Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21577
Tipo do documento: Tese
Título: Isto aqui é uma expedição: uma leitura das paisagens em trânsito de Ana Martins Marques, Angélica Freitas e Marília Garcia
Título(s) alternativo(s): Esto es una expedición: una lectura de los paisajes en tránsito de Ana Martins Marques, Angélica Freitas y Marília Garcia
This is an expedition: a reading of the landscapes in transit by Ana Martins Marques, Angélica Freitas and Marília Garcia
Autor: Gelmini, Juliana dos Santos 
Primeiro orientador: Magri, Ieda Maria
Primeiro membro da banca: Oliveira, Leonardo Davino de
Segundo membro da banca: Medeiros, Fernanda Teixeira de
Terceiro membro da banca: Gens, Rosa Maria de Carvalho
Quarto membro da banca: Zacca , Rafael
Resumo: Italo Calvino, antes de nos deixar, escreveu apenas cinco das suas Seis propostas para um novo milênio, em 1990. Anos depois, Ricardo Piglia buscou escrever a proposta que falta: “Qual seria a sexta proposta não escrita para o próximo milênio?” (PIGLIA, 2012, p. 1). A partir desta questão, o escritor argentino apresentou o conceito de deslocamento, relacionado ao sentido de mudança de lugar, de movimento em direção ao outro, como “Uma proposta para o novo milênio”, ensaio publicado no Caderno de Cultura Margens/ Márgenes, em 2001. Retomei, com esta tese, a investigação da proposta de Piglia, em busca de caminhos para a escrita sobre o conceito de deslocamento no contemporâneo. Agora, a partir do olhar de uma pesquisadora mulher de outro lugar da América Latina, no Brasil, no Rio de Janeiro – ainda um subúrbio do mundo, tal qual Piglia se referiu a Buenos Aires. Em busca de “sair do centro, deixar que a linguagem fale também na margem, no que se ouve, no que chega de outro” (PIGLIA, 2012, p. 4), propus, com esta tese, um modo de reconhecimento do deslocamento epistemológico, com a passagem das margens heterogêneas que, historicamente, consideramos como “bordas da tradição cultural” (PIGLIA, 2012, p. 1) ao centro da cena contemporânea. Aqui, falando sobre um deslocamento descentralizante do patriarcado. Nesse contexto em trânsito, os nomes de Ana Martins Marques (Belo Horizonte, 1977), Angélica Freitas (Pelotas, 1973) e Marília Garcia (Rio de Janeiro, 1979) são exemplos da forte e decisiva expressão da poesia de autoria feminina em língua portuguesa nos últimos anos. Destacam-se como três poetas premiadas e, assim, legitimadas por uma crítica especializada. Apesar do crescente protagonismo, ainda não parecia haver estudos acadêmicos amplos e específicos sobre as suas práticas artísticas em perspectiva comparada. O que eu propus, com esta tese, foi investigar, a partir do método da análise crítica e formal de poemas selecionados, a hipótese da configuração comum de uma voz poética própria em torno do deslocamento, mapeando os pontos de (des)encontros que articulam as práticas artísticas dessas três poetas-mulheres que (re)escrevem, ao menos, uma das diversas partes silenciadas da história. Em cada poeta, investiguei os deslocamentos que atravessam duas figuras femininas. No primeiro capítulo, investiguei as figuras da “Medusa” e da “Ofélia”, na voz de Ana Martins Marques, a partir dos poemas do livro Risque esta palavra (2021). No segundo capítulo, investiguei as figuras da “poetisa” e da “sereia”, na voz de Angélica Freitas, a partir dos poemas do livro Canções de atormentar (2020). No terceiro capítulo, investiguei as figuras da “flâneuse” e da “ninfa Eco”, na voz de Marília Garcia, a partir dos poemas do livro Expedição Nebulosa (2023). Minha intenção foi também verificar se esse estado de deslocamento é um dos aspectos que configura a poesia brasileira contemporânea. Com isso, também busquei contribuir, dentro do possível, em hipóteses que possam colaborar para a definição do deslocamento nos estudos de poesia
Abstract: Italo Calvino, antes de dejarnos, escribió en 1990 sólo cinco de sus Seis propuestas para un nuevo milenio. Años después, Ricardo Piglia intentó escribir la propuesta que faltaba: "¿Cuál sería la sexta propuesta no escrita para el próximo milenio?" (PIGLIA, 2012, p. 1). A partir de esta pregunta, el escritor argentino presentó el concepto de desplazamiento, relacionado con el sentido de cambio de lugar, de movimiento hacia el otro, como "Una propuesta para el nuevo milenio", ensayo publicado en Caderno de Cultura Margens/ Márgenes en 2001. Con esta tesis, he retomado mi investigación sobre la propuesta de Piglia en busca de formas de escribir sobre el concepto de desplazamiento en el mundo contemporáneo. Ahora, desde la perspectiva de una investigadora de otro lugar de América Latina, en Brasil, en Río de Janeiro - todavía un arrabal del mundo, como Piglia se refería a Buenos Aires. Buscando "salir del centro, dejar que el lenguaje hable también en los márgenes, en lo que se escucha, en lo que viene de otro" (PIGLIA, 2012, p. 4), he propuesto, con esta tesis, una forma de reconocer el desplazamiento epistemológico, con el paso de los márgenes heterogéneos que históricamente hemos considerado "bordes de la tradición cultural" (PIGLIA, 2012, p. 1) al centro de la escena contemporánea. Hablamos aquí de un desplazamiento descentralizador del patriarcado. En este contexto en tránsito, los nombres de Ana Martins Marques (Belo Horizonte, 1977), Angélica Freitas (Pelotas, 1973) y Marília Garcia (Río de Janeiro, 1979) son ejemplos de la fuerte y decisiva expresión de la poesía hecha por mujeres en portugués en los últimos años. Destacan por ser tres poetas premiadas y, por tanto, legitimadas por la crítica especializada. Pese a su creciente protagonismo, todavía