Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19731
Tipo do documento: Dissertação
Título: Narrativas de resistência: mulheres negras e cotas raciais na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ)
Título(s) alternativo(s): Narratives of resistance: black women and racial quotas in the Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ)
Autor: Pereira, Larissa Fernandes 
Primeiro orientador: Marafon, Giovanna
Primeiro membro da banca: Gomes, Janaina Damaceno
Segundo membro da banca: Pereira, Jessica Coelho de Lima
Terceiro membro da banca: Malachias, Rosangela
Resumo: A política de cotas no ensino superior é um mecanismo de ação afirmativa em que são reservadas vagas para grupos subalternizados, como para pessoas negras. A UERJ é reconhecida pelo seu pioneirismo na implementação das cotas, tendo o primeiro vestibular com reserva de vagas em 2003. Desde então, políticas de permanência foram elaboradas, pois não basta garantir o acesso ao ensino superior, as/os cotistas devem poder permanecer e concluir a graduação. Para isso, a instituição deve entender e ouvir as/estudantes cotistas. Esse trabalho realizou uma pesquisaCOM, com a escuta das narrativas de resistência de mulheres negras, cotistas e periféricas. O objetivo é entender os impactos da política de cotas e como essa política é lida e vivenciada por estudantes do curso de pedagogia da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Para isso, foram realizadas sete entrevistas - chamadas conversas - no ano de 2022 em que as sujeitas compartilharam narrativas sobre racismo na escola, trajetórias de vida antes de ingressar na universidade, vivência em pré-vestibular social, como é ser moradora de periferia, percepções antes e depois de ingressar na FEBF sobre as cotas, como é estudar em uma universidade na Baixada Fluminense, melhorias da política de cotas, permanência na graduação, vivência na FEBF, como foi cursar a graduação durante o ensino remoto na pandemia, entre outros assuntos. Para a abordagem teórico-metodológica foram pesquisadas preferencialmente autoras/es negras/os, sobretudo mulheres negras. Por conta do racismo genderizado vivenciado pelas sujeitas da pesquisa, as análises valeram-se da interseccionalidade como uma sensibilidade analítica, por conta do cruzamento entre raça, classe, território, experiência de ser cotista e gênero. Além disso, considerando que não há neutralidade na pesquisa, foi utilizada a análise de implicações e a branquitude enquanto dispositivo analítico. As intelectuais entrevistadas elaboraram sugestões para o aprimoramento da política de cotas, para melhoria da experiência enquanto alunas cotistas, compartilharam desafios que vivenciaram e que, em algumas situações, quase culminou na desistência do curso, e apontaram os fatores para a permanência na graduação. Com as narrativas ouvidas, foi possível perceber que a permanência vai além do auxílio financeiro, há uma política de permanência que não é apenas lei; ela está relacionada com as relações interpessoais e com a comunidade da FEBF, com o sentimento de pertencimento ao território e à universidade, bem como com a afetividade. A FEBF foi um local onde aconteceram processos de empoderamento, autoconhecimento, elevação da autoestima, reconhecimento e reafirmação da identidade negra, desconstrução de preconceitos e autopercepção positiva. Um dos problemas enfrentados pelas entrevistadas na FEBF foram os olhares estranhos de pessoas não cotistas e a falta de informação sobre cotas e auxílios.
Abstract: The quota policy in higher education is an affirmative action mechanism in which places are reserved for underprivileged groups, such as black people. UERJ is recognized as a pioneer in the implementation of quotas, having its first entrance exam with reserved places in 2003. Since then permanence policies have been elaborated, because it is not enough to guarantee access to higher education, the quota students must stay on and finish their degrees. For this, the institution must understand and listen to the quota students. This work carried out a researchWITH, listening to the resistance narratives of black, quota-holding and peripheral women. The objective is to understand the impacts of the quota policy and how this policy is read and experienced by undergraduate students of the Pedagogy course of the Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. To this end, seven interviews - called conversations - were carried out in the year 2022 in which the women shared narratives about racism at school, life trajectories before entering university, experience in social pre-vestibular, what it is like to live in the periphery, perceptions before and after entering the FEBF about the quotas, how it is to study in a university in Baixada Fluminense, improvements of the quota policy, staying in the university, experience in the FEBF, how it was to attend the graduate school during remote education in pandemic, among other issues. For the theoretical and methodological approach, were researched preferentially black authors, especially black women. Because of the genderized racism experienced by the research women, the analyses made use of intersectionality as an analytical sensibility, because of the intersection between race, class, territory, the experience of being a quote student and gender. In addition, considering that there is no neutrality in research, the analysis of implications and whiteness as an analytical device. The interviewed intellectuals elaborated suggestions for the improvement of the quota policy, for the improvement of their experience as quota students, shared challenges they had experienced, which, in some situations, almost led to dropping out of the course, and pointed out the factors for remaining in the university. With the narratives heard, it was possible to realize that the permanence goes beyond financial aid, there is a permanence policy that is not only law; it is related to interpersonal relationships and the FEBF community, with the feeling of belonging to the territory and the university, as well as affectivity. The FEBF was a place where processes of empowerment, self-knowledge, elevation of self-esteem, recognition and reaffirmation of black identity, deconstruction of prejudices and positive self-perception took place. One of the problems faced by the interviewees at the FEBF were the strange looks from people who were not quota student and the lack of information about quotas and aid.
Palavras-chave: Mulheres negras
Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Interseccionalidade
Cotas no ensino superior
Crítica à branquitude
Black women
Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Intersectionality
Quotas in higher education
Criticism of whiteness
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::CIENCIA POLITICA::POLITICAS PUBLICAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Citação: PEREIRA, Larissa Fernandes. Narrativas de resistência: mulheres negras e cotas raciais na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ). 2023. 279 f. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas e Formação Humana) – Centro de Educação de Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19731
Data de defesa: 14-Fev-2023
Aparece nas coleções:Mestrado em Políticas Públicas e Formação Humana

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Larissa Fernandes Pereira - 2023 - Completa.pdf3,71 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.