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Tipo do documento: Dissertação
Título: Saberes ancestrais sobre o uso ritualístico e medicinal de flores no Candomblé da Nação Angola e na Umbanda
Autor: Azevedo, Thais Salatiel de 
Primeiro orientador: Barros, Ana Angélica Monteiro de
Primeiro membro da banca: Bastos, Wagner Gonçalves
Segundo membro da banca: Silveira Jr, Wanderley Jorge da
Resumo: Estima-se que a diáspora africana forçada tenha trazido em torno de 4,9 milhões escravizados de diferentes etnias para o Brasil. Dentre essas, grande parte são provenientes do povo Banto. Quando se faz alusão ao Candomblé da Nação Angola, aquele de origem na cultura Banto, automaticamente se faz referência ao culto aos Minkisi. Neste Candomblé, o sincretismo religioso se fez presente de modo diferente dos demais povos diaspóricos. Além do culto aos Minkisi, a Nação Angola cultua também os seus antepassados e os Caboclos, os donos da terra. A partir dessa condição, o Candomblé de Angola foi o primeiro a se sincretizar, abrindo as portas para as divindades que posteriormente iriam se manifestar na Umbanda. Descendentes de diversos povos africanos propagaram suas crenças e tradições religiosas reforçando o rico conhecimento sobre as plantas herdado de seus ancestrais. As flores também fazem parte desse universo, onde inúmeras espécies foram testadas por curandeiros e feiticeiros, de acordo com suas propriedades medicinais e ritualísticas. Dessa forma, o objetivo deste estudo é investigar o saber popular sobre uso medicinal e ritualístico das flores na Umbanda e no Candomblé da Nação Angola, com vistas a entender a correlação histórica que une essas duas religiões e catalogar as espécies de flores que são utilizadas nos terreiros. Foi adotada como estratégia a pesquisa-ação, na qual foram entrevistados os dirigentes do terreiro de Candomblé Tumba Junsara Petit e da Casa de Caridade Caboclas Jurema e Jupira. Nas religiões de matriz africana é dado maior destaque para as folhas no culto e na medicina religiosa. As flores também são usadas, mas suas funções são pouco exploradas. O uso medicinal das flores é mais restrito que o ritualístico. É preciso considerar também que para as afro-religiões o caráter medicinal não se aplica apenas ao plano físico, mas também ao espiritual. Assim, as flores assumem um aspecto simbólico nesse processo de cura, condensando as energias emanadas pelas divindades, principalmente Kavungo, aquele que protege a humanidade contra os males e cura suas feridas. As flores funcionam harmonizando o ambiente com suas cores e perfumes, concentrando as forças das divindades e promovendo simbolicamente sua conexão com os iniciados nas religiões em foco. Apesar da Umbanda estar relacionada em sua gênese com o Candomblé da Nação Angola, esta ampliou mais o uso ritualístico das flores. Incorporou ao culto, tanto espécies nativas, quanto exóticas que são comercializadas como ornamentais e fáceis de serem adquiridas.
Abstract: It is estimated that the forced African diaspora brought around 4.9 million enslaved people of different ethnicities to Brazil. Among these, most are from the Banto people. When reference is made to the Candomblé of the Angolan Nation, that of origin in the Banto culture, the reference is automatically made to the cult of the Minkisi. In this Candomblé, religious syncretism was present in a different way from other diasporic peoples. In addition to the cult of the Minkisi, the Angolan Nation also worships its ancestors and the Caboclos, the owners of the land. From this condition, the Candomblé of Angola was the first to syncretize, opening the doors to the deities that would later manifest themselves in Umbanda. Descendants of diverse african peoples propagated their religious beliefs and traditions, reinforcing the rich knowledge about plants inherited from their ancestors. Flowers are also part of this universe, where countless species have been tested by healers and sorcerers, according to their medicinal and ritualistic properties. Thus, the objective of this study is to investigate popular knowledge about the medicinal and ritual use of flowers in Umbanda and Candomblé of the Angolan Nation, with a view to understanding the historical correlation that unites these two religions and cataloging the species of flowers that are used in terreiros. Action-research was adopted as a strategy, in which the leaders of the Candomblé terreiro Tumba Junsara Petit and the Casa de Caridade Caboclas Jurema e Jupira were interviewed. In religions of African origin, leaves are given greater prominence in worship and in religious medicine. Flowers are also used, but their functions are little explored. The medicinal use of flowers is more restricted than the ritual. It is also necessary to consider that for Afro-religions the medicinal character does not apply only to the physical plane, but also to the spiritual. Thus, flowers assume a symbolic aspect in this healing process, condensing the energies emanated by the deities, especially Kavungo, the one who protects humanity against evils and heals its wounds. Flowers work by harmonizing the environment with their colors and perfumes, concentrating the forces of the deities and symbolically promoting their connection with those initiated in the religions in focus. Although Umbanda is related in its genesis to the Candomblé of the Angola nation, it has further expanded the ritualistic use of flowers. Incorporated to the cult, both native and exotic species that are marketed as ornamental and easy to be acquired.
Palavras-chave: Religiões brasileiras de matrizes africanas
Nkisi
Etnoconhecimento
Cerimônias ritualísticas
Medicina popular
Brazilian religions of african matrices
Nkisi
Ethnoknowledge
Ritual ceremonies
Folk medicine
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::ENSINO-APRENDIZAGEM
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade
Citação: AZEVEDO, T. S. Saberes ancestrais sobre o uso ritualístico e medicinal de flores no Candomblé da Nação Angola e na Umbanda. 2022. 147 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade) – Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19723
Data de defesa: 19-Dez-2022
Aparece nas coleções:Mestrado em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade

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