no parecían existir estudios académicos amplios y específicos sobre sus prácticas artísticas desde una perspectiva comparada. Lo que me propuse con esta tesis fue investigar, utilizando el método del análisis crítico y formal de poemas seleccionados, la hipótesis de la configuración común de una voz poética propia en torno al desplazamiento, mapeando los puntos de (des)encuentro que articulan las prácticas artísticas de estas tres mujeres poetas que (re)escriben al menos una de las varias partes silenciadas de la historia. En cada poeta, investigué los desplazamientos que atraviesan dos figuras femeninas. En el primer capítulo, investigué las figuras de "Medusa" y "Ofelia" en la voz de Ana Martins Marques, a partir de los poemas de su libro Risque esta palavra (2021). En el segundo capítulo, investigué las figuras de la "poetisa" y la "sirena" en la voz de Angélica Freitas, a partir de los poemas del libro Canções de atormentar (2020). En el tercer capítulo, investigué las figuras de la "flâneuse" y la "Eco ninfa" en la voz de Marília Garcia, a partir de los poemas del libro Expedição Nebulosa (2023). Mi intención era también comprobar si este estado de desplazamiento es uno de los aspectos que configuran la poesía brasileña contemporánea. Con ello, también pretendía contribuir, en la medida de lo posible, a las hipótesis que podrían ayudar a definir el desplazamiento en los estudios de poesía
Italo Calvino, before leaving us, wrote only five of his Six Memos for the Next Millennium, in 1990. Years later, Ricardo Piglia sought to write the missing proposal: “What would be the sixth unwritten proposal for the next millennium?” (PIGLIA, 2012, p. 1). Based on this question, the Argentine writer presented the concept of displacement, related to the sense of changing place, of movement towards the other, as “A proposal for the new millennium”, an essay published in Caderno de Cultura Margens/Márgenes, in 2001. With this thesis, I resumed the investigation of Piglia's proposal, in search of ways to write about the concept of displacement in the contemporary world. Now, from the perspective of a female researcher from another place in Latin America, in Brazil, in Rio de Janeiro – still a suburb of the world, just as Piglia referred to Buenos Aires. Seeking to "leave the center, to let language also speak on the margin, in what is heard, in what comes from another" (PIGLIA, 2012, p. 4), I have proposed, with this thesis, a way of recognizing epistemological displacement, with the passage of the heterogeneous margins that we have historically considered as "edges of cultural tradition" (PIGLIA, 2012, p. 1) to the center of the contemporary scene. Here, we are talking about a decentralizing displacement of patriarchy. In this context in transit, the names of Ana Martins Marques (Belo Horizonte, 1977), Angélica Freitas (Pelotas, 1973) and Marília Garcia (Rio de Janeiro, 1979) are examples of the strong and decisive expression of poetry by women in Portuguese in recent years. They stand out as three award-winning poets who have been legitimized by specialized critics. Despite their growing prominence, there still didn't seem to be any broad and specific academic studies on their artistic practices from a comparative perspective. With this thesis, I set out to investigate, using the method of critical and formal analysis of selected poems, the hypothesis of the common configuration of a poetic voice of their own around displacement, mapping the points of (dis)encounter that articulate the artistic practices of these three women poets who (re)write at least one of the various silenced parts of history. In each poet, I investigated the displacements that cross two female figures. In the first chapter, I investigated the figures of "Medusa" and "Ophelia" in the voice of Ana Martins Marques, based on the poems in her book Risque esta palavra (2021). In the second chapter, I investigated the figures of the "poetess" and the "mermaid" in the voice of Angélica Freitas, based on the poems in the book Canções de atormentar (2020). In the third chapter, I investigated the figures of the "flâneuse" and the "Eco nymph" in the voice of Marília Garcia, based on the poems in the book Expedição Nebulosa (2023). My intention was also to see if this state of displacement is one of the aspects that shapes contemporary Brazilian poetry. In doing so, I also sought to contribute, as far as possible, to hypotheses that could help define displacement in poetry studies
Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea
Deslocamento
Autoria feminina
Figuras femininas
Ana Martins Marques
Angélica Freitas
Marília Garcia
Marques, Ana Martins, 1977-. – Crítica e interpretação
Freitas, Angélica, 1973-. – Crítica e interpretação
Garcia, Marília, 1979- - Crítica e interpretação
Marques, Ana Martins, 1977-. Risque esta palavra
Freitas, Angélica, 1973-. Canções de atormentar
Garcia, Marília, 1979 -. Expedição nebulosa
Mulheres e literatura
Poesia brasileira – História e crítica
Poesía brasileña contemporánea
Desplazamiento
Autoría femenina
Figuras femeninas
Contemporary brazilian poetry
Displacement
Female authorship
Female figures
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA BRASILEIRA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: GELMINI, Juliana dos Santos. Isto aqui é uma expedição: uma leitura das paisagens em trânsito de Ana Martins Marques, Angélica Freitas e Marília Garcia. 2023. 338 f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21577
Data de defesa: 12-Dez-2023
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.