Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18343
Tipo do documento: Tese
Título: Byung-Chul Han e Hannah Arendt: ensaio de crítica da “autonomia” no contemporâneo
Título(s) alternativo(s): Byung-Chul Han and Hannah Arendt: a critical essay about the “autonomy” in the contemporary
Autor: Damasceno, Bianca dos Santos 
Primeiro orientador: Cabral, Alexandre Marques
Primeiro membro da banca: Nova, Marco Antonio dos Santos Casa
Segundo membro da banca: Ferreira Junior, Paulo Gil
Terceiro membro da banca: Mattar, Cristine Monteiro
Quarto membro da banca: Lyra Netto, Edgar de Brito
Resumo: Esta pesquisa é um ensaio de crítica da noção de “autonomia” fabricada pelo sistema hegemônico neoliberal do século XXI no Ocidente. Uma abordagem filosófica de natureza temático-autoral que visa transpor o debate socioeconômico, abrindo espaço de compreensão ôntico-ontológica, a partir das obras de Byung-Chul Han e Hannah Arendt, sobre essa nova modulação de “sociedade de autônomos” que torna cidadãos “empresários de si”, em meio à desassistência total. No cenário em que a autonomia é posta como sinônimo de “individualismo-empreendedor”, o modo de ser que se cobra para este século é o do “sujeito do desempenho” da psicopolítica, emancipado de qualquer entidade que não seja o próprio indivíduo, com uma automedida posicionada por mera idealização narcísica. Nesse sentido, sociedade vira mercado, cidadão vira consumidor-competidor, laço social vira networking. Essa existência submetida à autossuperação contínua vive sem pausa, em tensão e ansiedade até o esgotamento, não conseguindo viabilizar profundidade hermenêutica nem consigo, nem com o outro. Sem vínculo e pertencimento, segundo Byung-Chul Han, os “infartos psíquicos” tornam-se generalizados e doenças como burnout, depressão, estresse e insônia passam a exigir atenção prioritária, ao mesmo tempo em que o entretenimento oferecido pelo panóptico digital captura a todos, via smartphones e redes sociais. Um entorpecimento que disfarça a carga pesada dessa “autonomia” enquanto “exasperação do indivíduo”, em que a autoafirmação e a afirmação sobre o outro estão, preponderantemente, não só no trabalho, mas por toda parte − na saúde, na moradia, na amizade, na relação afetiva etc. Esta pesquisa defende a tese de que é possível utilizar o próprio argumento do “primado da autonomia” para subverter essa noção, sem apontar prescrições ou fórmulas de saída para o conceito. Antes, promover resistência ao individualismo niilista − o que em Hannah Arendt relaciona-se com as noções de alienação e desmundanização do mundo −, especialmente no que tange a clichês, lógicas calculantes e ditadura de comportamentos. Trata-se, na verdade, de reinscrever a noção de autonomia pela compreensão arendtiana de Política, tendo por base o eixo de excelência da condição humana: o “pensamento”, a “ação” e o "discurso” – articulados pela faculdade do juízo – requalificando a singularidade em meio à pluralidade, a partir de um cuidado de si tramado no cuidado do mundo. Uma “autonomia político-plural”.
Abstract: This research is a critical essay about the notion of “autonomy” produced by the neoliberal hegemonic system of the XXI century in the West. A philosophical approach of authorial-thematic nature which aims at transposing the socioeconomic debate, opening space for an ontic-ontological understanding, based on the works of Byung-Chul Han and Hannah Arendt, about this new modulation of the “society of the self-employed” that converts citizens in “self-exploiters”, amidst a complete lack of assistance. In the setting where autonomy is put as a synonym of “entrepreneurial individualism”, a way of existing that this century requires, “the achievement subject” of the psychopolitics, disconnected from any entity other than the individual himself, with a self-measure positioned by a mere narcissistic idealization. In this sense, society becomes market, a citizen becomes consumer-competitor, social bonding becomes networking. This existence submitted to continuous self-improving continues without stopping, in tension and anxiety to the point of exhaustion, failing to make hermeneutical depth viable neither for oneself, nor the other. Without bonding and belonging, according to Byung-Chul Han, the “psychic infarct” becomes widespread and diseases such as burnout, depression, stress, and insomnia require primary attention, while entertainment offered by the digital panopticon catches all by means of smartphones and social networks. A numbness that disguises the heavy load of this "autonomy" as "the individual's exasperation", in which self-assertion and the assertion about the other are, predominantly, not only at work, but all around - in one's health, home, friendship, loving relationship etc. This research defends the thesis that it is possible to use one's own point of the "primacy of autonomy" to subvert this notion without pointing out prescriptions or formulas for the concept. Instead, it promotes resistance to nihilistic individualism - which for Hannah Arendt is related to the notions of ‘alienation’ and ‘deworldlization’ of the world -, especially regarding commonplace, calculating logics and behavior dictatorship. It is, in fact, a matter of re-applying the notion of autonomy by the Arendtian understanding of Politics, based on the axis of excellence of the human condition: the "thinking", the "action" and the "speech" – articulated by the faculty judging - requalifying the singularity amidst plurality, from a ‘self-care’ woven into the ‘care of the world’. A "political-plural autonomy".
Palavras-chave: Autonomy
Politics
Contemporaneity
Psychopolitics
World
Autonomia
Contemporaneidade
Psicopolítica
Mundo
Política
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
CIENCIAS HUMANAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: DAMASCENO, Bianca dos Santos. Byung-Chul Han e Hannah Arendt: ensaio de crítica da “autonomia” no contemporâneo. 2022. 299 f. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18343
Data de defesa: 2-Jun-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Filosofia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Bianca dos Santos Damasceno - 2022 - Completa.pdf2,1 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.