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Tipo do documento: Tese
Título: Violência de gênero online: tecno-silenciamentos e resistências nas redes sociais no Brasil (2010-2022)
Título(s) alternativo(s): Online gender violence: techno-silencing and strategies of resistance in social networks in Brazil (2010-2022)
Autor: Mendonça, Yasmin Curzi de 
Primeiro orientador: Cavalcanti, Mariana Cavalcanti Rocha dos
Primeiro coorientador: Gomes, Simone da Silva Ribeiro
Primeiro membro da banca: Bentes, Anna Carolina Franco
Segundo membro da banca: Cardoso, Bruno de Vasconcelos
Terceiro membro da banca: Candido, Marcia Rangel
Quarto membro da banca: Motta, Eugenia de Souza Mello Guimarães
Resumo: Esta tese objetiva analisar o fenômeno da violência de gênero online (VGO) e suas implicações sobre a participação de mulheres jornalistas, ativistas e políticas nos espaços de discussão digital, localizados nas redes sociais no Brasil, adotando como recorte o momento de expansão do uso destes espaços para o debate político, ou seja, a partir de 2010. Para isso, a tese conta com uma abordagem multi-métodos. De um lado, foram realizadas oito entrevistas semiestruturadas e em profundidade com mulheres selecionadas a partir de estudos de caso. De outro, foram analisados os discursos oficiais das principais companhias de redes sociais no Brasil, i.e., Google, Meta e Twitter, de 2016 a 2021, a partir de análise de uma base de dados com 410 de suas notícias oficiais em inglês e de 102 notícias oficiais em português. Os resultados das entrevistas revelam que mulheres que sofreram ataques online identificam o gênero como um elemento crítico na geração de um tipo específico de violência online, que impõe impactos significativos sobre suas atuações públicas nas redes. Mulheres pretas e pardas possuem a mesma percepção, com o agravante da racialização. Essas mulheres tendem a internalizar os custos dessa violência, recorrendo frequentemente ao silenciamento como mecanismo de defesa para atenuar ou evitar ataques. Outro achado importante é a ambiguidade das políticas das plataformas no que tange a definição e o tratamento de discurso de ódio e VGO, elemento complicador para a denúncia e a busca por reparação por parte das vítimas. Ainda, a análise dos discursos oficiais sugere que as redes sociais são atores deste fenômeno, com valores específicos que norteiam a aplicação aplicação ineficaz de suas regras para a moderação de conteúdo nocivo e o funcionamento de seus algoritmos de recomendação. Este trabalho conceitua como tecno-silenciamento tais práticas de governança privada que restringem a expressão. A tese obstina, portanto, contribuir para a literatura especializada ao elucidar como relações de poder imbricadas nas redes sociais moldam as experiências de violência de gênero online e silenciamento, ressaltando a necessidade de uma compreensão mais profunda deste dispositivo na sociologia digital e nos estudos de gênero.
Abstract: This dissertation aims to analyze the phenomenon of online gender-based violence (OGBV) and its implications for the participation of women journalists, activists, and politicians in digital discussion spaces, located on social networks in Brazil, focusing on the expansion of these spaces for political debate from 2010 onwards. To this end, the study employs a multi-method approach. On one hand, eight semi-structured and in-depth interviews were conducted with women selected through case studies. On the other, the official discourses of the main social network companies in Brazil, i.e., Google, Meta, and Twitter, from 2016 to 2021, were analyzed from a database containing 410 of their official news in English and 102 official news in Brazilian Portuguese. The interview results reveal that women who have experienced online violence identify gender as a critical element in generating a specific type of online violence that has significant impacts on their public participation on the social media networks. Black and brown women have the same perception, with the aggravating factor of racialization. These women tend to internalize the costs of this violence, often resorting to their own silencing as a defense mechanism to mitigate or avoid attacks. Another important finding is the ambiguity of the platforms’ policies regarding the definition and treatment of hate speech and OGBV, a complicating factor for reporting and seeking redress by the victims. Furthermore, the analysis of official discourses suggests that social media networks are actors in this phenomenon, with specific values guiding the ineffective application of their rules for moderating harmful content and the functioning of their recommendation algorithms. This work conceptualizes as techno-silencing such private regulatory practices that restrict expression. Therefore, this dissertation aspires to contribute to the specialized literature by elucidating how such power structures embedded in social media networks shape experiences of gender-based violence and silencing, highlighting the need for a deeper understanding of this dispositive in the fields of digital sociology and gender studies.
Palavras-chave: Redes sociais
Violência de gênero online
Sociologia digital
Estudos de gênero
Violência de gênero
Brasil
Violência contra a mulher
Social networks
Online gender violence
Digital sociology
Gender studies
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::FUNDAMENTOS DA SOCIOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Programa: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Citação: MENDONÇA, Yasmin Curzi de. Violência de gênero online: tecno-silenciamentos e resistências nas redes sociais no Brasil (2010-2022). Orientadora: Mariana Cavalcanti. 2023. 261 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22956
Data de defesa: 19-Dez-2023
Aparece nas coleções:Doutorado em Sociologia



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