Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20845
Tipo do documento: Tese
Título: Beer-laai-roi – “eu vi aquele que me vê”: relações entre mulheres evangélicas e seus processos psicoterápicos
Título(s) alternativo(s): Beer-laai-roi - "I have seen the one who sees me": relationships between evangelical women and their psychotherapeutic processes
Autor: Maciel, Rebecca Ferreira Lobo Andrade 
Primeiro orientador: Mattos, Amana Rocha
Primeiro membro da banca: Tsallis, Alexandra Cleopatre
Segundo membro da banca: Franco, Clarissa de
Terceiro membro da banca: Santos, Lívia Reis
Quarto membro da banca: Souza, Sandra Duarte de
Resumo: Na realidade brasileira, temos uma presença massiva de evangélicos. Dentre esses, mais da metade são mulheres. Ao mesmo tempo em que temos um número tão marcante de evangélicas no Brasil, a psicologia se consolida como área de conhecimento e prática no país. Isso traz novos desafios ao campo psi que convidam ao desenvolvimento de pesquisas acadêmicas. Assim, esta tese tem como objetivo entender qual a relação das mulheres evangélicas com seus processos psicoterápicos. A fim de desenvolver esse ponto, parte-se de uma metodologia da Análise do Discurso Crítica com o referencial intersecional, que construiu a leitura bibliográfica de aporte ao campo. A pesquisa foi desenvolvida em dois momentos. O primeiro foi de entrevistas preliminares semiestruturadas onde quatro mulheres evangélicas que já realizaram psicoterapia discorriam sobre seus processos. Tendo esse primeiro ponto desenvolvido, tivemos as primeiras pistas quanto ao que perguntar nas entrevistas principais – acerca da identidade dessas mulheres, seus sofrimentos, embates entre psicologia e religião, como a ideia do “psicólogo cristão” e temáticas recorrentes em psicoterapia, como família, sexualidade, casamento, culpa, racismo e violência. Essas temáticas se repetem posteriormente na pesquisa principal, com maior profundidade e trazendo à tona que mesmo as igrejas enfatizando a família, a sexualidade e os demais temas em seus discursos, essas mulheres não se sentem satisfeitas com a resposta exclusivamente religiosa, permanecendo em sofrimento. Assim, no segundo momento, realizou-se um questionário on-line para análise do perfil socioeconômico dessas mulheres, ao qual 64 responderam. Dessas, 21 se dispuseram a participar de uma entrevista semiestruturada on-line. O que se observou nas falas das entrevistadas é que ser mulher evangélica diz respeito a uma experiência de sentido de vida que está vinculada com igrejas evangélicas, mas não se restringem a elas. Mesmo sendo um lugar de sentido, elas relatam ter muito receio de demonstrar dor e sofrimento, decidindo resolver as dificuldades sozinhas. O sofrimento, que é um dos temas centrais da pesquisa, é disputado pela religião como único espaço para se resolver as dores. As igrejas demonstram desejo pela exclusividade do cuidado, porém as mulheres não se sentem plenamente acolhidas nesse local. Mostrar fragilidade é uma das grandes problemáticas levantadas e, por isso, muitas só buscam a psicoterapia em casos em que não há outra solução. Assim, há grandes conflitos entre o conhecimento psicológico e a religião, podendo muitas vezes se aliar para exercer poder sobre essas mulheres ou se distanciar, a fim de produzir espaços de escuta laica. Em seus processos psicoterápicos a religião atravessa suas falas dando a ideia de que sofrer seria um “mau testemunho”. Percebe-se, ao final da pesquisa, que suas vivências perpassam a ambivalência não só porque o campo religioso é maleável quanto à capacidade de construir domínio e conforto, mas de suas subjetividades enquanto mulheres que circulam por esses espaços complexos, sendo quem são e procurando espaços onde podem se sentir bem e acolhidas.
Abstract: We have a sizable evangelical population in Brazil, with more than half of them being women. At the same time that there are so many evangelicals in Brazil, psychology is becoming more established as a field of study and practice in the country. In order to address these new challenges, academic research must be developed in the field of psychology. The purpose of this dissertation is to better understand the relationship between evangelical women and their psychotherapeutic processes. To develop this point, it begins with a Critical Discourse Analysis methodology with an intersectional reference, which built the bibliographic reading that supports the field. Two phases of the research were conducted. The first involved preliminary semi-structured interviews with four Evangelical women who had previously undergone psychotherapy, during which they discussed their experiences. After developing this first point, we had the first clues regarding what to ask in the key interviews - about the identity of these women, their sufferings, clashes between psychology and religion, such as the concept of the "Christian psychologist," and recurring themes in psychotherapy, such as family, sexuality, marriage, guilt, racism, and violence. These themes are further investigated in the main study, revealing that, despite the churches' emphasis on family, sexuality, and other topics in their speeches, these women are dissatisfied with the solely religious response and continue to suffer. Thus, in the second stage, an online questionnaire was administered to 64 women in order to analyze their socioeconomic profiles. Twenty-one of them agreed to participate in an online semi-structured interview. According to the interviewees' statements, being an evangelical woman relates to a sense of meaning in life that is associated with but not limited to evangelical churches. Despite the fact that it is a meaningful place, they report being afraid to show their pain and suffering, preferring to solve problems on their own. Religion disputes suffering, which is one of the research's central themes, as the only place to resolve pain. Churches demonstrate a desire for exclusive care, but women are not fully welcomed there. One of the major issues raised is fragility, a reason why many people only seek psychotherapy when they have no other options. As a result, there are significant conflicts between psychological knowledge and religion, which can frequently ally to exert power over these women or distance themselves in order to create spaces for secular listening. Religion pervades their psychotherapeutic processes, giving the impression that suffering is a "bad testimony." At the conclusion of the study, it was evident that their experiences had been ambivalent, not only because the religious field is malleable in terms of its ability to establish dominance and comfort, but also because of their subjectivities as women who move through these complex spaces, being who they are and seeking out spaces where they can feel good and welcomed.
Palavras-chave: Gender
Evangelical women
Psychotherapy
Evangelicals
Gênero
Mulheres evangélicas
Psicoterapia
Evangélicos
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL::PAPEIS E ESTRUTURAS SOCIAIS; INDIVIDUO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Citação: MACIEL, Rebecca Ferreira Lobo Andrade. Beer-laai-roi – “eu vi aquele que me vê”: relações entre mulheres evangélicas e seus processos psicoterápicos. 2023. 202 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Instituto de Psicologia Social, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20845
Data de defesa: 28-Jun-2023
Aparece nas coleções:Doutorado em Psicologia Social

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese - Rebecca Ferreira Lobo Andrade Maciel - 2023 - Completa.pdf5,1 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.