Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18810
Tipo do documento: Tese
Título: Dos armários, fobias, discursos e resistências: cartografia das masculinidades em ambientes digitais.
Título(s) alternativo(s): Sobre armarios, fobias, discursos y resistencias: cartografía de masculinidades en entornos digitales.
About closets, phobias, discourses and resistances: cartography of masculinities in digital environments.
Autor: Simões Junior, Almerindo Cardoso 
Primeiro orientador: Rodrigues, Bruno Rêgo Deusdará
Primeiro membro da banca: Arantes, Poliana Coeli Costa
Segundo membro da banca: Rocha, Décio Orlando Soares da
Terceiro membro da banca: Jácome, Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis
Quarto membro da banca: Butturi Junior, Atilio
Resumo: Esta pesquisa surge, em primeiro, a partir de minhas próprias inquietações e questionamentos em relação às elaborações das masculinidades e homossexualidades nos perfis de usuários de sites e aplicativos voltados, inicialmente, para o público gay. Tomo a liberdade de chamá-los de homens que buscam encontros com homens, já que nem todos se veem como gays. Tendo como ponto de partida os modelos de masculinidades presentes no senso comum das sociedades ocidentais, observo que há uma hierarquia, onde aqueles que não se encaixam em padrões os mais próximos possíveis da masculinidade hegemônica (CONNELL, 2005, 2013, 2015, 2016) são postos à margem. Raramente são objetos de desejo em um mercado com tantas opções e escolhas. Estar fora de performances consideradas como masculinas (SCHECHNER, 2013) ou ser incapaz de reproduzir atos performativos dentro do que se entende como pertencentes ao macho (BUTLER, 1997, 2003) propiciam o surgimento de “guetos dentro do gueto”. Nota-se que esse processo de busca e exclusão é, mais do que uma questão de gosto pessoal, também elaborado graças a aspectos sociais e mercadológicos que valorizam determinadas características em detrimento de outras. Analisando, portanto, os enunciados produzidos pelos usuários desses espaços, entendo que as práticas discursivas são também atravessadas por discursos outros.Com base no conceito de interdiscurso, conforme proposto por Maingueneau (1997, 2005, 2013, 2015), compreendo também que os perfis são espaços de constituição do etos – das imagens de si (MAINGUENEAU, 2008, 2010, 2018), já que o sucesso dos usuários é medido por visualizações, “woofs” e “taps”. Graças ao avanço da tecnologia, somos atingidos e influenciados pelo modo como as pessoas se relacionam e buscam por parceiros na era digital (BAYM, 2010), e, com o advento da web 3.0, todos somos capazes de produzir conteúdo – o que acaba por gerar formas outras de exibir a sua imagem ao mundo. Faço uso dos conceitos de rizoma e cartografia (DELEUZE; GUATARRI, 1995; PASSOS; KASTRUP; ESCÓCIA, 2015; ROLNIK, 2016) a fim de criar um percurso possível de análise, acabando por gerar 9 leituras de mapas a partir da observação de 54 perfis levando-se em consideração os seus enunciados. Perfazendo uma análise cartográfica do discurso (DEUSDARÁ; ROCHA, 2021), concluo que os enunciados dos usuários desses sites e aplicativos estão entrelaçados a três principais instituições, não físicas, mas fortes o bastante para ditar regras extremamente arraigadas às sociedades ocidentais: o Patriarcado (BADINTER, 1986), o Machismo (CASTAÑEDA, 2006) e a Homofobia (CASTAÑEDA, 2007; BORILLO, 2010). Tais encontros entre instituições e enunciados não só promovem como perpetuam relações de gênero que ditam modelos a serem seguidos–e que excluem, rechaçam e matam corpos biologicamente masculinos que estejam distantes do ideário da masculinidade hegemônica.
