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Tipo do documento: Tese
Título: “Sem trabalho não, você não é nada”: Adoecimento pela aposentadoria como produto do sentido do trabalho alienado
Título(s) alternativo(s): “Without work, you are nothing”: Illness due to retirement as a product of the meaning of alienated work
Autor: Robaina, Conceição Maria Vaz 
Primeiro orientador: Matos, Maurílio Castro de
Primeiro membro da banca: Bravo, Maria Inês Souza
Segundo membro da banca: Granemann, Sara
Terceiro membro da banca: Vasconcellos, Luiz Carlos Fadel de
Quarto membro da banca: Behring, Elaine Rossetti
Resumo: A presente tese trata do adoecimento pela aposentadoria como um produto do sentido do trabalho alienado. O aumento da expectativa de vida da população brasileira, articulado com o acesso ao emprego formal e à previdência social por parcela dos trabalhadores, ampliou o tempo em que se vive na condição de aposentado. Entretanto, viver mais não significa viver melhor. Interpõem-se aí questões materiais e subjetivas. Buscou-se fundamento teórico na tradição marxista para desvelar as determinações do adoecimento na aposentadoria, orientada pela hipótese de que o mesmo paradigma que impõe ao trabalhador o sentido do trabalho como sofrimento, contraditoriamente interdita seu prazer na aposentadoria e se expressa na forma de adoecimento do trabalhador. Dito de outro modo, que o sentido do trabalho (compreendido como força de trabalho em movimento submetida a terceiros para produzir bens e serviços), localizado no emprego e tomado como medida de valor do homem frente à sociedade, seja um fator adoecedor quando na ausência destes condicionantes. Partiu-se de uma experiência de Programa de Preparação para Aposentadoria, na ótica de saúde do trabalhador, onde aposentadoria e adoecimento se entrecruzavam, favorecendo o surgimento da hipótese. Para investigação desta tese realizou-se pesquisa de natureza qualitativa, com aposentados de diferentes ramos de produção, selecionados a partir da livre escolha de seus sindicatos, utilizando-se para isso de entrevista semiestruturada, por via remota em razão da pandemia da covid-19. Para efeito deste estudo considerou-se o processo de aposentadoria, compreendido entre o momento em que ela surge como opção concreta, a tramitação formal e o pós-aposentadoria. Da mesma forma, adoecimento foi utilizado para designar o sofrimento que perdura no registro subjetivo do trabalhador, coincidindo ou não com a classificação médica. O roteiro e análise das entrevistas privilegiaram três eixos básicos: se o processo de aposentadoria causou desconforto, adoecimento ou algum sofrimento, qual o sentido do trabalho expresso pelos entrevistados e como o trabalhador explica este sofrimento. Optou-se por um método de exposição dos resultados que prioriza o protagonismo dos trabalhadores aposentados, em consonância com o princípio da saúde do trabalhador da “não delegação”. Seus achados indicam a pertinência da hipótese, embora a natureza do estudo não permita considera-los conclusivos. Pretende-se que suas contribuições favoreçam outros estudos e metodologias de intervenção dos diversos setores que tem o campo do trabalho como matéria, em particular aos sindicatos enquanto sujeito coletivo de defesa dos interesses de classe dos trabalhadores, e à saúde do trabalhador, que tem restringido a atenção aos agravos à força de trabalho ativa, tendo por horizonte ações político-pedagógicas e estratégicas de desvelar os sentidos do trabalho junto aos trabalhadores.
Abstract: This thesis deals with illness due to retirement as a product of the meaning of alienated labor. The increase of life expectancy of the Brazil’s population, combined with access to formal employment and social security by a portion of workers, has extended the time spent in retirement. However, living longer does not mean living better. There, material and subjective questions arise. Theoretical foundation was sought in the Marxist tradition to unveil the determinations of illness in retirement, guided by the hypothesis that the same paradigm that imposes on the worker the meaning of work as suffering, contradictorily prohibits his pleasure in retirement and is expressed in theform of illness of the worker. In other words, that the meaning of work (understood as a labor force in movement submitted to others to produce goods and services), locatedat work, and taken as a measure of man's value “vis-à-vis” society, is a sickening factorwhen in absence of these conditions. It started with an experience of the Retirement Preparation Program, from the perspective of worker's health, where retirement and illness were intertwined, favoring the emergence of the hypothesis. For the investigation of this thesis, a qualitative research was carried out, with retirees from different branches of production, selected from the free choice of their unions, using a semi-structured interview, through virtual means, due to the pandemic of Covid-19. For the purpose of this study, the retirement process was considered, between the moment when it appears as a concrete option, the formal procedure and the post-retirement period. Likewise, illness was used to designate the suffering that persists in the worker's subjective record, whether or not it coincides with the medical classification. The script and analysis of the interviews focused on three basic axes: if the retirement process caused discomfort, illness or some suffering, what is the meaning of the work expressed by the interviewees and how the worker explains this suffering. We opted for a method of exposing the results that prioritizes the protagonism of retired workers, in line with the principle of worker health of “non-delegation”. Their findings indicate the relevance of the hypothesis, although the nature of the study does not allow them to be considered conclusive. It is intended that their contributions favor other studies and intervention methodologies in the various sectors that have the field of work as a subject, in particular unions as a collective subject of defense of workers' class interests, and worker's health, which has restricted attention to potential harm to the active workforce, with a view to political-pedagogical and strategic actions to unveil the meanings of work along with the workers.
Palavras-chave: Retirement
Illness
Work sense
Subjectivity
Worker's health
Aposentadoria
Adoecimento
Sentido do trabalho
Subjetividade
Saúde do trabalhador
Área(s) do CNPq: CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
Programa: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Citação: ROBAINA, C. M. V. “Sem trabalho não, você não é nada”: Adoecimento pela aposentadoria como produto do sentido do trabalho alienado. 2022. 167 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Faculdade de Serviço Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18655
Data de defesa: 29-Abr-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Serviço Social

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