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Tipo do documento: Dissertação
Título: Orientação sexual e identidade de gênero: análise de sobrevida a partir da notificação de óbitos por violência no Estado do Rio de Janeiro
Título(s) alternativo(s): Sexual orientation and gender identity: survival analysis based on notifications of violence and deaths in the State of Rio de Janeiro
Autor: Silva, Kleison Pereira da 
Primeiro orientador: Rafael, Ricardo de Mattos Russo
Primeiro membro da banca: Knupp, Virginia Maria de Azevedo Oliveira
Segundo membro da banca: Oliveira Neto, Mercedes de
Resumo: O campo da saúde coletiva, compreendendo campo como um espaço social de disputa e poder (Bourdieu, 1983), demonstra sua significância ao incorporar elementos da subjetividade individual e coletiva aos determinantes sociais da saúde. Quando observado as particularidades que permeiam a orientação sexual e a identidade de gênero de grupos sociais, a desigualdade de gênero, a discriminação e o preconceito apresentam-se como termos chaves para a compreensão dos fenômenos de violência. O estudo tem como objetivo geral: analisar o efeito da orientação sexual e identidade de gênero nas bases de dados de mortalidade e violência do Estado do Rio de Janeiro 2015-2020. O método trata-se de estudo observacional, do tipo coorte não concorrente com seguimento passivo. Nesse estudo, aplicamos a técnica de relacionamento probabilístico de dados (linkage) entre a ficha de notificação de violência interpessoal e os óbitos por causas violentas no Estado do Rio de Janeiro, abrangendo o período de 15 de junho de 2015 a 31 de dezembro de 2020. Entre os resultados, 1556 registros de óbitos relacionados a 80.178 notificações de violência formaram a base da coorte do estudo. Nota-se que, proporcionalmente, as causas externas têm 48,59% (n=756) de todas as mortes recuperadas no relacionamento de dados. Nota-se também que mulheres trans tem 4,07 vezes o risco de morrer por causas violentas das mulheres cisgênero e heterossexuais. Ademais, homens cisgênero e heterossexuais tem risco muito maior que (HR 10.13; IC 95%: 7,04-14,59) que as mulheres cisgênero e heterossexuais. Homens trans tiveram elevado risco, mas a relação estatística é limítrofe (p-valor 0,053). No que diz respeito à mortalidade geral, observa-se que o aumento das taxas em relação a idade, a orientação sexual, o sexo masculino atribuído ao nascimento, a cor preta e parda (negra), a menor escolaridade, outras situações conjugais que não sejam o estado civil de solteiro, a presença de deficiências físicas e mentais, recorrências na notificação/acompanhamento e os encaminhamentos para outros pontos da rede de assistência. Por fim, a curva de sobrevida ajustada para cada grupo de interesse do estudo. É notória a redução da sobrevida ao longo do tempo, sobretudo em grupos de identidades masculinas, em travestis e em mulheres trans. O poder de mudança social é possível com a premissa de que o conhecimento e a informação sejam incorporados por todos, principalmente para aqueles onde a realidade social não é um espaço favorável para a vida. O empoderamento e fortalecimento da comunidade LGBTQIA+ mostra-se como uma importante ferramenta na resistência das iniquidades sociais. Espera-se que os resultados obtidos por esse estudo, possam instigar pesquisadores e pesquisadoras, LGBT’s e não-LGBT’s, a se incomodarem com o cenário inseguro de vida dessa população.
Abstract: The field of public health, understood as a social space of dispute and power (Bourdieu, 1983), demonstrates its significance by incorporating elements of individual and collective subjectivity into the social determinants of health. When examining the specificities surrounding sexual orientation and gender identity within social groups, gender inequality, discrimination, and prejudice emerge as key terms for understanding violence phenomena. The general objective of this study is to analyze the effect of sexual orientation and gender identity on mortality and violence databases in the State of Rio de Janeiro from 2015 to 2020. The method employed is an observational cohort study with a non-concurrent passive follow-up. In this study, the technique of probabilistic data linkage was applied between notifications of interpersonal violence and deaths due to violent causes in the State of Rio de Janeiro, covering the period from June 15, 2015, to December 31, 2020. Among the results, 1556 death records related to 80,178 violence notifications formed the cohort base. Proportionally, external causes accounted for 48.59% (n=756) of all deaths recovered in the data linkage. It is noteworthy that trans women have a 4.07 times higher risk of dying from violent causes than cisgender and heterosexual women. Furthermore, cisgender and heterosexual men have a much higher risk (HR 10.13; 95% CI: 7.04-14.59) than cisgender and heterosexual women. Transgender men had an elevated risk, but the statistical relationship is borderline (p-value 0.053). Regarding overall mortality, an increase in rates is observed concerning age, sexual orientation, male gender assigned at birth, black and brown (negro) race, lower educational attainment, marital statuses other than being single, the presence of physical and mental disabilities, recurrences in notification/follow-up, and referrals to other points in the healthcare network. Finally, the adjusted survival curve for each study group of interest indicates a noticeable reduction in survival over time, especially in groups with male identities, in transgender individuals, and in trans women. The power of social change is possible with the premise that knowledge and information are embraced by all, especially for those in social realities that are not conducive to life. The empowerment and strengthening of the LGBTQIA+ community prove to be important tools in resisting social inequalities. It is hoped that the results obtained from this study can inspire researchers, both LGBT and non-LGBT, to be concerned about the insecure life scenario of this population. Rebellion is necessary.
Palavras-chave: Health information system
Data linkage
Sexual and gender minorities
Nursing in public health
Sistema de informação em saúde
Relacionamento de dados
Minorias sexuais e de gênero
Enfermagem em saúde coletiva
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM::ENFERMAGEM DE SAUDE PUBLICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Programa: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Citação: SILVA, Kleison Pereira. Orientação sexual e identidade de gênero: análise de sobrevida a partir da notificação de violências e óbitos no Estado do Rio de Janeiro. 2024. 114 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21791
Data de defesa: 29-Fev-2024
Aparece nas coleções:Mestrado em Enfermagem



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