-parole des autoproclamés Modernes, mais également un élément déclencheur de la querelle à travers la lecture solennelle de son poème Le siècle de Louis, le Grand (1687), où il a osé souligner la supériorité des différents domaines de la connaissance et des arts de son temps par rapport à l'héritage de l'âge classique, qui sous-tend la doctrine artistique alors défendue et représentée par son rival Nicolas Boileau-Despréaux. Contre la pratique antiquaire qui ne définissait comme «bon goût» seulement les produits culturels qui avaient dans les anciens classiques son référence, inspiration ou même imitation, et conscient de l’individualité et de l’intériorité des sujets modernes, Perrault a exposé dans ses écrits une défense intrinsèque des sensibilités qui, selon sa pensée, devraient s’exprimer, surtout, dans les arts et dans le goût, cette faculté personnelle et subjective guidée par les sens, la raison et le coeur. En ce sens, cette étude vise à discuter la querelle des Anciens et des Modernes du XVIIe siècle comme un élément précurseur d'une esthétique où le goût, jugement sensible, individuel et individualisateur, devient l'axe qui définit le beau n'ont plus appréhendé uniquement par la raison, mais également par le coeur. Si, d'une part, les Anciens conçoivent chaque oeuvre d'art et de littérature comme un microcosme interconnecté et dépendant d'un macrocosme externe, où les critères du beau étaient rationnellement préétablis et rigoureusement suivis; d'autre part, les Modernes, comme Perrault, ont conçu l'art ayant comme référence la subjectivité, le sentiment et l'individualité de son créateur et principalement de son récepteur.
Palavras-chave: Charles Perrault
Nicolas Boileau
Goût
Sensibilité
Art
Charles Perrault
Nicolas Boileau
Gosto
Sensibilidade
Arte
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA::HISTORIA MODERNA E CONTEMPORANEA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em História
Citação: MARTINS, Juliana Timbó. Antigos e Modernos: a querela francesa e a disputa pelo gosto no século XVII. 2019. 129 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17919
Data de defesa: 30-Abr-2019
Aparece nas coleções:Mestrado em História

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