Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22862
Tipo do documento: Tese
Título: Ainda se busca uma língua para o sujeito surdo? O abade L’Épée como horizonte de projeção e de prospecção na história da educação de surdos
Título(s) alternativo(s): Y a-t-il encore une recherche d’une langue pour les sourds ? L'Abbé de L’Épée comme l'horizon de projection et de prospection dans l’histoire de l’éducation des sourds
Autor: Barbosa, Priscila Costa Lemos 
Primeiro orientador: Baalbaki, Angela Corrêa Ferreira
Primeiro membro da banca: Dias, Juciele
Segundo membro da banca: Rodrigues, Andréa
Terceiro membro da banca: Medeiros, Vanise Gomes de
Quarto membro da banca: Costa, Dilermando Moraes
Resumo: O presente trabalho, por meio de uma pesquisa de cunho teórico, foi norteado pela seguinte pergunta: que língua se quis construir para o sujeito surdo a partir do método do abade L’Épée, na combinação de duas línguas – de sinais e francesa oral no contexto da França do século XVIII? Para tentar responder a essa pergunta, a discussão toma como referencial teórico a Análise de Discurso materialista (PÊCHEUX 1990, 1995, 1997, 2004, 2006; ORLANDI, 1990, 1993, 1994, 1997, 2001, 2011, 2012, 2013, 2015; HAROCHE, 1992, 1998; COURTINE 1982; FOUCAULT 1975, 2000, 2006, 2010, 2016) em confluência com a História das Ideias Linguísticas (AUROUX 1992; GUIMARÃES 1994, 1996, 1997, 2002; ORLANDI 2002, 2013; FÁVERO 1996; ZOPPI-FONTANA 2009), entre outros, para investigar o deslocamento de posições-sujeito que comparecem na figura do abade francês Charles-Michel de L’Épée em sua trajetória para educar surdos na França do século XVIII, tomando como corpus principal de análise as quatro cartas escritas por L’Épée entre os anos de 1771 e 1774. Para depreendermos os efeitos de sentido na história da educação de surdos no mundo, em relação ao processo de construção e de humanização desse sujeito e de sua língua, trouxemos as concepções de Michel Pêcheux (1969) a respeito das seguintes noções: sujeito, formações discursivas, imaginárias e ideológicas. A noção de posição-sujeito (PÊCHEUX, 1969/1997) também nos foi cara para compreendermos o jogo de posições-sujeito que compareceram sobre o sujeito L’Épée, na medida em que a criação de uma metodologia de ensino para os surdos permitiu não só que L’Épée ficasse configurado como figura de “saber” sobre o surdo e a surdez, mas também como o espaço de referência, tornando-o um objeto de saber sobre o surdo porque a partir dele se instaura uma discursividade sobre esse sujeito. A partir de alguns posicionamentos discursivos, percebemos que a trajetória de Charles-Michel de L’Épée vai configurá-lo como o “Pai dos surdos” na historicidade do sujeito surdo. Na construção das análises, a noção de formações imaginárias desenvolvida por Pêcheux (1975) foi de fundamental importância para compreender como as posições discursivas nas quais os sujeitos se posicionam interferem na imagem do abade L’Épée, do surdo e na imagem de língua. Para os conceitos teóricos sobre língua e política linguística, utilizou-se de Fávero (1996), Zoppi-Fontana (2009); Dezerto (2013); Guimarães (2002) e Orlandi (2012). Para falar sobre o surdo, referiu-se a Barbosa (2020); Silva (2012); Câmara (2018); Carvalho (2013); Behares (2014); Bernard (1999). Para a parte da história biográfica de L’Épée trouxemos Ruchot (2013); Boucheut (2008); Stokoe (1960) e sobre a historiografia da França do século XVIII trouxemos Chartier (2009); Gonçalves (2009), Todorov (2008),Vial (2001); Vovelle (2012), dentre outros. A partir do amálgama da língua de sinais à estrutura da língua francesa oral do método combinatório de línguas que L’Épée compôs – os Sinais Metódicos -, a língua de sinais vai sendo descrita, e, de igual maneira, o sujeito surdo vai sendo instituído às margens do processo de nacionalização da França. Portanto, essa tese apresenta o abade Charles-Michel de L’Épée como um horizonte de projeção e de retrospecção (Auroux, 1992) na história da educação de surdos porque a partir de sua figura o surdo é instituído, com uma língua, uma escola, uma metodologia de ensino e com professores para sua educação
