Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20712
Tipo do documento: Tese
Título: “Nós somos o resultado do nosso encontro” Pedagogia da ocupação: educação como prática da liberdade e do encantamento
Título(s) alternativo(s): "We are the result of our encounter” Pedagogy of occupancy: education as a practice of freedom and enchantment
Autor: Teixeira, Luana Luna 
Primeiro orientador: Mancebo , Deise
Primeiro membro da banca: Soares, Janaína Dória Líbano
Segundo membro da banca: Lima, Kátia Regina de Souza
Terceiro membro da banca: Groppo, Luís Antonio
Quarto membro da banca: Fernandes, Maria Clara Alves de Barcellos
Quinto membro da banca: Nascimento, Wanderson Flor do
Resumo: Este trabalho analisa a ocupação estudantil ocorrida no IFRJ, em 2016, e protagonizada, sobretudo, por mulheres – jovens estudantes e estudantes cotistas, na esteira das políticas de cotas implementadas na instituição no ano de 2012. Nessa perspectiva, percebo as ocupações estudantis como inscrições de um movimento contínuo de luta cujo marco são as cotas e o ingresso de uma/um estudante que tensiona a cultura institucional meritocrática, elitista, racista, sexista, classista e conservadora. Duas questões orientam o desenvolvimento deste estudo, quais sejam, as ocupações estudantis como reflexo das políticas de cotas e o protagonismo feminino como pilar estruturante do movimento. Essas duas conexões são por mim analisadas a partir do entendimento da margem como um espaço de abertura, nos termos propostos pela teórica bell hooks. A ocupação é uma ação de estudantes marginais impulsionados pelo reencantamento do espaço escolar e pela ressignificação de uma cultura de escola que normalizou a violência, o racismo e o segregacionismo, por reflexo das desigualdades estruturais fundantes e mantenedoras de um capitalismo dependente-patriarcal-branco-heteronormativo. Esse potente movimento de resistência juvenil marginal restituiu à escola, pela ação das(os) estudantes, o encantamento pelo compromisso com uma educação emancipatória, transgressora, amorosa e libertária, pensada e realizada pelas(os) oprimidas(os). Assim, retomando as linhas mestras de Paulo Freire e do pensamento hooksiano, esta tese propõe uma pedagogia da ocupação, entendida como educação para a prática da liberdade. A essa reflexão é associado o conceito de “encantamento”, como proposto por Luiz Antonio Simas, para quem o contrário da vida não é a morte, mas o desencanto. Assim, afirmar o encantamento é afirmar o direito à vida com alegria, luta e amor. A pedagogia da ocupação intersecciona reflexões sobre juventude, relações raciais, feminismo radical, cotas, ancestralidade, resistência, amor e encantamento, orientada por alargamentos epistemológicos não eurocentrados oriundos das experiências de vida contra-hegemônicas, marginais, entendidas como sabedorias ancestrais diaspóricas. A questão da descolonização do saber, assim como da escrita e da linguagem, emerge como um compromisso de reparação e combate ao epistemicídio, sendo a escrita desta tese atravessada pelas “vozes” de autoras e autores majoritariamente brasileiras(os) – intérpretes do Brasil comumente invisibilizadas(os) pela heteronomia cultural que marca uma sociedade capitalista-dependente. Metodologicamente, buscou-se teorizar a experiência vivida pelas e pelos jovens estudantes no movimento de ocupação estudantil, dando centralidade às suas narrativas, costurando a memória da ocupação na linguagem das/os ocupas, combinando, desse modo, análise pessoal, com crítica e perspectivas teóricas. Conclui-se que a ocupação estudantil é uma luta contínua, histórica, diaspórica e permanente pela libertação das/os oprimidas/os.
Abstract: This work analyzes the student occupancy that took place at IFRJ in 2016, and which was mainly carried out by women – young students and students benefiting from affirmative actions to reduce racial and economic inequality, in the wake of the racial and economic quota policies implemented at the institution in 2012. In this perspective, I perceive student occupancies as inscriptions of continuous movements of struggle marked by the racial and economic quotas and the admission of a student who tensions the meritocratic, elitist, racist, sexist, classist and conservative institutional culture.Two questions guide the development of this study, namely, student occupancies as a reflection of quota policies and female protagonism as a structuring pillar of the movement. These two connections are analyzed by me considering the understanding of the margin as an opening space, in the theoretical terms proposed by Bell Hooks. The occupancy is an action of marginal students driven by the re-enchantment with the school space and the re-signification of a school culture that normalized violence, racism and segregationism, reflecting the structural inequalities that are founding and sustaining a dependent-patriarchal-white-heteronormative capitalism. This powerful movement of marginal youth resistance restored to the school, through the action of the students, the enchantment of the commitment to an emancipatory, transgressive, loving and liberating education, designed and carried out by the oppressed ones. Thus, taking up the main lines of Paulo Freire and the Hooksian thought, this thesis proposes a pedagogy of occupancy, understood as education for the practice of freedom.I associated this reflection with the concept of “enchantment”, as proposed by Luiz Antonio Simas, for whom the opposite of life is not death, but disenchantment. Thus, affirming enchantment is affirming the right to life with joy, struggle and love. The pedagogy of occupancy intersects reflections on youth, race relations, radical feminism, racial and economic quotas, ancestry, resistance, love and enchantment, guided by non-Eurocentered epistemological extensions arising from counter-hegemonic, marginal life experiences, understood as diasporic ancestral wisdoms. The issue of the decolonization of knowledge, as well as of writing and language, emerges as a commitment to repair and combat epistemicide, and the writing of this thesis is crossed by the "voices" of mostly Brazilian authors - interpreters from Brazil commonly made invisible by the cultural heteronomy that marks a dependent capitalist society. Methodologically, we sought to theorize the experience lived by young students in the student occupation movement, giving centrality to their narratives, stitching the memory of the occupation into the language of the occupants, thus combining personal analysis with criticism and perspectives theoretical. It is concluded that the student occupation is a continuous, historical, diasporic and permanent struggle for the liberation of the oppressed.
Palavras-chave: Ocupação estudantil
Juventude
Pedagogia da Ocupação
Educação como prática da liberdade
Encantamento
Student occupancy
Youth
Pedagogy of occupancy
Education as a practice of freedom
Enchantment
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::CIENCIA POLITICA::POLITICAS PUBLICAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Citação: TEIXEIRA, Luana Luna. “Nós somos o resultado do nosso encontro” – Pedagogia da ocupação: educação como prática da liberdade e do encantamento. 2021. 156 f. Tese (Doutorado em Políticas Públicas e Formação Humana) – Centro de Educação e Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20712
Data de defesa: 25-Jun-2021
Aparece nas coleções:Doutorado em Políticas Públicas e Formação Humana

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Luana Luna Teixeira - 2021 - Completa.pdf1,23 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.