Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20007
Tipo do documento: Dissertação
Título: Corporeidades negras e Educação Física Escolar – construindo práticas antirracistas nos cotidianos da Educação Infantil
Título(s) alternativo(s): Black corporealities and School Physical Education - building anti-racist practices in the daily lives of Early Childhood Education
Autor: Cavalcanti, André dos Santos Souza 
Primeiro orientador: Araújo, Mairce da Silva
Primeiro membro da banca: Noguera, Renato
Segundo membro da banca: Carvalho, Rosa Malena de Araújo
Terceiro membro da banca: Ribeiro, William de Goes
Resumo: A questão etnicorracial no Brasil é algo extremamente complexo. O comércio de cidadãos africanos como mão de obra escrava com vistas a produzir riquezas para as elites europeias colonizadoras, e as teorias racialistas, baseadas em “pseudociências” que atribuíram ao negro suposta inferioridade biológica e cultural como forma de justificar a escravidão, produziram estigmas que relegaram as populações negras a condição de não existência. O contexto brasileiro, principalmente a partir de meados do século XIX, representa em termos de lutas sociais, da perspectiva das relações etnicorraciais, um momento especial, pois com o processo escravista em declínio e muitos negros e pardos já libertos, inseridos no contexto social, o Brasil se deparava com algo ímpar no mundo até então, um país altamente miscigenado do ponto de vista racial. Essa mistura de raças, segundo as elites dirigentes da época, era algo que inviabilizaria a construção do Brasil como nação. Nos dias atuais, constatamos uma sociedade fortemente racista, consequências das teorias racialistas, das políticas de branqueamento e as consequências destas, na forma do mito da democracia racial. A cisão entre os cidadãos negros e os pejorativamente reconhecidos como “mulatos”, produziu um ilusória aceitação do pardo como classe racial intermediária. Como parte dos movimentos negros de enfrentamento ao racismo tomamos como foco na presente pesquisa práticas pedagógicas de caráter antirracistas nos cotidianos escolares. Partindo da Educação Física escolar e na Educação Infantil reconhecemos, assim, nas microações afirmativas, pelo viés da cultura corporal, uma potente forma de luta antirracista. A Educação Física, que em seu percurso epistemológico foi empregada pelas políticas governamentais como ferramenta ideológica de exclusão, tem hoje por meio da cultura corporal, a possibilidade de romper com as práticas excludentes, se aproximar e se apropriar de outros saberes nos diálogos com as crianças pequenas das classes populares, no fortalecimento e exaltação de suas formas serestar no mundo, na busca por possibilitar a construção de corporeidades negras afirmadas positivamente. Assim, nesta pesquisa narrativa com as experiências vividas, busquei, nas imbricações da minha vida pessoal e profissional, nas experiências como cidadão negro brasileiro, pai de crianças negras, filho, professor e pesquisador, entender o significado do ser negro no Brasil e as contribuições que as práticas pedagógicas de caráter antirracistas podem trazer para as crianças pequenas no sentido de desconstruir estigmas e favorecer a construção de identidades etnicorraciais negras positivas.
Abstract: The ethno-racial issue in Brazil is extremely complex. The trade of African citizens as slave labor with a view to producing wealth for the colonizing European elites, and the racialist theories, based on “pseudosciences” that attributed to the black supposed biological and cultural inferiority as a way to justify slavery , produced stigmas that relegated black populations to the condition of non-existence. The Brazilian context, especially from the mid-19th century onwards, represents a special moment in terms of social struggles, from the perspective of ethno-racial relations, since with the slavery process in decline and many blacks and mestizos already freed, inserted in the social context, Brazil was faced with something unique in the world until then, a country highly racially mixed. This mixture of races, according to the ruling elites of the time, was something that would make the construction of Brazil as a nation unfeasible. Nowadays, we see a strongly racist society, consequences of racialist theories, money laundering policies and the consequences of these, in the form of the myth of racial democracy. The split between black citizens and the pejoratively recognized as “mulattos”, produced an illusory acceptance of the mestizo as an intermediate racial class. As part of the black movements to fight racism, we focus on the present research pedagogical practices of an anti-racist character in school daily life. Starting from school Physical Education and Early Childhood Education, we recognize, in affirmative micro actions, through the body culture bias, a potent form of anti-racist struggle. Physical Education, which in its epistemological trajectory was used by government policies as an ideological tool of exclusion, today has, through body culture, the possibility of breaking with exclusionary practices, approaching and appropriating other knowledge in dialogues with small children of the popular classes, in the strengthening and exaltation of their forms of being in the world, in the search to enable the construction of positively affirmed black corporealities. Thus, in this narrative research with the lived experiences, I sought, in the overlapping of my personal and professional life, in the experiences as a black Brazilian citizen, father of black children, son, teacher and researcher, to understand the meaning of being black in Brazil and the contributions that anti-racist pedagogical practices can bring to young children in order to deconstruct stigmas and favor the construction of positive black ethno-racial identities.
Palavras-chave: Corporealities
Child education
Ethnic-racial relations
Physical Education
Corporeidades
Educação Infantil
Relações etnicorraciais
Educação Física
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
Citação: CAVALCANTI, André dos Santos Souza. Corporeidades negras e Educação Física Escolar – construindo práticas antirracistas nos cotidianos da Educação Infantil. 2020.130 f. Dissertação (Mestrado em Processos Formativos e Desigualdades) – Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20007
Data de defesa: 25-Mai-2020
Aparece nas coleções:Mestrado em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - André dos Santos Souza Cavalcanti - 2020 - Completa.pdf5,08 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.