Abstract: Ce travail, à travers une recherche théorique, a été guidé par la question suivante : quelle langue a-t-on voulu construire pour le sujet sourd à partir de la méthode de l’abée de L'Épée, dans la combinaison de deux langues – le français des signes et le français oral dans le contexte de La France du XVIIIe siècle ? Pour tenter de répondre à cette question, la discussion prend comme référence théorique l’Analyse du Discours matérialiste (PÊCHEUX 1990, 1995, 1997, 2004, 2006 ; ORLANDI, 1990, 1993, 1994, 1997, 2001, 2011, 2012, 2013, 2015 ; HAROCHE , 1992, 1998 ; COURTINE 1982 ; FOUCAULT 1975, 2000, 2006, 2010, 2016) à la confluence de l'Histoire des idées linguistiques (AUROUX 1992 ; GUIMARÃES 1994, 1996, 1997, 2002 ; ORLANDI 2002, 2013 ; FAVERO 1996 ; 2009), entre autres, pour étudier le déplacement des positions de sujet qui apparaissent dans la figure de l'abbé français Charles-Michel de L'Épée dans sa trajectoire d'éducation des personnes sourdes dans la France du XVIIIe siècle, en prenant comme principal corpus d'analyse les quatre lettres écrites par L'Épée entre les années 1771 et 1774. Pour comprendre les effets de sens dans l'histoire de l'éducation des sourds dans le monde, en relation avec le processus de construction et d'humanisation de ce sujet et de son langage, nous avons ramené les conceptions de Michel Pêcheux (1969) à propos des notions suivantes : sujets, formations discursives, imaginaires et idéologiques. La notion de position disciplinaire (PÊCHEUX, 1969/1997) nous a également été importante pour comprendre le jeu de positions disciplinaires apparu sur le sujet L'Épée, dans la mesure où la création d'une méthodologie pédagogique pour les sourds a permis de ne pas seulement que L'Épée serait configurée comme figure de « savoir » sur les sourds et la surdité, mais aussi comme espace de référence, ce qui en ferait un objet de savoir sur les sourds car à partir de là s'établit une discursivité sur ce sujet. A partir de certaines positions discursives, on se rend compte que la trajectoire de Charles-Michel de L’Épée va le configurer comme le « Père des sourds » dans l’historicité du sujet sourd. Dans la construction des analyses, la notion de formations imaginaires développée par Pêcheux (1975) a été d'une importance fondamentale pour comprendre comment les positions discursives dans lesquelles se positionnent les sujets interfèrent dans l'image de l'abbé de L'Épée, du sourd et du image du langage. Pour les concepts théoriques sur la langue et la politique linguistique, nous avons utilisé Fávero (1996), Zoppi-Fontana (2009) ; Dezerto 2013); Guimarães (2002) et Orlandi (2012). Pour parler des personnes sourdes, il a fait référence à Barbosa (2020) ; Silva (2012) ; Câmara (2018) ; Carvalho (2013); Behares (2014); Bernard (1999). Pour la partie histoire biographique de L’Épée nous avons apporté Ruchot (2013) ; Boucheut (2008) ; Stokoé (1960) et sur l'historiographie de la France du XVIIIe siècle nous avons apporté Chartier (2009) ; Gonçalves (2009), Todorov (2008), Vial (2001) ; Vovelle (2012), entre autres. De l'amalgame de la langue des signes à la structure de la langue française orale de la méthode combinatoire des langues que L'Épée a composée - les Signes Méthodiques -, la langue des signes se décrit, et, de la même manière, le sujet sourd est en marge du processus de nationalisation français. Ainsi, cette thèse présente l'abbé Charles-Michel de L'Épée comme un horizon de projection et de rétrospection (Auroux, 1992) dans l'histoire de l'éducation des sourds car à partir de sa figure les sourds se constituent, avec un langage, une école, une méthodologie d'enseignement et avec des professeurs pour leur éducation
Palavras-chave: Abade L’Épée
Educação
Política linguística
Posição-sujeito
Sujeito surdo
L'Épée, Charles-Michel de, 1712-1789
Surdos – Educação – História
Surdos – Linguagem
Éducation
Politique linguistique
Position-sujet
Sujet sourd
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: BARBOSA, Priscila Costa Lemos. Ainda se busca uma língua para o sujeito surdo? O abade L’Épée como horizonte de projeção e de prospecção na história da educação de surdos. 2023. 253 f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22862
Data de defesa: 11-Dez-2023
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.