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Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17959
Tipo do documento: Dissertação
Título: A questão da dissimetria ética em Emmanuel Levinas e Paul Ricoeur
Título(s) alternativo(s): The problem of ethical dissymmetry in Emmanuel Levinas and Paul Ricoeur
Autor: Uaissone, Messias Miguel 
Primeiro orientador: Garcia, Elena Moraes
Primeiro membro da banca: Britto, Fabiano Lemos
Segundo membro da banca: Rocha, André Luiz Pinto da
Resumo: Emmanuel Levinas usa o termo “dissimetria” no debate acerca do fundamento da ética para afirmar a prioridade da alteridade sobre a subjetividade. A dissimetria ética refere-se à diferença radical entre o eu e outro e que o relacionamento ético entre ambos ocorre por iniciativa do outro que desordena o eu sem precisar de contexto ou permissão. Nessa irrupção do outro, o eu torna-se refém da relação e não pode recusar-se à resposta. O eu pode responder a esse apelo e ser passivo de sua liberdade para ser ativo de sua responsabilidade por outrem. Nesse caso, sua responsabilidade significa sua humanidade messiânica em que se substitui a outrem, sendo o um-para-o-outro, isto é, sendo pelo outro infinitamente, ficando livre da recorrência do retorno a si em cada experiência que ameace sua identidade de presença a si mesmo. O ego é quebrado para que nasça o sujeito humano. A negação da responsabilidade pelo outro é fechamento no ser, o que significa ausência de liberdade do eu. Paul Ricoeur vai ampliar essa abordagem para mostrar que tanto o eu como o outro são identidades em ação e que eu e outro são posições flexíveis do ponto de vista hermenêutico: o eu é um outro e este é um eu. Consequentemente, o relacionamento entre ambos não pode ser dissimétrico, mas recíproco (reconhecimento mútuo em estados de paz), pois ambos são igualmente vulneráveis e também podem responder à vulnerabilidade alheia. Ricoeur não encontra na aparição do outro nada que, ontologicamnete, demonstre a reivindicação levinasiana. A lição a reter deste debate é de entender que a proposta de Ricoeur acerca do reconhecimento mútuo em estados de paz é complementar e faz avançar a ideia de dissimetria ética defendida por Levinas. Este coloca a dissimetria como condição do nascimento de uma nova racionalidade baseada na justiça que o terceiro vai requerer. O terceiro exige que a subjetividade aja de forma racional, distribuindo as suas responsabilidades para todos que o exijam. Essa posição aproxima-se da ideia de reconhecimento de Ricoeur, porque essa distribuição que Levinas diz que deve ser proporcional exigirá que também os outros ajam reciprocamente para o eu, como defende Paul Ricoeur.
Abstract: Emmanuel Levinas uses the term "dissymmetry" in the debate about the foundation of ethics to affirm the priority of alterity over subjectivity. Ethical dissymmetry refers to the radical difference between the self and the other and that the ethical relationship between both occurs at the initiative of the other that disorders the self without needing context or permission. In this irruption of the other, the self becomes hostage to the relationship and cannot refuse the response. The self can respond to this call, be passive of its freedom, and be active of its responsibility for another. In this case, his responsibility means his messianic humanity in which he substitutes for another, being one-to-another, that is to say, being by the other infinitely free from the recurrence of the return to himself in each experience that threatens his identity presence to oneself. The ego is broken for the birth of the human subject. The denial of responsibility for the other is closure in the self, which means absence of freedom of the self. Paul Ricoeur will broaden this approach to show that both the self and the other are identities in action and that self and others are flexible positions from the hermeneutic standpoint: the self is another and this is a self. Consequently, the relationship between the two cannot be dissymmetrical but reciprocal (mutual recognition in states of peace), since both are equally vulnerable and can respond to the vulnerability of others. Ricoeur does not find in the appearance of the other anything that, ontologically, demonstrates the Levinasian claim. The lesson to retain from this debate is to understand that Ricoeur's proposal for mutual recognition in states of peace is to complement and advance the idea of ethical dissymmetry advocated by Levinas. This puts dissymmetry as the condition of the birth of a new rationality based on justice that the third will require. The third requires subjectivity to act in a rational manner, distributing its responsibilities to all who require it. This position is close to the idea of recognition of Ricoeur, because the distribution that Levinas says should be proportional will require that others also act reciprocally for the self, as Paul Ricoeur argues.
Palavras-chave: Ethic
Recognition (Philosophy)
Policy
Lévinas, Emmanuel, 1906-1995
Ricoeur, Paul, 1913-2005
Ética
Reconhecimento (Filosofia)
Política
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: UAISSONE, Messias Miguel. A questão da dissimetria ética em Emmanuel Levinas e Paul Ricoeur. 2018. 104 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17959
Data de defesa: 23-Mar-2018
Aparece nas coleções:Mestrado em Filosofia

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