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http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22260
Tipo do documento: | Dissertação |
Título: | Prazer e sofrimento das enfermeiras obstétricas decorrentes da organização do trabalho durante a pandemia de COVID-19 |
Título(s) alternativo(s): | Pleasure and suffering of obstetric nurses resulting from work organization during the COVID-19 pandemic |
Autor: | Costa, Aline Caramez |
Primeiro orientador: | Prata, Juliana Amaral |
Primeiro membro da banca: | Queiroz, Ana Beatriz Azevedo |
Segundo membro da banca: | Dantas, Norma Valéria Dantas de Oliveira |
Resumo: | A presente dissertação teve como objeto as vivências de prazer e sofrimento das enfermeiras obstétricas decorrentes do trabalho em tempos de pandemia da COVID-19. Os objetivos foram: discutir as vivências das enfermeiras obstétricas frente à organização do trabalho durante a pandemia de COVID-19; identificar os sentimentos das enfermeiras obstétricas relacionados ao trabalho no contexto pandêmico; conhecer as estratégias de enfrentamento utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para lidar com o trabalho em tempos de pandemia. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e qualitativo, com 12 enfermeiras obstétricas do Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e processados pelo software IRAMUTEQ ®. A classificação hierárquica descendente deu origem a cinco classes, organizadas em dois temas. O primeiro, "Organização do trabalho das enfermeiras obstétricas durante a pandemia", revelou que a organização do trabalho dessas especialistas foi permeada: por inadequações nas condições laborais, expressas na infraestrutura das maternidades e na preocupação com o ambiente de higiene e segurança; pela divisão social, técnica e sexual do trabalho, relativas ao contexto; e tensões nas relações constituídas entre as enfermeiras e as parturientes e seus acompanhantes, assim como dessas especialistas com os outros membros da equipe. No que tange ao segundo tema, intitulado “Vivências das enfermeiras obstétricas durante a pandemia: os sentidos do trabalho e as estratégias de enfrentamento”, constatou-se que o trabalho das enfermeiras foi atravessado pela dualidade entre a rigidez dos novos protocolos assistenciais prescritos na pandemia e o trabalho real, expresso nas adaptações feitas durante o cuidado às parturientes. Nesse contexto, verifica-se que a organização laboral interferiu na produção de subjetividades dessas trabalhadoras, pois não permitiu a manifestação da dimensão relacional e distintiva do seu processo de cuidar, culminando em vivências de sofrimento, identificadas: nos frequentes relatos de frustração das participantes com as mudanças impostas ao cuidado; na expressão de sentimentos negativos; na percepção de não reconhecimento do trabalho pela chefia; e na sensação de insuficiência e desvalorização diante das situações laborais vivenciadas, com repercussões sobre sua saúde física e psíquica. Para lidar com o sofrimento laboral, desenvolveram mecanismos defensivos individuais como: a realização de tarefas domésticas, atividades de lazer e autocuidado, a busca pela religiosidade e por acompanhamento psicoterapêutico especializado, bem como ações que remetem à tentativa de fuga em relação ao cenário desafiador. No âmbito das estratégias coletivas de defesa, identificou-se a cooperação e o diálogo entre as equipes, que agregam atributos de gênero por estarem relacionadas à demonstração de sentimentos, vulnerabilidades e medos. Contudo, atribuíram vivências de satisfação e prazer com a possibilidade de promoverem cuidados seguros e de qualidade às parturientes e suas famílias, o que conferiu sentidos ao trabalho apesar do contexto adverso da pandemia, pois resguardava as referências identitárias humanísticas dos seus cuidados. No entanto, o sofrimento e as patologias sociais identificadas se sobrepuseram às vivências de prazer decorrentes do trabalho em tempos de pandemia. |
Abstract: | The present thesis aimed to explore the experiences of pleasure and suffering among obstetric nurses resulting from work during the COVID-19 pandemic. The objectives were: to discuss the experiences of obstetric nurses in relation to work organization during the COVID-19 pandemic; to identify the feelings of obstetric nurses related to work in the pandemic context; to understand the coping strategies used by obstetric nurses to deal with work during the pandemic. This is a descriptive, exploratory, and qualitative study, involving 12 obstetric nurses from the state of Rio de Janeiro. Data were collected through semi-structured interviews and analyzed using the IRAMUTEQ ® software. The descending hierarchical classification resulted in five classes, organized into two themes. The first theme, "Organization of obstetric nurses' work during the pandemic," revealed that the work organization of these specialists was permeated by inadequacies in working conditions, expressed in the infrastructure of maternity hospitals and concerns about hygiene and safety; social, technical, and sexual division of labor related to the context; and tensions in the relationships between nurses and parturients and their companions, as well as between these specialists and other team members. Regarding the second theme, entitled "Experiences of obstetric nurses during the pandemic: the meanings of work and coping strategies," it was found that the work of nurses was marked by the duality between the rigidity of the new care protocols prescribed during the pandemic and the real work, expressed in adaptations made during care for parturients. In this context, it is evident that work organization interfered with the production of subjectivities of these workers, as it did not allow for the manifestation of the relational and distinctive dimension of their caring process, resulting in experiences of suffering identified in frequent reports of frustration with the changes imposed on care; expression of negative feelings; perception of lack of recognition of work by management; and feeling of inadequacy and devaluation in the face of work situations experienced, with repercussions on their physical and mental health. To deal with work-related suffering, they developed individual defensive mechanisms such as performing household chores, leisure activities, and self-care, seeking religiosity and specialized psychotherapeutic support, as well as actions that attempt to escape from the challenging scenario. In terms of collective defense strategies, cooperation and dialogue among teams were identified, which add gender attributes as they are related to the demonstration of feelings, vulnerabilities, and fears. However, they attributed experiences of satisfaction and pleasure to the opportunity to provide safe and quality care to parturients and their families, which gave meaning to work despite the adverse context of the pandemic, as it preserved the humanistic identity references of their care. However, suffering and identified social pathologies outweighed the experiences of pleasure resulting from work during the pandemic. |
Palavras-chave: | Enfermagem obstétrica COVID-19 Trabalho Saúde do trabalhador Nursing care Child health Peripheral catheterization Social psychology Nursing theory |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Citação: | COSTA, Aline Caramez. Prazer e sofrimento das enfermeiras obstétricas decorrentes da organização do trabalho durante a pandemia de COVID-19.2024. 130 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22260 |
Data de defesa: | 24-Mai-2024 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Enfermagem |
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