Abstract: First, this research arises, from my concerns and questions regarding the elaborations of masculinities and homosexualities in the profiles of men on websites and apps created for the gay public. I take the liberty of calling them men who seek encounters with men, since not all consider themselves gay. As a starting point, I considered the models of masculinities presented in the common sense of Western societies. I observe that there is a hierarchy, where those who do not fit into patterns as close as possible to hegemonic masculinity (CONNELL, 2005, 2013, 2015, 2016) are marginalized. They are not objects of desire in this kind of market with so many options and choices. Since these men are outside of performances considered as masculines (SCHECHNER, 2013) or they are unable to reproduce performative acts which are understood as belonging to the male (BUTLER, 1997, 2003) we can witness the emergence of “ghettos inside the ghetto”. It is noticed that this process of search and exclusion is, more than a matter of personal taste, also elaborated thanks to social and marketing aspects that value certain characteristics over others. Analyzing, therefore, the statements produced by men in these websites and apps, I understand that discursive practices are also crossed by other discourses. Based on the concept of interdiscourse, as proposed by Maingueneau (1997, 2005, 2013, 2015), I also understand that these profiles are spaces of the constitution of ethos—or images of the self (MAINGUENEAU, 2008, 2010, 2018), since the success of users is measured by views, “woofs” and “taps”. Thanks to the advancement of technology, we are affected and influenced by the manner people relate themselves and search for partners in the digital age (BAYM, 2010). With the advent of web 3.0, all of us can produce content—which ultimately generates other ways of displaying your image to the world. I make use of the concepts of rhizome and cartography (DELEUZE; GUATARRI, 1995; PASSOS; KASTRUP; ESCÓCIA, 2015; ROLNIK, 2016) To create a possible path of analysis, eventually generating 9 readings maps from the observation of 54 profiles taking into consideration their statements. Performing a cartographic analysis of the discourse (DEUSDARÁ; ROCHA, 2021), I conclude that these statements, presented in these sites and apps are intertwined with three main institutions, not physical, but strong enough to dictate rules extremely rooted in Western societies: Patriarchy (BADINTER, 1986), Machismo (CASTAÑEDA, 2006) and Homophobia (CASTAÑEDA, 2007; BORILLO, 2010). Such encounters between institutions and statements not only promote but also perpetuate gender relations that dictate models to be followed—and exclude, reject, and kill masculine bodies that are far from the ideology of hegemonic masculinity.
Esta investigación surge, en primer lugar, de mis propias inquietudes y cuestionamientos respecto a las elaboraciones de masculinidades y homosexualidades en los perfiles de usuarios de sitios web y aplicaciones móviles dirigidas, inicialmente, al público gay. Me tomo la libertad de llamarlos hombres que buscan citas con hombres, ya que no todos se ven a sí mismos como homosexuales. Tomando como punto de partida los modelos de masculinidades presentes en el sentido común de las sociedades occidentales, observo que existe una jerarquía, donde quienes no encajan en patrones lo más cercanos posible a la masculinidad hegemónica (CONNELL, 2005, 2013, 2015, 2016) quedan al margen. Rara vez son objetos de deseo en un mercado con tantas opciones. Estar fuera de las performances consideradas como masculinas (SCHECHNER, 2013) o no poder reproducir los actos performativos dentro de lo que se entiende como perteneciente a lo masculino (BUTLER, 1997, 2003) conducen a la aparición de “guetos dentro del gueto”. Se advierte que este proceso de búsqueda y exclusión, más que una cuestión de gusto personal, también se elabora gracias a aspectos sociales y de marketing que valoran ciertas características en detrimento de otras. Por lo tanto, analizando los enunciados producidos por los usuarios de estos espacios, entiendo que las prácticas discursivas también son atravesadas por otros discursos. Con base en el concepto de interdiscurso, tal como lo propone Maingueneau (1997, 2005, 2013, 2015), entiendo también que los perfiles son espacios para la constitución del ethos – de las autoimágenes (MAINGUENEAU, 2008, 2010, 2018), ya que el éxito de los usuarios se mide por visualizaciones, “woofs” y “taps”. Gracias al avance de la tecnología, nos vemos afectados e influenciados por la forma en que las personas se relacionan y buscan citas en la era digital (BAYM, 2010), y con la llegada de la web 3.0, todos somos capaces de producir contenido – lo que acaba generando otras formas de mostrar tu imagen al mundo. Hago uso de los conceptos de rizoma y cartografía (DELEUZE; GUATARRI, 1995; PASSOS; KASTRUP; ESCÓCIA, 2015; ROLNIK, 2016) para crear una posible ruta de análisis, generando finalmente 9 lecturas de mapas a partir de la observación de 54 perfiles, teniendo en cuenta sus declaraciones. Realizando un análisis cartográfico del discurso (DEUSDARÁ; ROCHA, 2021), concluyo que los enunciados de los usuarios de estos sitios y aplicaciones móviles se entrelazan con tres instituciones principales, no físicas, pero lo suficientemente fuertes como para dictar reglas sumamente arraigadas en las sociedades occidentales: el Patriarcado (BADINTER, 1986), el Machismo (CASTAÑEDA, 2006) y la Homofobia (CASTAÑEDA, 2007; BORILLO, 2010). Dichos encuentros entre instituciones y enunciados no solo promueven sino que perpetúan relaciones de género que dictan modelos a seguir, y que excluyen, rechazan y matan cuerpos masculinos alejados de los ideales de masculinidad hegemónica.
Palavras-chave: Práctica discursiva
Masculinities
Homosexualities
Discursive practice
Cartography
Masculinidades
Homossexualidades
Performances
Prática discursiva
Cartografia
Análise do discurso – Aspectos sociais
Homossexualidade
Masculinidade
Corpo – Aspectos sociológicos
Redes sociais on-line
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: SIMÕES JUNIOR, Almerindo Cardoso. Dos armários, fobias, discursos e resistências: cartografia das masculinidades em ambientes digitais. 2022. 244 f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18810
Data de defesa: 31-Ago-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Almerindo Cardoso Simões Junior - 2022 - Completa.pdf5,68 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.