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http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19720
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Casa do índio: uma narrativa sobre o controle psicossocial de indígenas na ditadura empresarial militar |
Título(s) alternativo(s): | Indian house: a narrative about the psychosocial control of indigenous people in the business-military dictatorship |
Autor: | Sant’anna, André Luís de Oliveira ![]() |
Primeiro orientador: | Vilela, Ana Maria Jacó |
Primeiro membro da banca: | Castro, Alexandre de Carvalho |
Segundo membro da banca: | Ferraz, Joana D’Arc Fernandes |
Terceiro membro da banca: | Freire, José Ribamar Bessa |
Quarto membro da banca: | Delgado, Pedro Gabriel Godinho |
Resumo: | O presente trabalho tem como objeto de pesquisa a Casa do Índio, instituição criada em 1968, pela Fundação Nacional do Índio (Funai), localizada na Ilha do Governador, no Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de acolher indígenas que buscavam tratamento de saúde e apresentavam algum tipo de transtorno mental. A referida Casa foi a primeira de, aproximadamente, quarenta instituições para acolhimento dos indígenas, organizadas no período da ditadura militar no Brasil, vindo, posteriormente, a serem readequadas como Casas de Apoio à Saúde Indígena (Casais), através da Portaria nº 1.801/2015, passando a compor o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena organizado a partir da lei nº 9.836 de 1999. Atualmente, existem espalhados pelo território brasileiro cerca de 66 Casais, sendo que no período da ditadura foram organizadas mais de 30 Casas do Índio. O objetivo da pesquisa é analisar como a Casa do Índio através da liderança de sua fundadora, a funcionária da Funai Eunice Cariry, se constituiu como um espaço de controle psicossocial de indígenas no período da ditadura empresarial-militar. Considera-se que a pesquisa sobre a Casa do Índio se configura no campo da Psicologia Social, visto que o referido lugar se desvela como um dispositivo onde indígenas, que se dirigiam à cidade, eram abrigados, esquadrinhados, classificados e capturados em uma trama de controle. A Casa do Índio na Ilha do Governador constitui, pois, um espaço importante também para a história da psicologia, visto ser organizada como um recinto de controle das condutas de indígenas no referido período. A perspectiva teórico-metodológica do presente trabalho está inserido no campo da historiografia, mais especificamente de uma história local, feita através da história dos dispositivos de controle psicossocial de índios. Em especial através dos referenciais metodológicos de Michel de Certeau e Kurt Danziger, que permitem considerar os riscos que interditam certos objetos de pesquisa, bem como apontam os caminhos para perceber sobre a formação de uma história da psicologia local e contra-hegemônica A Casa do Índio tem sido um espaço ignorado pela história oficial enquanto local em que uma página acinzentada dos saberes psi foi escrita e continua viva, pois se mantém em pleno funcionamento em uma limbo jurídico entre a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Secretaria Especial da Saúde Indígena (SESAI) e a fundadora da Casa, Eunice Cariry, em função desta questão o marco temporal da pesquisa é o ano de 1968 quando a instituição foi criada até os desdobramentos de sua transferência da Funai para a SESAI através da Lei. A pesquisa teve como principais fontes os documentos encontrados tanto através dos registros na imprensa, utilizando para esta finalidade a Hemeroteca Digital Brasileira, mas foi feito uso também dos documentos encontrados no Serviço de Gestão Documental da Funai ( Sedoc) em Brasília que arquiva documentos desde a criação da Funai em 1976. Considerando que Eunice Cariry foi uma personagem chave na criação da instituição, uma visita foi realizada na Casa do Índio para entrevista-la e conhecer a Casa. A análise empreendida sobre este espaço destinado ao asilamento de indígenas permitiu verificar história da psicologia na Casa do Índio e história da Casa do Índio na psicologia, visto que a relação entre índios e a psicologia tem se desenhado em contornos mais amplos do que apresentados pelos relatos oficiais. |
Abstract: | The present work has as its research object the Casa do Índio, an institution created in 1968 by the Fundação Nacional do Índio (Funai), located on Ilha do Governador, in the State of Rio de Janeiro, with the purpose of welcoming indigenous people who sought treatment for health and had some type of mental disorder. The aforementioned House was the first of approximately forty institutions to welcome the Indians, organized during the period of the military dictatorship in Brazil, and later on, they were readapted as Houses of Support to Indigenous Health (Casais), through Ordinance nº 1.801/ 2015, becoming part of the Indigenous Health Care Subsystem organized under Law No. 9,836 of 1999. Currently, there are around 66 couples scattered throughout the Brazilian territory, and during the dictatorship more than 30 Casas do Índio were organized. The objective of the research is to analyze how the Casa do Índio, through the leadership of its founder, the Funai employee Eunice Cariry, constituted itself as a space of psychosocial control of indigenous people in the period of the business-military dictatorship. It is considered that the research on the Casa do Índio is configured in the field of Social Psychology, since the referred place reveals itself as a device where indigenous people, who were heading to the city, were sheltered, scrutinized, classified and captured in a plot of control. The Casa do Índio on Ilha do Governador is therefore also an important space for the history of psychology, since it was organized as a place to control the behavior of indigenous people who sought health care in the city during that period. The theoretical-methodological perspective of the present work is inserted in the field of historiography, more specifically of a local history, made through the history of the devices of psychosocial control of Indians. Especially through the methodological references of Michel de Certeau and Kurt Danziger, which allow considering the risks that prevent certain research objects, as well as pointing out the ways to understand about the formation of a local and counter-hegemonic history of psychology. The Casa do Índio has been a space ignored by official history as a place where a gray page of psi knowledge was written and is still alive, as it remains in full operation in a legal limbo between the National Indian Foundation (Funai), the Special for Indigenous Health (SESAI) and the founder of the House, Eunice Cariry, due to this question, the time frame of the research is the year 1968 when the institution was created until the unfolding of its transfer from Funai to SESAI through the Law . The research had as main sources the documents found both through the records in the press, using for this purpose the Brazilian Digital Newspaper, but it was also made use of the documents found in the Document Management Service of Funai ( Sedoc) in Brasília, which archives documents since the creation of Funai in 1976. Considering that Eunice Cariry was a key character in the creation of the institution, a visit was made to Casa do Índio to interview her and get to know the Casa. The analysis carried out on this space destined to the asylum of indigenous people allowed us to verify the history of psychology in the Casa do Índio and the history of the Casa do Índio in psychology,since the relationship between indigenous people and psychology has been drawn in broader contours than those presented by the reports. officers. |
Palavras-chave: | History of psychology Indian house Psychosocial control of indigenous people História da psicologia Casa do índio Controle psicossocial de indígenas |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Citação: | SANT’ANNA, André Luís de Oliveira de. Casa do Índio: uma narrativa sobre o controle psicossocial de indígenas na ditadura empresarial-militar. 2022. 142 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19720 |
Data de defesa: | 28-Jul-2022 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Psicologia Social |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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