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Tipo do documento: Tese
Título: Avaliação da capacidade de absorção de ferro em adultos com anemia falciforme e de bases para recomendações dietéticas a pessoas com sobrecarga deste micronutriente
Título(s) alternativo(s): Evaluation of iron absorption capacity in adults with sickle cell anemia and basis for dietary recommendations for people with iron overload
Autor: Mendonça, Juliana Omena Braga de 
Primeiro orientador: Reis, Marta Citelli dos
Primeiro membro da banca: Curioni, Cíntia Chaves
Segundo membro da banca: Bezerra, Flávia Fioruci
Terceiro membro da banca: Thomas, Sylvia
Quarto membro da banca: Berto Junior, Clemilson
Resumo: Orientações alimentares e nutricionais para doenças que cursam com a sobrecarga de ferro ainda não foram estabelecidas. A anemia falciforme (AF) é uma hemoglobinopatia que pode cursar com sobrecarga de ferro secundária a transfusões sanguíneas, sendo muito presente no Brasil, especialmente em regiões com maior concentração de pessoas de origem africana. Recentemente, estudos observaram que as concentrações de hepcidina – hormônio responsável pela homeostase de ferro e por reduzir sua absorção intestinal – eram maiores em participantes com sobrecarga de ferro se comparados àqueles sem sobrecarga e ao grupo controle. Estes dados sugerem que os indivíduos expostos à sobrecarga de ferro não precisariam reduzir a ingestão de alimentos ricos neste micronutriente, uma orientação comumente prescrita por profissionais de saúde. Todavia, estes resultados ainda não são suficientes para estabelecer uma abordagem nutricional segura, visto que aspectos como a estimativa da absorção de ferro precisam ser aprofundados. Assim, o objetivo deste estudo foi compreender as bases existentes para as recomendações dietéticas a indivíduos com sobrecarga de ferro e avaliar a absorção deste micronutriente em pessoas com anemia falciforme. Primeiramente, foi realizada uma revisão de escopo de acordo com os métodos propostos pelo Instituto Joanna Briggs e pelo protocolo do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) a fim de sistematizar os estudos que tratam de prescrições dietéticas para pacientes com sobrecarga de ferro. Também foi realizado um estudo experimental e comparativo com 25 adultos, divididos nos grupos com AF e sobrecarga de ferro (n = 03), AF sem sobrecarga (n = 10) e indivíduos sem a doença (n = 12). A capacidade de absorção de ferro foi estimada por meio da marcação de 100 mL de suco de laranja com o isótopo estável 57Fe. Amostras de sangue foram obtidas no tempo basal e 14 dias após a ingestão do isótopo, sendo a determinação da relação isotópica entre 57Fe/56Fe determinada por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Na revisão de escopo, de 6409 estudos encontrados nas bases de dados, oito foram selecionados por obedecerem ao critério de inclusão no estudo. Observou-se que embora a necessidade de restringir o ferro na dieta de indivíduos com hemocromatose seja bastante clara, há um consenso que a sobrecarga de ferro diminui a taxa de absorção. Além disso, o consumo de polifenois e 6-shogaol reduziu a absorção de ferro ou a concentração de ferritina sérica nos participantes, enquanto as procianidinas não causaram nenhuma alteração. Embora possa ser benéfica quando feita concomitantemente à terapia de quelação, a suplementação com vitamina C deve ser evitada – assim como o consumo excessivo de álcool – por provocar reações oxidativas quando o ferro se encontra em excesso no organismo. No segundo estudo, não foram observadas diferenças nas concentrações de hepcidina sérica e na absorção de ferro entre os três grupos estudados. Diferentemente da hepcidina, parâmetros como ferritina sérica e concentração hepática de ferro se correlacionaram forte e negativamente com o percentual de ferro absorvido, apresentando-se como possíveis fatores capazes de influenciar na diminuição da absorção deste micronutriente. Analisando a comparação entre os grupos e a correlação da capacidade de absorção de ferro com estas variáveis, acredita-se que os indivíduos com AF– tanto aqueles que cursam com sobrecarga de ferro quanto os que não apresentam este quadro – não necessitem reduzir a ingestão de fontes de ferro, já que sua absorção não diferiu dos indivíduos sem a doença. No entanto, estudos adicionais que avaliem a capacidade de absorção intestinal de ferro de um número maior de indivíduos devem ser realizados para auxiliar no estabelecimento de uma conduta nutricional segura a ser adotada.
