Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18808
Tipo do documento: Dissertação
Título: Perigo vermelho: análise cartográfica das práticas discursivas anticomunistas no Brasil.
Título(s) alternativo(s): Red scare: a cartographic analysis of anticommunist discursive practices in Brazil.
Autor: Thereso, Priscila Gurgel 
Primeiro orientador: Arantes, Poliana Coeli Costa
Primeiro coorientador: Giorgi, Maria Cristina
Primeiro membro da banca: Rocha, Décio Orlando Soares da
Segundo membro da banca: Daher, Maria Del Carmen Fátima González
Resumo: Nesta dissertação são apresentadas as análises do que denominamos práticas discursivas anticomunistas a partir do recorte de enunciados em pronunciamentos oficiais de dois presidentes do Brasil, em momentos diferentes da história — um no século XX e outro no século XXI —, para entender de que modo a defesa da Nação contra os perigos do comunismo parece ser um discurso de defesa da propriedade privada no país. A pesquisa apresenta de que forma essas práticas discursivas se mantiveram atualizadas, apesar da distância temporal de mais de 80 anos entre os pronunciamentos analisados, e mostra, por meio dos enunciados, como o comunismo foi um perigo inventado no Brasil e de que forma criou raízes no inconsciente nacional. Para tal, optamos pela cartografia (PASSOS; BARROS, 2015) como caminho teórico-metodológico, pois acreditamos na existência das implicações do pesquisador sobre o objeto de pesquisa, recusando, assim, a perspectiva da ciência positivista, fundada na pretensa neutralidade do pesquisador. Usamos, para essas análises, as noções de formação discursiva (FOUCAULT, 1969; MAINGUENEAU, 2015), demostrando regularidades dessas práticas discursivas anticomunistas; de cenografia (MAINGUENEAU, 2013, 2015; ROCHA, 2006, 2014), ao detalhar a cenografia de combate dos enunciados; de linguagem-intervenção (ROCHA 2006, 2014), mostrando como a linguagem cria realidades; e de interdiscurso (MAINGUENEAU, 2015). Esses conceitos compõem o referencial teórico das análises, nas quais identifico que essas práticas discursivas anticomunistas atravessam e são atravessadas por questões de ordem do mercado, da moral e dos bons costumes, e da nacionalização. O resultado dessa pesquisa-processo não nos confirma ou nega a hipótese levantada sobre a defesa da propriedade privada a partir da análise dos enunciados anticomunistas pronunciados, mas evidencia o poder de intervenção da linguagem e mostra o quão necessária é a mudança do paradigma da cognição em voga, para que os sujeitos sejam considerados protagonistas em suas ações no mundo, e que haja, assim, uma mudança no status quo.
Abstract: This thesis presents analyses of what we call anticommunist discursive practices, having, as a starting point, enunciations from official speeches of two Presidents of Brazil at different moments in history – one from the 20th Century and another from the 21st -, in order to understand how “protecting the Nation from the evils of communism” seems to work as a discourse in defense of private property in this country. The research presents how these discursive practices stay up-to-date despite the gap of more than 80 years between the analyzed speeches. It also shows, through these enunciations, how communism was a manufactured scare in Brazil as well as the ways in which this idea became rooted in the national unconscious. For this purpose, we have adopted cartography (PASSOS; BARROS, 2015) as a theoretical and methodological path, as we believe in the existence of the researcher’s implications on the research object, thus refusing a positivist perspective of science grounded in the supposed neutrality of the researcher. In order to carry these analyses, we utilize the concepts of discursive formation (FOUCAULT, 1969; MAINGUENEAU, 2015), demonstrating the regularities in these anticommunist discursive practices; scenography (MAINGUENEAU, 2013, 2015; ROCHA, 2006, 2014), when detailing the scenography in which the clash of enunciations takes place; language-as-intervention (ROCHA 2006, 2014), to show how language creates realities; and interdiscourse (MAINGUENEAU, 2015). These concepts make up the theoretical framework of the analyses, in which I identify that those anticommunist discursive practices traverse and are traversed by questions related to the market, morals and conventions, and nationalization. The result of this research-process does not confirm nor deny, through the analyses of the spoken anticommunist enunciations, the hypothesis raised about the defense of private property. It, however, highlights language’s power of intervention and shows how necessary the change of the current paradigms of cognition is, so that subjects can be considered protagonists of their actions in the world, creating, thus, a change in the status quo.
Palavras-chave: Communism
Discourse analysis
Discursive practice
Language-as-intervention
Cartography
Comunismo
Análise do discurso
Prática discursiva
Linguagem-intervenção
Cartografia
Presidentes - Brasil - Discursos, ensaios e conferências
Linguagem – Aspectos políticos
Sociolinguística
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: THERESO, Priscila Gurgel. Perigo vermelho: análise cartográfica das práticas discursivas anticomunistas no Brasil. 2022. 96 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18808
Data de defesa: 5-Ago-2022
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Priscila Gurgel Thereso - 2022 - Completa.pdf2,09 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.