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http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22252
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Comensalidades em trânsito: os sentidos atribuídos à comida de (na) rua a partir dos escravos de ganho até os entregadores de aplicativo |
Título(s) alternativo(s): | Commensalities in transit: the meaning attributed to (on) the street food from the profit slaves (people who had to share the gains of their work in the streets) to the food delivery app workers |
Autor: | Neustadt, Mônica Nunes ![]() |
Primeiro orientador: | Ferreira, Francisco Romão |
Primeiro coorientador: | Prado, Shirley Donizete |
Primeiro membro da banca: | Freitas, Ricardo Ferreira |
Segundo membro da banca: | Benazzi, João Renato de Souza Coelho |
Terceiro membro da banca: | Carvalho, Maria Cláudia da Veiga Soares |
Quarto membro da banca: | Vargas, Eliane Portes |
Resumo: | A pesquisa analisa a presença da comida de rua no centro do Rio de Janeiro desde o tempo do Império por meio de escravos de ganho, depois por ambulantes comercializando produtos até o exponencial crescimento de entregadores de aplicativo com a pandemia de Covid-19. Esses corpos em movimento resistem às reformas impostas pelo Poder Público, buscam brechas (DE CERTEAU, 1994), ocupam e criam espaços de comensalidade e sociabilidade na metrópole funcional (SIMMEL,1973) voltada para fluxos do capital e do trabalho. Em meio às mudanças determinadas pela globalização, à necessidade de atender às demandas de fortes grupos econômicos mundiais que perceberam que a tecnologia pode ser uma poderosa aliada, substituindo boa parte da mão de obra humana por robôs, fazendo com que sujeitos trabalhem muito, ganhem pouco e não tenham direitos sociais e trabalhistas. Essa precarização do trabalho (ANTUNES, 2020) tem várias nomenclaturas, como uberização (SLEE, 2017), pejotização, sendo apresentada positivamente pelo discurso neoliberal, como uma excelente opção para o sujeito, que pode empreender, ter o próprio negócio, mascarando as dificuldades cotidianas. O estudo identifica esse panorama pelo cenário global, por meio do filme de Ken Loach Você Não Estava Aqui, na sequência pelo recorte local, com o vídeo do motoboy paulistano Jackson Faive, ambos pela perspectiva ficcional. A pesquisa também contribui, trazendo imbricações entre o não real e o real, pela análise do movimento #BrequeDosApps e pontuais reportagens jornalísticas publicadas sobre o tema na Folha de São Paulo, entre março de 2020 e agosto de 2021. Além disso, a investigação retrata antigas e novas comensalidades no Rio de Janeiro em função da pandemia da Covid-19, que atravessou, modificou a convivência social e a relação com a comida. A metodologia da tese utiliza um processo multimetodológico inspirado no mosaico de Becker (1994), em que interações de símbolos, de sentidos, se articulam, se compõem, tendo como estrela a comida de rua. Esses corpos que ocupam o espaço urbano e nele circulam desde o Brasil colônia até à contemporaneidade têm semelhanças físicas, normalmente são negros e pardos, jovens, com pouca escolaridade e sofrem com a precarização de trabalho, exploração de mão de obra, desigualdade social. Escravos de ganho e entregadores de aplicativo têm questões em comum. Se, no Século XIX, o açoite era o instrumento de tortura de escravos e escravas, que ficavam com os corpos marcados pelo chicote quando não atendiam às determinações de seus “donos”, no século XXI a coça não é literal, mas agride da mesma forma, quando um trabalhador precisa ficar sentado em uma moto ou bicicleta por 14 horas, seis dias na semana, hipnotizado pela tecnologia e com medo de ser bloqueado pelo patrão invisível, materializado por um aplicativo, seja iFood, Rappi ou outro qualquer. |
Abstract: | The research analyzes the presence of street food in Rio de Janeiro's Downtown since the time of the Empire through "profit slaves," then by street vendors selling products until the exponential growth of app delivery workers with the Covid-19 pandemic. These individuals in movement resist the reforms imposed by the Government and look for breaches (DE CERTEAU, 1994) by occupying and creating spaces of commensality and sociability in the functional metropolis (SIMMEL,1973) focused on the flows of capital and work. Amid the changes determined by globalization, powerful economic groups realized the need to meet the global demands and that technology could be a powerful ally, replacing a large part of human labor with robots, making people work hard for little money with no social and labor rights. This precarious work (ANTUNES, 2020) has several classifications, such as "Uberization (SLEE, 2017)" and outsourcing, being presented positively by the neoliberal speech as an excellent option for the individual who can undertake; having his own business, masking the daily difficulties. The study identifies this outlook from a global view through the film "Sorry, we missed you" by Ken Loach, followed by a local angle, with the video of the São Paulo motorcycle courier Jackson Faive, both from a fictional perspective. However, this research also contributes by bringing imbrications between the non-real and the real by analyzing the #BrequeDosApps movement and occasional journalistic stories about this topic published by Folha de São Paulo between March 2020 and August 2021. Furthermore, the investigation portrays old and new commensalities in Rio de Janeiro due to the Covid-19 pandemic that has changed social coexistence and the relationship with food. The thesis' methodology applies a multi-methodological approach inspired by Becker's mosaic (1994), in which interactions of symbols and meanings are connected and arranged, having the street food as a highlight.These individuals who occupy and circulate through urban space from colonial Brazil to contemporary times have physical similarities, are usually black and brown, young, with little schooling, and suffer from precarious work, labor exploitation, and social inequality. If in the 19th century, the whip was an instrument to torture enslaved men and women, marking their bodies when they did not comply with the demands of their “owners’’, in the 21st century, the whip is not literal, but it hurts likewise when a worker needs to sit on a motorcycle or bicycle for 14 hours, six days a week, hypnotized by technology and afraid of being blocked by the invisible boss, materialized by an application, such as I Food, Rappi, or any other. |
Palavras-chave: | Comida de rua Tecnologia Precarização Entregadores de aplicativo - Rio de Janeiro Street food Technology Precariousness Application deliverers - Rio de Janeiro |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO::JORNALISMO E EDITORACAO::JORNALISMO ESPECIALIZADO (COMUNITARIO, RURAL, EMPRESARIAL, CIENTIFICO) |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Citação: | NEUSTADT, Mônica Nunes. Comensalidades em trânsito: os sentidos atribuídos à comida de (na) rua a partir dos escravos de ganho até os entregadores de aplicativo. 2022. 184 f. Tese (Doutorado em Comunicação) - Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22252 |
Data de defesa: | 24-Jun-2022 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Comunicação |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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