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Tipo do documento: Tese
Título: A mãe de 30 anos: Maternidades e divisão sexual do trabalho
Título(s) alternativo(s): The 30-year-old mother: Maternity and sexual division of labour
Autor: Antunes, Daléa Soares 
Primeiro orientador: Araújo, Clara Maria de Oliveira
Primeiro membro da banca: Soares, Maira Covre-Sussai
Segundo membro da banca: Guedes, Moema de Castro
Terceiro membro da banca: Picanço, Felícia Silva
Quarto membro da banca: Araújo, Anna Bárbara
Resumo: Neste estudo, comparamos a sobrecarga e o salário-hora de mães e não mães a fim de identificar possíveis correlações entre maternidade e divisão sexual do trabalho. À luz da perspectiva da consubstancialidade, os resultados foram analisados por idade, parentalidade, momento da primeira maternidade, escolaridade e cor ou raça, para os períodos 2006- 2009 e 2016-2019 – tanto por tabelas de médias simples quanto por regressões lineares, baseadas em Heckman (1979). A escolaridade nos serviu de proxy para a renda. Nos baseamos em estudos empíricos adeptos à teoria do capital humano, mas também em ressalvas feitas pela sociologia e pela economia feminista. Encontramos que a maternidade com 30 anos ou mais está, por um lado, associada a bônus salarial crescente e, por outro, ao aumento da sobrecarga para mulheres com nível superior e brancas, ao longo dos anos analisados. Assim, com a sobrevalorização de instrumentos que buscam medir resultados mais no âmbito do mercado de trabalho, uma maternidade - considerada mais reflexiva - pode estar sendo sustentada em jornadas de trabalho cada vez mais intensivas. Chamamos atenção para o fato de a maternidade com 30 anos ou mais aproximar mães mais e menos privilegiadas socioeconomicamente em termos de horas gastas com o trabalho doméstico, mas, ao contrário, salarialmente, ela deixaria essas mulheres ainda mais desiguais - o que coloca novos desafios para entender como as opressões estruturais se comunicam em termos de divisão sexual do trabalho. Entendemos, por conseguinte, que o trabalho assalariado e o doméstico estão relacionados e a mudança em um exige que o outro também se transforme para uma divisão sexual do trabalho mais justa. Esse estudo pretende contribuir para a valorização do trabalho feito em casa e, por isso, defende a maternidade como um bem social, que beneficia a sociedade como um todo. Finalmente, percebemos como urgente a reflexão sobre o que entendemos como maternidade reflexiva, quando as mães que tiveram filho com 30 anos, a despeito de bonificações salariais, acumularam cargas de trabalho crescentes. A racionalidade econômica e o feminismo mainstreaming, centrados na libertação via mercado, parecem não compreender como os valores de gênero seguem orientando as relações sociais de sexo e, consequentemente, a divisão sexual do trabalho para todos os grupos de mães aqui analisados.
Abstract: In this study, the second shift and the hourly salary of mothers and non-mothers are compared to identify possible correlations between maternity and sexual division of labour. Considering the perspective of consubstantiality, results were analysed by age, parental status, moment of first maternity, schooling, and colour or race, for the time periods of 2006-2009 and 2016-2019 – both by simple average charts and by linear regressions, based on Heckman (1979). Schooling served as a proxy for income. The study is based on empirical studies that adopt human capital theory, but also on caveats made by feminist sociology and economics. Results showed that maternity at 30 years old and over is associated with, on the one hand, increased salary bonus, and on the other, increased work overload for white women with college degrees, along the periods under analysis. Thus, as instruments to measure results in the work market are overvalued, maternity – considered more reflexive – may be sustained on increasingly intensive workdays. The study notes that delayed maternity approximates more and less socioeconomically privileged mothers in terms of hours spent in domestic labour, but, reversely, makes these two groups even more unequal in terms of salary – which brings new challenges to understanding how structural oppressions communicate with each other in terms of sexual division of labour. It is understood therefore that salaried and domestic work are related and a change in one requires the other to transform if the goal is a more fair sexual division of labour. This study intends to contribute to value domestic work and, therefore, defends maternity as a social asset that benefits society as a whole. Finally, it is urgent to reflect on what is understood in the study as reflexive maternity, when mothers who had their children at 30 years old accumulate growing workloads despite salary increases. Economic rationality and liberal feminism, centred on liberation through the market, seem to not understand that gender values remain guiding social relations of sex and, consequently, the sexual division of labour for all the groups of mothers analysed in this study.
Palavras-chave: Maternity
Consubstantiality
Salary penalty
Social relations of sex
Sexual division of labour
Maternidade
Consubstancialidade
Penalidade salarial
Relações sociais de sexo
Divisão sexual do trabalho
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA
CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Citação: ANTUNES, Daléa. A mãe de 30 anos: Maternidades e divisão sexual do trabalho. 315 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18602
Data de defesa: 11-Mai-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Ciências Sociais

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