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Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17966
Tipo do documento: Tese
Título: As fronteiras da violência política: movimentos sociais, militares e as representações sobre a ditadura militar (1970-1988)
Título(s) alternativo(s): The borders of political violence: social movements, military and the representations about the military dictatorship (1970-1988)
Autor: Lima, Lucas Pedretti 
Primeiro orientador: Szwako, José Eduardo Leon
Primeiro membro da banca: Menezes, Palloma Valle
Segundo membro da banca: Hollanda, Cristina Buarque de
Terceiro membro da banca: Lopes, José Sérgio Leite
Quarto membro da banca: Azevedo, Desiree de Lemos
Quinto membro da banca: Santos, Flavia Medeiros
Resumo: Nesta tese, investigo a construção social das representações sobre a ditadura militar no Brasil. Para tanto, analiso como, ao longo dos anos 1970 e 1980, os movimentos sociais e os militares protagonizaram uma disputa em torno das formas de narrar, classificar e categorizar as violências do Estado ditatorial. Parto de uma leitura crítica das abordagens historiográficas e jurídicas usualmente utilizadas para analisar a questão, entendendo que, dentre outros limites, elas têm tido pouca capacidade de compreender o processo de construção dos sentidos das categorias nativas mobilizadas pelos atores. No lugar dessas perspectivas, recorro a referências teóricas da sociologia dos movimentos sociais, da sociologia da violência e de etnografias dedicadas a compreender a mobilização política em contextos marcados pela violência. Empiricamente, a pesquisa se sustenta a partir dos acervos dos movimentos sociais e dos órgãos de repressão da ditadura, tomando como fonte primária fundamental documentos escritos. A investigação se inicia na virada dos anos 1960, quando parte das oposições começou a mobilizar um novo vocabulário para enquadrar as violências dos agentes do regime. Apresentando as torturas, mortes e desaparecimentos forçados como violações aos direitos humanos, esses setores começaram a obter uma crescente legitimidade pública para suas denúncias. No curso desse processo, emergiram categorias como presos políticos, mortos e desaparecidos políticos, familiares de mortos e desaparecidos políticos. A elas, se contrapunham as categorias formuladas pelos militares, tais como subversivos e terroristas. A hipótese a ser perseguida no curso da tese é a de que o resultado desses conflitos simbólicos foi o estabelecimento de uma forma particular de se referenciar à violência estatal que se voltou contra as oposições ao longo do regime ditatorial, que nomeio como a gramática da violência política. Esta gramática confere a essa forma de ação violenta do Estado uma natureza específica, que a distingue de outras. Assim, abre caminho para que essa violência possa ser reconhecida como ilegítima e, portanto, digna de algum tipo de reparação. A análise se encerra em 1988, quando a nova Constituição consolidou o repúdio simbólico à violência política.
Abstract: This thesis aims to investigate the social construction of representations about the military dictatorship in Brazil. In order to do so, it analyzes how social movements and the military led a dispute over the ways of narrating, classifying and categorizing the violence of the dictatorial State throughout the 1970s and 1980s. It begins with a critical reading of the historiographical and legal approaches usually adopted to analyze the matter, understanding that, among other limitations, they have had little ability to fully explain the process of construction of the meanings of the native categories mobilized by the actors. In lieu of these perspectives, this work utilizes theoretical references from the sociology of social movements, from the sociology of violence and from ethnographies dedicated to understanding political mobilization in contexts marked by violence. Empirically, the research is based on written documents produced both by social movements and military repressive institutions. The investigation starts in the turn of the 1960’s, when part of the opposition began to mobilize a new vocabulary to frame the regime’s violence. By denouncing torture, murders and enforced disappearances as human rights violations, these actors began to gain increasing public legitimacy for their complaints. During this process, categories such as political prisoners and political dead and disappeared emerged. Contrastingly, they were opposed by the categories formulated by the military, such as subversives and terrorists. The hypothesis to be pursued is that the result of these symbolic conflicts was the establishment of a particular way of referring to the State-led violence that turned against oppositions throughout the dictatorial regime: the political violence grammar. This grammar assigns a specific and distinctive nature to this form of violence. Thus, it provides the means for this State-led violence to be recognized as illegitimate and, therefore, worthy of reparation. The analysis ends in 1988, when the new Constitution consolidated the symbolic repudiation of political violence.
Palavras-chave: Military dictatorship
Social movements
Human rights
Political violence
Ditadura militar
Movimentos sociais
Direito humanos
Violência política
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Programa: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Citação: LIMA, Lucas Pedretti. As fronteiras da violência política: movimentos sociais, militares e as representações sobre a ditadura militar (1970-1988). 2022. 354 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17966
Data de defesa: 25-Mar-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Sociologia

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