Abstract: Iron overload diseases do not have yet a clear dietary approach or nutritional guidelines. Sickle cell anemia (SCA) is a hemoglobinopathy that can lead to secondary iron overload due to blood transfusions and is very common in Brazil, especially in regions with higher concentration of African descent. Recently, studies have observed that hepcidin – hormone responsible for iron homeostasis and the reduction of intestinal iron absorption – levels were higher in participants with iron overload compared to those without iron overload and control group. Those data suggested that individuals exposed to iron overload may not need to reduce the intake of iron-rich foods – a common recommendation prescribed by health professionals. However, these results are not sufficient to establish a nutritional recommendation, since aspects such as the iron absorption need to be further investigated. The aim of this study was to understand the basis for dietary recommendations for people with iron overload and to evaluate the iron absorption in adults with SCA. First, a scope review was carried out according to the methods proposed by the Joanna Briggs Institute and by the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes (PRISMA) protocol in order to systematize the studies that support dietary prescriptions for patients with iron overload. An experimental and comparative study was also carried out with 25 adults, divided into groups with SCA and iron overload (n = 03), SCA without iron overload (n = 10) and individuals without the disease (n = 12). Iron absorption was measured using a labelled orange juice (100 mL) with 57Fe stable isotope. Blood samples were collected at baseline and 14 days after isotope administration and the determination of the 57Fe/56Fe isotopic ratio was determined by inductively coupled plasma mass spectrometry (ICP-MS). In the scope review, 6409 studies were recovered from databases and eight met the inclusion criteria. Although the need to restrict iron in the diet of people with hemochromatosis is quite clear, there is a consensus that IOL diminishes its absorption. The consumption of polyphenols and 6-shogaol seems to reduce iron absorption or serum ferritin concentration, while procyanidins do not cause any changes. Although vitamin C appeared to be beneficial with concomitant iron chelation therapy, the ascorbic acid supplementation should be avoided – such as excessive alcohol consumption – not only because they increase iron absorption but because they provoke toxic oxidative reactions when iron is excessive. In the second manuscript, hepcidin levels and iron absorption did not differ between all groups studied. Unlike hepcidin, serum ferritin and hepatic iron concentration were strongly and negative correlated with the percentage of iron absorbed and seems to have a greater influence in the decrease of iron absorption. Analyzing the comparison among these groups and the correlation of iron absorption capacity and these parameters, we believe that individuals with SCA (with or without iron overload) may not need to reduce their intake of iron-rich food, maintaining their absorption similar to the individuals without the disease. Further studies evaluating the intestinal iron absorption using larger sample sizes of SCAio patients should be conducted to assist in the establishment of a safe nutrition approach to be adopted.
Palavras-chave: Anemia falciforme
Ferritina
Hepcidina
Metabolismo de ferro
Capacidade de absorção de ferro
Isótopo estável 57Fe
Sickle cell anemia
Ferritin
Hepcidin
Iron metabolism
Iron absorption capacity
57Fe stable isotope
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO::BIOQUIMICA DA NUTRICAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
Programa: Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Citação: MENDONÇA, Juliana Omena Braga de. Avaliação da capacidade de absorção de ferro em adultos com anemia falciforme e de bases para recomendações dietéticas a pessoas com sobrecarga deste micronutriente. 2020. 140 f. Tese (Doutorado em Alimentação, Nutrição e Saúde) - Instituto de Nutrição, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21596
Data de defesa: 18-Dez-2020
Aparece nas coleções:Doutorado em Alimentação, Nutrição e Saúde

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