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Tipo do documento: Tese
Título: Da biopolítica das fronteiras raciais à abolição da segurança
Título(s) alternativo(s): De la biopolitique des frontières raciales à l’abolition de la sécurité
Autor: Grabois, Pedro Fornaciari 
Primeiro orientador: Portocarrero, Vera Maria
Primeiro membro da banca: Rodrigues, Heliana de Barros Conde
Segundo membro da banca: Junior, Renato Nogueira dos Santos
Terceiro membro da banca: Lobo, Rafael Haddock
Quarto membro da banca: Almeida, Fábio Py Murta de
Resumo: Esta tese tem por objetivo analisar as condições de possibilidade dos racismos, e especificamente do racismo antinegro no Brasil contemporâneo, bem como as condições de seu enfrentamento. Ao tomar como fio condutor as relações entre processos de securitização e de racialização da vida, o trabalho se divide em quatro etapas principais. A primeira delas analisa as relações entre racismo de Estado e biopoder numa releitura crítica das hipóteses foucaultianas, enfatizando o papel que os discursos de raça e sexualidade desempenharam nos processos de colonização e seu impacto sobre a conformação do próprio mundo europeu moderno. Neste momento, questões de gênero e de classe são também destacadas em suas intersecções com o racismo colonial. Na segunda etapa, analisa-se especificamente o papel dos racismos na condução das políticas de morte (necropoder). Coube aí pensar não apenas a experiência do nazismo, mas também chamar a atenção para o genocídio antinegro, evidenciando-se: de um lado, o papel desempenhado pelos enquadramentos racializados das populações na regulação do luto pelas vidas perdidas; de outro, a possibilidade de contestação desses regimes representacionais através de lutas sociais e políticas. Na terceira etapa, algumas pistas deixadas pela pesquisa historiográfica brasileira são utilizadas para elencar elementos do desenvolvimento histórico das tecnologias de segurança e de população direcionadas a controlar corpos e subjetividades. Verificou-se, então, que a governamentalidade colonial se desenvolveu e se atualizou através da produção política e discursiva da mestiçagem como estratégia biopolítica de embranquecimento e assimilação. Na última etapa, a securitização e a racialização da vida no Brasil contemporâneo são analisadas em seu atravessamento explícito com as políticas de Segurança Pública amparadas pelo Sistema de Justiça Criminal e pela lógica da “guerra às drogas”. Ao pensar os limites das propostas de conciliação entre segurança e cidadania no início dos anos 2000, reconhece-se sua incapacidade de fazer frente aos racismos, direcionados sobretudo aos/às moradores/as de favelas e periferias e às populações negras e não-brancas em geral. Diante desse diagnóstico, a tese avança na discussão de uma possível abolição da segurança, investigando as condições de possibilidade de ruptura com a vigilância racial, que é constitutiva da gestão dos ilegalismos e das formas de criminalização e segregação. As conclusões da tese apontam para uma conexão entre o enfrentamento do racismo e a abolição da segurança por meio de um investimento ético-político numa educação não normativa do desejo, capaz de inventar modos de vida antirracistas, isto é, formas de vida que questionem a branquitude como episteme universal.
Abstract: L’objectif de cette thèse est d’analyser les conditions de possibilite des racismes, et plus précisément du racisme antinoir au Brésil contemporain, ainsi que les conditions de sa confrontation. En prenant comme fil conducteur les relations entre processus de securitisation et de racialisation de la vie, le travail est divisé en quatre étapes principales. La première étape analyse les relations entre racisme d’État et biopouvoir selon une revue critique des hypothèses foucaldiennes, en soulignant le rôle joué par des discours de race et de sexualité dans les processus de colonisation et son impact sur la conformation même du monde européen moderne. En ce moment, questions de genre et de classe sont aussi détachées à leurs carrefours avec le racisme colonial. Dans la deuxième étape, on analyse spécifiquement le rôle des racismes dans la conduite des politiques de mort (nécropouvoir). Au-delà de l’expérience du nazisme, cette étape atire l’attention sur le génocide antinoir, montrant: d’un côté, le rôle joué par les encadrements racialisés des populations dans la régulation du deuil pour les vies perdues; de l’autre côté, la possibilité de contestation de ces régimes de représentation à travers les luttes sociales et politiques. Dans la troisième étape, quelques índices laissés par la recherche historiographique brésilienne sont utilisés pour énumerer des éléments du développement historique des technologies de sécurité et de population visant à controler les corps et les subjectivités. On a vérifié, alors, que la gouvernementalité coloniale s’est développée e s’est actualisée par la production politique et discursive du métissage comme stratégie biopolitique de blanchiment e d’assimilation. Dans la dernière étape, la sécuritisation et la racialiasation de la vie au Brésil contemporain sont analysées dans son croisement explicite avec les politiques de Sécurité Publique soutenues par le Système de Justice Pénale e par la logique de “guerre contre la drogue”. En réfléchissant aux limites des propositions de conciliation entre sécurité et citoyenneté du début des années 2000, on reconnait leur incapacité de faire face aux racismes, dirigés vers les habitants des favelas et des périphéries et vers les populations noires et non-blanches en général. Face à ce diagnostique, la thèse avance um débat sur une possible aboltion de la sécurité, en recherchant les conditions de possibilite de rupture avec la vigilance raciale, qui est constitutive de la gestion des illégalismes et des formes criminalisation et de ségrégation. Les conclusions de la thèse indiquent une connexion entre le combat au racisme et l’abolition de la sécurité par l’investissement éthique et politique dans une éducation non normative du désir, capable d’inventer des modes de vie antirracistes, c’est-à-dire, des formes de vie qui interrogent la blanchitude comme épistémé universelle.
Palavras-chave: Biopolitique
Gouvernementalité coloniale
Nécropouvoir
Racismes
Sécurité
Biopolítica
Governamentalidade colonial
Necropoder
Racismos
Segurança
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA::ETICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: GRABOIS, Pedro Fornaciari. Da biopolítica das fronteiras raciais à abolição da segurança. 2019. 278 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17971
Data de defesa: 3-Set-2019
Aparece nas coleções:Doutorado em Filosofia

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