Compartilhamento |
|
Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22256
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Redemocratização brasileira e psicologia: sobre política ontológica, identidades, violência e sociedade |
Título(s) alternativo(s): | Brazilian redemocratization and psychology: about ontological politics, identities, violence and society |
Autor: | Farias, Bernardo Rocha de |
Primeiro orientador: | Arendt, Ronald João Jacques |
Primeiro membro da banca: | Cabral, Alexandre Marques |
Segundo membro da banca: | Oliveira, Eloiza da Silva Gomes de |
Terceiro membro da banca: | Castro, Fernando José Gastal de |
Quarto membro da banca: | Oliveira, Luiza Rodrigues de |
Resumo: | O presente trabalho emerge de nossa aproximação ao atual projeto ético-político da Psicologia brasileira, compreendendo, então, que se opera uma radical mudança no mesmo, a partir do processo de Redemocratização nacional e da subsequente Constituição de 1988 - alcunhada de Constituição cidadã. Em verdade, a Constituição em questão se apresenta como um marco para a construção de nosso tecido social, estabelecendo diretrizes até então inéditas em solo nacional. Isso se configura como premissa fundamental de nosso trabalho, a saber, que a radicalidade ético-política de nosso projeto de redemocratização implica em um ineditismo desafiador para a sua efetivação e concretização. O que significa dizer que historicamente partimos de um outro solo, distinto do que, agora, se apresenta em nosso maior documento de organização sócio-política. O presente trabalho visa expor a diferença que reside em ambos os solos, percorrendo, para tanto, os princípios e fundamentos que sustentam o nosso atual projeto político; e, posteriormente, elucidando o nosso processo de construção nacional, desde a colonização portuguesa, depreendendo os elementos que aportaram junto aos portugueses – que, todavia, ultrapassa-os - e como os mesmos se desenvolveram em nosso território, encontrando espaços profícuos para crescerem e se alargarem, fundamentando saberes basilares para que se operasse e sustentasse um projeto sólido de sociedade e nação. Tais elementos concernem, especialmente, à ontologia cristã, pautada em uma perspectiva metafísica e identitária sobre a realidade humana, possibilitando, portanto, práticas de violenta supressão da diferença. Tal princípio se desdobra ao longo de nossa história, transformando-se à medida que permeava os discursos que se difundiam e marcavam cada época. Um discurso, em especial, interessa-nos, a saber, o da Psicologia. Anterior a sua regulamentação profissional, já encontramos disseminadas formas de discursos psicológicos, que operam como reguladores políticos e sociais, servindo como instrumento às classes dominantes e dirigentes, e aos seus interesses. Tal caráter possibilitará a disseminação e desenvolvimento dos discursos psicológicos, até a sua regulação profissional. Contudo, a partir do requerimento de um outro fundamento ontológico, isto é, de uma outra possibilidade compreensiva para o ser humano – que pretende, justamente, a abertura à multiplicidade e à diferença, distanciando-se de práticas de supressão da alteridade -, a Psicologia brasileira tem a possibilidade de rever o seu papel social, deslocando-se de sua função reguladora e disciplinadora para um projeto de defesa e compromisso ético-político com a diversidade e fraternidade da sociedade brasileira. É neste sentido que o presente trabalho visa elucidar as bases ontológicas em que a nossa sociedade historicamente se estruturou, e que concernem também à história da Psicologia em solo nacional, de modo que, assim, possamos visualizar os caminhos trilhados até então, e os caminhos que, agora, almejamos, buscando haurir outras possibilidades compreensivas para a efetivação de nosso projeto e compromisso ético-político-social. Este trabalho se apropria, para a realização de sua proposta, do método progressivo-regressivo, originariamente proposto pelo filósofo Jean-Paul Sartre. |
Abstract: | This project comes from the analysis of the Brazilian psychology scenario, involving the radical changes that took place because of the re-democratization process and the constitution of 1988 - called “Constituição Cidadã”. In fact, this constitution presents itself as a historic marc for the social culture we have today, since it established unprecedented guidelines in Brazil. This is the main premise of this project: This huge change in politics implied in a challenging environment for the consolidation of these new guidelines. That means to say this constitution brought to reality a very different background from what we had had before. And being the Constitution one of our biggest representation of social culture identity, it caused a profound impact in Brazil. So this work tries to bring the differences between the scenario we currently have in Brazil and what we had before 1988. The analysis of these backgrounds goes deep into the fundamental aspects of the current political project and, after that, will also analyze aspects from the Portuguese colonization of our country and all elements that came with it (It is important to say however that those elements changed and here, in Brazilian solo, they evolved, establishing themselves with different social characteristics than the Portuguese one). Those evolved characteristics are specifically based on Christian ontology, which is based in a metaphysical perspective about the human being and therefore is violently suppressive of different beliefs. This principle endures all Brazilian history, evolving and influencing different times and speeches along the centuries. We here want to talk about its influences in a specific area: Psychology. Before professional regulation, it was possible to see all different characteristics in Psychologists' speeches. Some of those were even used by the dominant classes to act in their favor as social and political regulators (this happened freely until the regulation process is completed). But, since the new pillar of Brazilian psychology brings the possibility to deal with different ways of seeing and understanding the human being- which tries to promote a wider acceptance of characteristics and to put an end in that former vision of "suppression of the different" - it becomes possible to change its social role, going from a regulator/disciplinary position to a more fraternal position that fosters diversity and a more receptive society. This is the main pillars of this work: to discuss the ancient background and principles that took place along Brazilian history - and its huge impact in Brazilian Psychology scenario -in a way that becomes possible to clearly see how the current scenario is different and the challenges we face to stablish something that was different for centuries. In order to do that, this project uses the progressive-regressive method created by Jean Paul Sartre. |
Palavras-chave: | Democracia Identidade Política ontológica Psicologia brasileira Violência Democracy Identities Ontological politics Brazilian Psychology Violence |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Citação: | FARIAS, Bernardo Rocha de. Redemocratização brasileira e psicologia: sobre política ontológica, identidades, violência e sociedade. 2020. 221 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22256 |
Data de defesa: | 26-Mar-2020 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Psicologia Social |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Tese - Bernardo Rocha de Farias - 2020 - Completa.pdf | 1,59 MB | Adobe PDF | Baixar/Abrir Pré-Visualizar |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.