Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20045
Tipo do documento: Dissertação
Título: A guerra que tem rosto de mulher: a rotinização da violência a partir das infraestruturas na Cisjordânia Palestina.
Título(s) alternativo(s): The women’s face of the war: the routinization of violence from the infrastructures in the Palestinian West Bank.
Autor: Monteiro, Giovanna Lucio 
Primeiro orientador: Menezes, Palloma Valle
Primeiro coorientador: Gomes, Simone da Silva Ribeiro
Primeiro membro da banca: Pierobon, Camila
Segundo membro da banca: Santos, Mariana Cavalcanti Rocha dos
Resumo: Essa dissertação analisa a rotinização da violência na vida de mulheres palestinas a partir da ocupação israelense de 1967. O objetivo é compreender como a violência deixa de ser percebida como anômica e passa a fazer parte da vida cotidiana, destrinchando a maneira como as infraestruturas urbanas, principalmente de abastecimento de água e de mobilidade no território, são transformadas em instrumentos de guerra. Com base em perspectivas da antropologia das infraestruturas, que compreendem a relação entre o material e as implicações sociais que ele produz, em conjunto com o debate sobre rotinização da violência é possível perceber que o conflito dissolve a sua exceção em infraestruturas. Argumento que a relação entre violência rotinizada e infraestruturas só poderia ser observadas como algo central na questão palestina a partir da fala de mulheres. Isso porque essa forma de violência tem a sua invisibilidade como um princípio, ela é escondida, entremeada em canos, redes de esgoto, elétrica, rodovias e postos de controle. Em sua grande maioria, essa violência faz parte do ambiente doméstico, não é espetacular, não chama atenção da mídia e é muitas vezes percebida como um problema relacionado à pobreza e não necessariamente à guerra. Nesse sentido, a partir de uma perspectiva generificada das infraestruturas é possível observar violências que são construídas para não serem vistas e para desmobilizar todo um grupo social. Assim, usufruo do diálogo com três palestinas que foram entrevistadas via videoconferência ou aplicativo de mensagem durante a pandemia de covid-19. Suas percepções de violência nos levam aos debates sobre violências, infraestruturas e mobilidades que constituem os capítulos deste trabalho, e que nos ajudam a observar a forma como a ocupação israelense se baseia na construção de infraestruturas de controle em diferentes níveis, que incorporam em si uma violência lenta e invisível. Assim, há uma tentativa de perpetuação da guerra por uma violência infraestrutural, que dilui o estado de exceção na vida cotidiana e anexa o corpo das mulheres em seu processo que concomitantemente reproduz a vida e incorpora a violência.
Abstract: This dissertation analyses the routinization of violence in the lives of Palestinian women in face of the Israeli occupation of 1967. The objective is to understand how violence is no longer perceived as anomic and becomes part of everyday life, unraveling the way in which urban infrastructures, mainly for water supply and mobility in the territory, are transformed into instruments of war. Based on the perspectives of the anthropology of infrastructures, which understand the relationship between the material and the social implications it produces, together with the debate on violence rotinization, it is possible to perceive that the conflict dissolves its exception in infrastructures. I argue that the relationship between routinized violence and infrastructure could only be seen as something central in the Palestinian issue from the point of view of women. This is because this form of violence has its invisibility as a principle, it is hidden, interspersed in pipes, sewage networks, electricity, highways and checkpoints. For the most part, this violence is part of the domestic environment, is not spectacular, does not attract media attention and is often perceived as a problem related to poverty and not necessarily war. In this sense, from a gendered perspective of infrastructure, it is possible to observe violence that is built not to be seen and to demobilize an entire social group. Thus, I employ the dialogue with three Palestinian women who were interviewed during videoconferences or messaging apps during the COVID-19 pandemic. Their perceptions of violence lead us to the debates on violence, infrastructure and mobilities that constitute the chapters of this work, and that help us to observe the way in which the Israeli occupation is based on the construction of control infrastructures at different levels, which embody a slow and invisible violence. Thus, there is an attempt to perpetuate the war through infrastructural violence, which dilutes the state of exception in everyday life and annexes the women’s body in its process that simultaneously reproduces life and incorporates violence.
Palavras-chave: Violence
Infrastructure
Gender studies
Palestine
Violência
Infraestruturas urbana
Gênero
Palestina
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA URBANA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Programa: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Citação: MONTEIRO, Giovanna Lucio. A guerra que tem rosto de mulher: a rotinização da violência a partir das infraestruturas na Cisjordânia Palestina. Orientador: Palloma Valle Menezes. 2022. 134 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20045
Data de defesa: 9-Dez-2022
Aparece nas coleções:Mestrado em Sociologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Giovanna Lucio Monteiro - 2022 - Completa .pdf7,84 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.