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Tipo do documento: Tese
Título: Distribuição espacial da dengue e sua coerência geográfica no município do Rio de Janeiro nos anos 2000 a 2019
Título(s) alternativo(s): Spatial distribution of dengue and its geographic coherence in the municipality of Rio de Janeiro in the years 2000 to 2019
Autor: Valente, Bárbara Campos Silva 
Primeiro orientador: Werneck, Guilherme Loureiro
Primeiro membro da banca: Braga, José Ueleres
Segundo membro da banca: Moraes, Claudia Leite de
Terceiro membro da banca: Costa, Antonio José Leal
Quarto membro da banca: Souza-Santos, Reinaldo
Resumo: A dengue é um grande problema de saúde pública no município do Rio de Janeiro desde a sua reintrodução no Brasil na década de 1980 e vários fatores têm sido apontados como adequados para a persistência da doença no município, como o clima quente e úmido, a vulnerabilidade social em grande parte do território com deficiência na oferta e no acesso da população aos bens e serviços essenciais, criando condições propícias ao desenvolvimento e manutenção do ciclo do vetor Aedes aegypti. Além disso, a ampla difusão do vetor por todo o município e a co- circulação de vários sorotipos do vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN 4) dificulta o seu controle. De acordo com o levantamento de índice rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de agosto de 2019, o Rio de Janeiro foi um dos municípios do estado do Rio de Janeiro que apresentou regiões classificadas no estrato de risco, refletindo a fragilidade de controle do vetor no município. Neste contexto, torna-se relevante a utilização de ferramentas de análise espacial e temporal, para compreender a dinâmica da dengue no munícipio do Rio de Janeiro durante os 20 anos de estudo. Para isso, foi realizado um estudo ecológico com base em dados secundários de notificação de dengue no período de 2000 a 2019, onde, inicialmente foi descrito o movimento da trajetória geográfica da doença durante o período de estudo, por meses e por bairros, além de caracterizar áreas de alto e baixo risco para dengue. Foram calculadas taxas de incidência suavizadas pelo método Bayes empírico local e indicadores locais de autocorrelação espacial para os anos estudados. A localização dos centróides dos bairros e as taxas de incidência suavizadas foram utilizadas para traçar a trajetória mensal e anual do centro geográfico de ocorrência da dengue. Posteriormente foi realizado uma análise da coerência geográfica utilizando análise de wavelet a fim de compreender a propagação da doença no município ao longo do tempo em suas Regiões Administrativas. Analisamos as taxas de incidência mensais da dengue no período de 2000 a 2019 no município do Rio de Janeiro para entender o comportamento entre as séries temporais de diferentes áreas e identificar possíveis relações entre elas. Foi realizada análise do espectro de potência para as séries temporais de cada Região Administrativa, que permite verificar a periodicidade das séries, seu sinal predominante e a potência média. Também foi realizada análise de fase de cada Região Administrativa e extração de fase dos anos epidêmicos no período anual. Os resultados sugerem que a dengue ocorre de forma heterogênea na cidade do Rio de Janeiro, com aglomerados de alta incidência migrando para a Zona Oeste da cidade ao longo das duas décadas analisadas. Quanto à coerência da dengue os resultados sugeriram periodicidade predominantemente anual entre as regiões e com grandes picos de 3, 4 e 5 anos, com diferenças entre regiões e a maioria das séries se moveram juntas ao longo dos anos. Nossos achados sugerem que nos anos epidêmicos algumas Regiões Administrativas da Zona Norte e Zona Oeste estiveram aproximadamente 2 meses a 1 mês à frente das outras regiões. Essa defasagem pode ser um potencial para o controle nas áreas que tiveram atraso, considerando esse tempo para o planejamento da assistência, vigilância e ações de controle. A trajetória da dengue e a variação de sua distribuição espacial ao longo do tempo revelam um complexo sistema de ocorrência, potencialmente dependente da interação entre os níveis de imunidade adquiridos pela população e modificações em fatores socioambientais e demográficos. Análises que incorporam dimensões espaciais e temporais podem ser úteis para informar estratégias de controle mais intensivas, integradas e direcionadas a regiões específicas.
Abstract: Dengue is a major public health problem in the municipality of Rio de Janeiro since its reintroduction in Brazil in the 1980s and several factors have been pointed out as suitable for the persistence of the disease in the municipality, such as the hot and humid climate, social vulnerability in much of the territory with deficient supply and access of the population to essential goods and services, creating conditions conducive to the development and maintenance of the cycle of the vector Aedes aegypti. Moreover, the wide dissemination of the vector throughout the city and the co-circulation of various serotypes of the virus (DEN-1, DEN-2, DEN-3, and DEN 4) make its control difficult. According to the rapid index survey for Aedes aegypti (LIRAa) of August 2019, Rio de Janeiro was one of the municipalities in the state of Rio de Janeiro that presented regions classified in the risk stratum, reflecting the fragility of vector control in the municipality. In this context, it becomes relevant the use of spatial and temporal analysis tools, to understand the dynamics of dengue in the city of Rio de Janeiro during the 20 years of study. For this, an ecological study was conducted based on secondary data of dengue notification in the period from 2000 to 2019, where, initially, the movement of the geographic trajectory of the disease during the study period was described, by months and neighborhoods, in addition to characterizing areas of high and low risk for dengue. Incidence rates smoothed by the local empirical Bayes method and local indicators of spatial autocorrelation were calculated for the years studied. The location of neighborhood centroids and smoothed incidence rates were used to plot the monthly and annual trajectory of the geographic center of dengue occurrence. Subsequently, a geographic coherence analysis was performed using wavelet analysis in order to understand the spread of the disease in the municipality over time in its Administrative Regions. We analyzed the monthly incidence rates of dengue in the period from 2000 to 2019 in the municipality of Rio de Janeiro to understand the behavior between time series from different areas and identify possible relationships between them. Power spectrum analysis was performed for the time series of each Administrative Region, which allows to verify the periodicity of the series, its predominant signal, and the average power. Phase analysis was also performed for each Administrative Region and phase extraction of the epidemic years in the annual period. The results suggest that dengue occurs in a heterogeneous manner in the city of Rio de Janeiro, with clusters of high incidence migrating to the West Zone of the city over the two decades analyzed. Regarding the consistency of dengue the results suggested predominantly annual periodicity across regions and with large peaks of 3, 4, and 5 years, with differences between regions and most series moved together over the years. Our findings suggest that in epidemic years, some Administrative Regions in the North Zone and West Zone were approximately 2 months to 1 month ahead of the other regions. This lag may be a potential for control in areas that were delayed, considering this time for planning assistance, surveillance, and control actions. The trajectory of dengue and the variation of its spatial distribution over time reveal a complex system of occurrence, potentially dependent on the interaction between the levels of immunity acquired by the population and changes in socioenvironmental and demographic factors. Analyses that incorporate spatial and temporal dimensions may be useful to inform more intensive, integrated, and targeted control strategies for specific regions.
Palavras-chave: Dengue
Spatial analisys
Epidemiology
Spatio-temporal analisys
Wavelet analisys
Dengue
Análise espacial
Epidemiologia
Análise espaço-temporal
Análise de Wavelet
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Citação: VALENTE, Bárbara Campos Silva. Distribuição espacial da dengue e sua coerência geográfica no município do Rio de Janeiro nos anos 2000 a 2019. 2022. 139 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18711
Data de defesa: 22-Jul-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Saúde Coletiva

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