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Tipo do documento: Dissertação
Título: Trajetória, desenvolvimento e realização profissional na área de saúde: atravessamentos de gênero e raça
Título(s) alternativo(s): Tajectory, development and professional fulfillment in the health area: crossings of gender and race
Autor: Castro, Marcia Nana de 
Primeiro orientador: Mourão, Luciana
Primeiro membro da banca: Castro, Ricardo Vieiralves de
Segundo membro da banca: Abbad, Gardênia da Silva
Resumo: Temos testemunhado um avanço da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos com uma redução da desigualdade de gênero no contexto laboral brasileiro. Atualmente, as mulheres acessam o ensino superior e são maioria em todos os níveis de ensino até o doutorado, sendo predominantes nos cursos da área de saúde, inclusive Medicina e Odontologia, que eram profissões majoritariamente masculinas. Porém, muitas profissionais ainda enfrentam preconceito ou dificuldades em suas carreiras por serem mulheres e esses avanços ainda não são tão consistentes quando nos referimos à ocupação dessas profissões por pessoas de diferentes perfis raciais. Assim, o objetivo da presente pesquisa foi realizar comparações de gênero e de cor/raça acerca da satisfação no trabalho, da autoeficácia, do desenvolvimento e da realização profissional em trabalhadores de nível superior na área da saúde e investigar atravessamentos de gênero e cor/raça nas trajetórias profissionais de mulheres nessas carreiras. Para atingir tal objetivo, foram realizados dois estudos. O primeiro foi um survey com uma amostra de 444 participantes, (54,5% mulheres e 59% declararam-se como brancos/as). Os/As pesquisados/as atuam em diferentes profissões de saúde, com predomínio da Odontologia (26,6%), seguida por Psicologia (14,4%), Medicina (13,7%) e Enfermagem (13,3%). Foram aplicadas quatro escalas, todas elas com evidências de validade para amostras brasileiras e com adequados indicadores índices de ajuste. A análise de dados foi de comparação de grupos, sendo realizados testes t de Student e cálculo do tamanho do efeito (d de Cohen). Para o segundo estudo, foram realizadas entrevistas com uma amostra de 14 mulheres, divididas entre sete brancas, seis pardas/pretas, e uma indígena/chilena. Profissionais das áreas de Medicina, Odontologia, Nutrição, Psicologia e Enfermagem estiveram presentes nos grupos de entrevistadas brancas e pardas/pretas, enquanto Fisioterapia apareceu apenas entre as profissionais brancas e Serviço Social entre as profissionais pardas/pretas, além de uma indígena/chilena na área de Odontologia. Utilizamos um roteiro para entrevista semiestruturada, que passou previamente por análise de juízes, além de uma entrevista piloto. As entrevistas foram realizadas em plataforma on-line, com gravação e posterior transcrição das falas. O corpus textual foi submetido a análise de conteúdo categorial. Os resultados do estudo quantitativo apontaram poucas diferenças em termos de gênero (com médias significativamente distintas apenas em realização profissional, na meta de conservação, em que o grupo masculino apresentou escores médios mais elevados que o grupo feminino). No entanto, as diferenças de cor/raça foram expressivas, com resultados favoráveis às profissionais de saúde da cor branca em termos de satisfação com a promoção, com os colegas e com a chefia, bem como em termos de autoeficácia, desenvolvimento profissional e algumas variáveis de realização profissional. Os resultados do estudo qualitativo apontaram para discriminações e estereótipos de gênero nas experiências das profissionais de saúde, mas confirmaram que os preconceitos vivenciados pelas mulheres pardas/pretas são muito maiores. Os achados obtidos convergem com a literatura que aponta de forma contundente para o racismo estrutural na sociedade brasileira. Tomados em conjunto, os resultados dos dois estudos apontam para a necessidade de ações que possam reverter as desigualdades identificadas.
Abstract: We have witnessed an advance of women in the labor market in recent years with a reduction of gender inequality in the Brazilian labor context. Currently, women have access to higher education and are in the majority at all levels of education (including PhDs), and are predominant in health courses, including medicine and dentistry, which used to be primarily male professions. However, many professionals still face prejudice or difficulties in their careers because they are women. Furthermore, these advances still need to be more consistent when we refer to the occupation of these professions by people of different racial profiles. Thus, the objective of this research was to make gender and color/race comparisons about job satisfaction, self-efficacy, professional development, and professional achievement in college-level workers in the health field and to investigate gender and color/race intersections in the professional trajectories of women in these careers. To achieve this goal, two studies were conducted. The first was a survey with 444 participants (54.5% women and 59% declared themselves as white). The respondents work in different health professions, with a predominance of Dentistry (26.6%), followed by Psychology (14.4%), Medicine (13.7%), and Nursing (13.3%). Four scales were applied, all with evidence of validity for Brazilian samples and with adequate psychometric indicators. Data analysis included group comparison, Student's t-test, and effect size calculation (Cohen's d). For the second study, interviews were conducted with 14 women, divided into seven white, six brown/black, and one indigenous/Chilean. Professionals in Medicine, Dentistry, Nutrition, Psychology, and Nursing were present in the groups of white and brown/black interviewees. At the same time, Physical Therapy appeared only among white professionals, and Social Service among brown/black professionals, and Dentistry for indigenous/Chilean people. We used a semi-structured interview script, which judges previously analyzed, and a pilot interview. The interviews were carried out in an on-line platform, with recording and later transcription of the speeches. The text corpus was submitted to categorical content analysis. The results of the quantitative study pointed out few differences in terms of gender (with significantly different mean scores only in professional achievement, in the goal of conservation, in which the male group presented higher mean scores than the female group). However, the color/race differences were significant, with favorable results for Caucasian health professionals in terms of satisfaction with promotion, with colleagues, and with management, as well as in terms of self-efficacy, professional development, and some professional accomplishment variables. The results of the qualitative study pointed to gender discrimination and stereotypes in the experiences of health professionals but confirmed that the prejudices experienced by brown/black women are much more significant. The findings converge with the literature that points bluntly to structural racism in Brazilian society. The results of the two studies point to the need for actions that can reverse the inequalities identified.
Palavras-chave: Stereotypes
Gender
Social markers
Labor market
Health professional
Race
Estereótipos
Gênero
Marcadores sociais
Mercado de trabalho
Profissional de saúde
Raça
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Citação: CASTRO, Marcia Nana de. Trajetória, desenvolvimento e realização profissional na área de saúde: atravessamentos de gênero e raça. 2023. 88 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20182
Data de defesa: 30-Jun-2023
Aparece nas coleções:Mestrado em Psicologia Social

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