Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18510
Tipo do documento: Tese
Título: O conceito de vida nas Ciências Biológicas
Título(s) alternativo(s): The concept of life in Biological Sciences
Autor: Ramos, Roberto Santos 
Primeiro orientador: Marques, Edgar da Rocha
Primeiro membro da banca: Silva, Joedson Marcos
Segundo membro da banca: Ruiz, Carlos Martínez
Terceiro membro da banca: Videira, Antonio Augusto Passos
Quarto membro da banca: Chediak, Karla de Almeida
Resumo: O que é vida? Esta pergunta certamente transcorreu a história da civilização até os dias atuais, ensejando a busca por respostas, desde o homem comum até cientistas e filósofos. Em épocas remotas, alguns filósofos admitiam ser um fenômeno da enteléquia que anima a matéria. Na visão materialista, a vida se mostra como uma forma particular da existência cujos processos metabólicos obedecem a leis determinadas, verificadas através da experiência objetiva. Ainda, assim, tal questionamento permanece até a atualidade, momento em que a exploração espacial, as tecnologias de informação e comunicação avançadas, e manipulação de DNA, dentre outras descobertas, são realidades que igualmente reacendem o debate sob novas vertentes. Na biologia, a vida constitui-se como objeto empírico central, tendo como tese dominante a de que ela se atrela a um fenômeno natural, pautado em propriedades operacionais, o que dificulta a definição para a discussão de um conceito de vida, por ser esta entidade uma reificação do processo de viver. A presente tese visa contribuir para a discussão do conceito de vida, através da análise filosófica. Com isso, por meio da presente pesquisa, resgatou-se algumas noções de vida a partir de sua origem, recorrendo aos mitos como tese explicativa, seguida pelo embate entre vitalistas e fisicalistas como forma de levantar os aspectos teóricos dessa discussão que se intensificou a partir do século XVII. Ainda, assim, fruto desse embate, o organicismo associado ao emergentismo, posição filosófica materialista e não reducionista surge como terceira via na tentativa de explicar o fenômeno vida. Nesse seguimento, fez-se necessário recorrer à teoria de conceitos, delineando-a a partir dos domínios da ciência e, mais especificamente, na biologia, considerando seus padrões explicativos por se tratar de uma ciência autônoma. Adicionalmente, endossamos e/ou ressignificamos requisitos necessários para a caracterização do conceito de vida, como generalidade, coerência, não vitalismo, elegância conceitual e especificidade. Com intuito de organizar e sistematizar as diferentes concepções de vida e seus respectivos autores, foi formulado um quadro, classificando-as em fortes, fracas e negacionistas. Além disso, como forma de tematizar o presente debate, reforçado pela pandemia do COVID-19, recorreu-se aos vírus que não se enquadram à teoria celular, localizandos na fronteira da vida e não vida. As concepções de Dupré acerca do metabolismo colaborativo e da ontologia do processo, intermediaram a proposição de um conceito de vida entre as concepções fortes e fracas. Como conclusão do presente trabalho, sugerimos a vida como uma hierarquia de processos biológicos colaborativos, que se estabilizam mutualmente conforme as contingências presentes na teia de sistemas integrados, com capacidade de formar linhagens sujeitas às pressões seletivas, resultando em neguentropismo, coevolução biológica e homeostasia. Com isso reafirmamos o processo no continuum da vida que vê nos sistemas vivos, hierarquias de processos em uma variedade de escalas temporais e espaciais.
Abstract: What is life? This question has certainly spanned the history of civilization until the present day, prompting the search for answers, from the common man to scientists and philosophers. In ancient times, some philosophers admitted that it was a phenomenon of the enthelechy that animates matter. In the materialist vision, life is shown as a particular form of existence whose metabolic processes obey determined laws, verified through objective experience. Even so, this questioning remains until today, when space exploration, advanced information and communication technologies, and DNA manipulation, among other discoveries, are realities that also rekindle the debate under new aspects. In biology, life is constituted as a central empirical object with the dominant thesis that it is linked to a natural phenomenon, based on operational properties, which makes it difficult to define a concept of life, since this entity is a reification of the process of living. The present thesis aims to contribute on the problematic of the concept of life, through philosophical analysis for the conception of a concept that helps to overcome the problems of its formulation. With this, by means of the present research, some notions of life were rescued, starting from its origin, resorting to myths as an explanatory thesis, followed by the clash between vitalists and physicalists as a way of raising the theoretical aspects of this discussion, which intensified from the XVII century on. Still, as a result of this clash, organicism associated with emergentism, the philosophical position of this current, emerges as the third way in the attempt to explain the phenomenon of life. In this sequence, it was necessary to resort to the theory of concepts, delineating it from the domains of science, and more specifically in biology, considering its explanatory patterns because it is an autonomous science. Additionally, we endorsed and/or re-signified necessary requirements for the definition of the concept of life, such as generality, coherence, non-vitalistic, conceptual elegance, specificity, and the process as inherent to life. In order to organize and systematize the different conceptions of life and their respective authors, a chart was formulated, classifying them as strong, weak, and non-existent. Moreover, as a way of thematizing the present debate, reinforced by the COVID-19 pandemic, we resorted to viruses that do not fit the cell theory, being located on the borderline of life and non-life. Dupré's conceptions about collaborative metabolism and process ontology intermediated the proposition of a concept of life between strong and weak conceptions. As a conclusion of the present work, we suggest life as a hierarchy of collaborative biological processes, which mutually stabilize according to the contingencies present in the web of integrated systems, with the capacity to form lineages subject to selective pressures, resulting in negentropism, biological co-evolution and homeostasis. In doing so, we reaffirm the process in the continuum of life that sees in living systems, hierarchies of processes at a variety of temporal and spatial scales.
Palavras-chave: Life
Concept
Philosophy
Biology
Vida
Conceito
Filosofia
Biologia
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Citação: RAMOS, Roberto Santos. O conceito de vida nas Ciências Biológicas. 2022. 160 f. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18510
Data de defesa: 23-Mar-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Filosofia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Roberto Santos Ramos - 2022 - Completa.pdf1,12 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.