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Tipo do documento: Tese
Título: Nos bastidores da gestão da Saúde Pública: Ensaio-discussão sobre um itinerário por lugares onde habita o poder gestionário
Título(s) alternativo(s): Behind the scenes of Public Health Management: essay-discussion on an itinerary where management power resides
Autor: Flores, Joyce de Andrade das 
Primeiro orientador: Camargo Júnior, Kenneth Rochel de
Primeiro coorientador: Mendonça, André Luís de Oliveira
Primeiro membro da banca: Silva, Martinho Braga Batista e
Segundo membro da banca: Kiss, Catalina
Terceiro membro da banca: Baptista, Tatiana Wargas de Faria
Quarto membro da banca: Gonçalves, Leandro Augusto Pires
Resumo: O gerenciamento da Saúde pública refere-se a um lugar que lida diretamente com os recursos para a promoção, prevenção e recuperação da vida humana. Esse movimento representa a prática de um direito constitucionalmente garantido. Todavia, ao fazer parte dos seus microprocessos, experienciando o agir daqueles que os impulsionam (ou não), tanto no aspecto individual como coletivo, compreendi a necessidade de apresentar minha vivência nos bastidores da gestão nas esferas governamentais que atuei. Assim, tornou-se urgente descrever a rotina instaurada pelo poder gestionário, bem como a forma que se geraram/geram tomadas de decisões nas políticas públicas. Para tanto, parto do pressuposto de que o Estado hesita em propiciar o bem-estar e a qualidade de vida para o seu povo, fazendo com que o seu poder (constitucionalizado) institucionalize o controle e a administração da governança sob o seu território, submetendo-os aos interesses que não estão associados às necessidades sociais. Na intenção de construir um espaço de reflexão, emerge a hipótese de que as instituições que representam a governança estatal se apresentam funcional e intencionalmente abstratas, indiferentes ao seu real dever constitucional, fomentando a regulamentação e a manutenção do caos, produzindo uma fragilidade no sistema e, como consequência, permitindo os privilégios dos amantes do poder, promovendo o vazio assistencial e a morte de seu povo. Portanto, com o propósito de elaborar uma narrativa de todo esse processo vivido, elaboro um pout-pourri de ideias propostas por autores com os quais me identifico metodologicamente, balizando os contornos que considero necessários, sendo o mais fidedigna possível nos relatos. Nesse processo, destaco o arcabouço do método de Richard Sennett e a experiência de campo de Simone Weil. Ademais, realizo um diálogo acerca dos sentidos de gestão, dos seus impactos estabelecidos no universo das relações do trabalho em saúde e das necroses – tanto emocionais quanto físicas – produzidas nas vidas abaladas pelo descuidado em saúde. Dessa forma, aproprio-me do saber constituído pela prática, exemplificando por intermédio da narrativa, o ato de sentir na pele a magnitude do vigor amoral da gestão, na intenção de expor elementos que são cruciais à execução e à manutenção de seu poder. Por fim, reconhecendo o conhecimento estabelecido pelas experiências, aponto as sequelas no âmbito do trabalho da Saúde pública, revelando os seus ilimitados ditames que ocasionam a morte em suas diferentes versões. Diante das críticas lançadas ao longo deste trabalho, sobre a forma de fazer a gestão, entendendo a necessidade de pensarmos em outras maneiras de construirmos esse lugar, lamento não ser capaz de produzir argumentos e direções possíveis. A conjuntura não permite que eu ocupe outra posição, a não ser a da incredulidade. Não acredito em possibilidades concretas de modificação do nosso cenário. Contudo, não deixa de ser urgente a necessidade de encontrar outras formas possíveis de se fazer gestão em prol, de fato, da vida coletiva. É imprescindível que, ainda assim, haja firmeza de caráter o suficiente para manter o propósito focado no cuidado em saúde do usuário, assim como uns dos outros, também, ao longo desse processo.
Abstract: Public Health Management refers to a place that directly deals with resources to promote, prevent and recover human life. This movement represents the practice of a constitutionally guaranteed right. However, by being part of their microprocesses, experiencing the actions of those who drive them (or not), both individually and collectively, I understood the need to show my experience behind the scenes of management in the government fields in which I worked. Thus, it became urgent to describe the routine established by the management power, as well as the way in which decision-making in public policies was generated. Then, I assume that the Government hesitates to provide well-being and quality of life to the people. Besides that, it has the power to institutionalize the control and administration of governance under its territory, subjecting them to interests that are not associated with social needs. In order to build a space for reflection, the hypothesis states that the institutions which represent state governance are functionally and intentionally abstract. So, they are indifferent to their real constitutional duty, encouraging regulation and the maintenance of chaos, producing fragility in the system and, as a consequence, allowing the privileges of lovers of power, promoting a vacuum in assistance and the death of people. Therefore, with the purpose of elaborating a narrative of this process, I elaborate a mix of ideas proposed by authors connected to my thoughts, so defining the contours that I consider necessary, being as reliable as possible in the reports. In this process, I highlight the framework of Richard Sennett's method and Simone Weil's field experience. Furthermore, I carry out a dialogue about the meanings of management, its impacts established in the field of health work relationships and the damages – both emotional and physical – produced in lives shaken by carelessness in health. In this way, I receive the knowledge constituted by practice, exemplifying through narrative, the act of feeling firsthand the magnitude of the amoral vigor of management. So, as a consequence, I am exposing elements that are crucial to the execution and maintenance of government’s power. Finally, recognizing the knowledge established by experiences, I pointed out the consequences in the scope of public health work, revealing its unlimited dictates which cause death in different versions. In view of the criticisms launched throughout this work about the way of managing and thinking of other ways of building this place, I regret not being able to produce possible arguments and directions. This situation does not allow me to occupy any other position than that of disbelief. I do not believe in real possibilities of changing our reality. However, it is still urgent to understand the need to find other possible ways of managing for the benefit, in fact, of collective life. It is essential that, even so, there must be enough firmness of character to maintain the purpose to focus on the health care of the user, as well as each other, throughout this process.
Palavras-chave: Management power
Underemployment
Moral harassment
Politics of death
Gestão em Saúde
Administração em Saúde Pública
Valores sociais
Política de Saúde
Determinantes sociais em saúde
Sistema Único de Saúde
Política Pública
Fatores sociológicos
Poder gestionário
Subemprego
Assédio moral
Política da morte
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Citação: FLORES, Joyce de Andrade das. Nos bastidores da gestão da Saúde Pública: Ensaio-discussão sobre um itinerário por lugares onde habita o poder gestionário. 2023. 120 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20866
Data de defesa: 24-Out-2023
Aparece nas coleções:Doutorado em Saúde Coletiva

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