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Tipo do documento: Tese
Título: “Medo de falar, medo de morrer, medo de buscar ajuda”: o uso do Cytotec na interrupção da gestação
Título(s) alternativo(s): "Fear of speaking, fear of dying, fear of seeking help": the use of Cytotec in pregnancy termination
Autor: Machado, Letícia Oening 
Primeiro orientador: Taquette, Stella Regina
Primeiro membro da banca: Nogueira, Arnaldo Cezar
Segundo membro da banca: Souza, Luciana Maria Borges da Matta
Terceiro membro da banca: Monteiro, Denise Leite Maia
Quarto membro da banca: Silva, Miriam Ventura da
Resumo: O misoprostol é utilizado no Brasil para a interrupção voluntária da gravidez desde o fim da década de 1980, porém passou a integrar a lista de medicamentos controlados pela ANVISA em 1986, o que dificultou seu acesso pelas mulheres. Desde então, o medicamento circula de forma ilegal em farmácias, comércios populares e também em coletivos feministas que disponibilizam medicamentos para auxiliar as mulheres no processo de autoatenção da interrupção da gestação. Esta tese teve como objetivo compreender o processo de interrupção da gestação voluntária com o uso do misoprostol a partir da percepção das mulheres e dos profissionais de saúde que prestam atendimento a esses casos. A pesquisa foi realizada por meio de revisão da literatura, observação participante em uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro e entrevistas semiestruturadas com mulheres que usaram o misoprostol e com profissionais que prestam atendimento a elas. Os resultados evidenciaram que o processo de interrupção da gestação com o medicamento é solitário e de grande sofrimento, com muita dor e acompanhado por medo de morrer e de procurar assistência em serviços públicos de saúde. As mulheres tendem a procurar assistência somente em casos de complicações agudas. Essa conduta decorre da criminalização desta prática e dos possíveis maus tratos ao procurarem os serviços de saúde. Os profissionais de saúde manifestaram preocupação quanto ao estado de saúde das mulheres que chegam aos serviços. Destacam que a criminalização afasta as mulheres e causa mortes evitáveis e reforçam a necessidade de cuidado, mesmo aqueles que condenam a prática. Concluímos que diante da negação desses direitos e de todas as barreiras impostas pela criminalização, as mulheres não encontram outra saída a não ser praticando a autogestão da interrupção da gestação, por vezes apoiada pelos coletivos feministas e, de forma geral, acolhidas pelos profissionais de saúde que as atendem.
Abstract: Misoprostol has been used in Brazil for voluntary pregnancy termination since the late 1980s. However, it was included in the list of controlled medications by ANVISA (Brazil's health regulatory agency) in 1986, which made it more difficult for women to access. Since then, the medication has circulated illegally in pharmacies, popular stores, and also through feminist collectives that provide medication to assist women in self-managing pregnancy termination. The objective of this thesis was to understand the process of voluntary pregnancy termination using misoprostol from the perspective of women and healthcare professionals who provide care in such cases. The research was conducted through a literature review, participant observation at a public maternity hospital in Rio de Janeiro, and semi-structured interviews with women who used misoprostol and with the professionals who provided care to them. The results revealed that the process of pregnancy termination with the medication is solitary and involves significant suffering, with intense pain and fear of death, as well as fear of seeking assistance in public healthcare services. Women tend to seek assistance only in cases of acute complications. This behavior stems from the criminalization of this practice and the potential mistreatment they may face when seeking healthcare services. Healthcare professionals expressed concern about the health status of women who come to the services. They emphasized that criminalization pushes women away and leads to preventable deaths, underscoring the need for care, even among those who condemn the practice. In conclusion, given the denial of these rights and all the barriers imposed by criminalization, women often have no choice but to self-manage pregnancy termination, sometimes with support from feminist collectives, and are generally welcomed by healthcare professionals who attend to them.
Palavras-chave: Pregnancy termination
Self-managed healthcare
Misoprostol
Aborto induzido
Maternidades
Acesso aos serviços de saúde
Misoprostol
Autocuidado
Dor
Autogestão
Abortivos não esteróides
Medo
Rio de Janeiro, RJ
Interrupção da gestação
Autoatenção em saúde
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Programa: Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva
Citação: Machado, Letícia Oening. “Medo de falar, medo de morrer, medo de buscar ajuda”: o uso do Cytotec na interrupção da gestação. 2023. 123 f. Tese (Doutorado em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21651
Data de defesa: 10-Nov-2023
Aparece nas coleções:Doutorado em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva



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