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Tipo do documento: Dissertação
Título: Diário do Hospício: onde o testemunho é mediado pela literatura
Título(s) alternativo(s): Diário do hospício: where the testimony is mediated by literature
Autor: César, Thais da Silva 
Primeiro orientador: Figueiredo, Carmem Lúcia Negreiros de
Primeiro membro da banca: Soares, Marcus Vinícius Nogueira
Segundo membro da banca: Salgado, Marcus Rogerio Tavares Sampaio
Resumo: Seja quando advém dos relatos dos sobreviventes da Shoah, seja quando advém das convulsões políticas ou dos excluídos de espaços produtores de conhecimento da América Latina, a “literatura de testemunho” sempre guarda uma relação com a violência. Muito antes do surgimento do termo “literatura de testemunho”, na Belle Époque carioca do início do sé-culo XX, a violência já relegava pobres, negros, imigrantes, alcoólatras, ou qualquer outro que perturbasse a ordem social ao hospício. No Hospital Nacional de Alienados, com o respaldo da polícia e da ciência, como fez a tantos outros, a violência do progresso internou Lima Barreto (1881-1922) por delírios alcoólicos de 25 de dezembro de 1919 a 02 de fevereiro de 1920, período em que o autor escreveu as tiras que deram origem postumamente a Diário do Hospício. Como representante da estratégia do Estado de excluir amparando-se no racismo e na pobreza, o hospício tornava o tempo e os corpos dóceis. Em Diário do Hospício, porém, o testemunho passa pelo tempo do diário, e o tempo do diário passa pelo tempo da memória, sendo esse testemunho também perpassado pela linguagem da crônica, do romance e do conto, sem esgotar outras possibilidades. De dentro dos muros do hospício, pela voz de autor, o interno-narrador-escritor descortina a criação do doente pela ciência e questiona a própria fronteira entre os gêneros literários, respondendo à ciência da época e à violência do aprisio-namento com um testemunho mediado pela liberdade da literatura
Abstract: Whether it comes from the reports of survivors of the Shoah, whether it comes from political upheavals or from those excluded from knowledge-producing spaces in Latin Ameri-ca, “testimony literature” always has a relationship with violence. Long before the emergence of the term “testimony literature”, in Rio’s Belle Époque at the beginning of the 20th century, violence already relegated poor people, black people, immigrants, alcoholics, or anyone else who disturbed the social order to the hospice. At the Hospital Nacional de Alienados, with the support of the police and science, as it did for so many others, the violence of progress admitted Lima Barreto (1881-1922) for alcoholic delusions from December 25, 1919 to February 2, 1920, a period in which the author wrote the strips that posthumously gave rise to Diário do Hospício. As a representative of the State's strategy of excluding based on racism and poverty, the hospice made time and bodies docile. In Diário do Hospício, however, the testimony passes through the time of the diary, and the time of the diary passes through the time of memory, and this testimony is also permeated by the language of the chronicle, the novel and the short story, without exhausting other possibilities. From within the walls of the hospice, through the voice of the author, the inmate-narrator-writer uncovers the creation of the patient through science and questions the very border between literary genres, responding to the science of the time and the violence of imprisonment with a testimony mediated by the freedom of literature
Palavras-chave: Testimony
Literature
Lima Barreto
Diário do hospício
Testemunho
Literatura
Barreto, Lima, 1881-1922 - Crítica e interpretação
Barreto, Lima, 1881-1922. Diário do hospício
Barreto, Lima, 1881-1922 - Diários
Literatura brasileira – História e crítica
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: CÉSAR, Thais da Silva. Diário do hospício: onde o testemunho é mediado pela literatura. 2023. 122 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Embargado
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21030
Data de defesa: 14-Nov-2023
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras



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