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http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23276
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Devastações: destinos para o ilimitado |
Título(s) alternativo(s): | Devastations: fates for the ilimitated |
Autor: | Fiorenza, Marina Mendes ![]() |
Primeiro orientador: | Barros, Rita Maria Manso de |
Primeiro membro da banca: | Rinaldi, Doris |
Segundo membro da banca: | Brunhari, Marcos |
Terceiro membro da banca: | Elia, Luciano da Fonseca |
Quarto membro da banca: | Amaral, Nympha Touza Lourenço do |
Resumo: | A presente tese trata de destinos para a devastação, termo utilizado por Lacan e derivado do que Freud conceituou em seu texto de 1931 sobre a Sexualidade feminina (FREUD, 1931/2018) como a “catástrofe” que recairia sobre a menina quando não há, entre ela e sua mãe, uma suficiente separação através do direcionamento edípico ao pai. Sustentou-se a leitura de que a devastação implica um achado clínico que acomete mais amiudadamente às mulheres, embora não esteja restrita a este gênero. Observa-se que quase sempre desponta no momento em que há perdas amorosas, revelando uma posição subjetiva regida pelo ressentimento diante da falta fálica e, consequentemente, sua recusa. Acompanha-se também uma excessiva demanda ao Outro como se este pudesse lhe fornecer o significante d’A mulher, aquele que não existe para ninguém. A tese buscou responder a alguns questionamentos, dentre eles: (1) por que se associa frequentemente na comunidade psicanalítica o não-todo, encaminhamento da análise lacaniana, à condição deletéria e de extremo sofrimento verificado na devastação? (2) O discurso rigorosamente psicanalítico sustenta tal vinculação? (3) Quais consequências esta teria para a direção das análises? (4) Quais recursos uma análise ofereceria para as devastadas: apenas a cura derivada do assentimento com a castração ou seria possível ainda incluir o não-todo na construção de uma saída singular? A proposta sustentada foi a de que o que aparta a posição feminina da devastação é a histeria com sua recusa do não-todo, já que a demanda excessiva está aprisionada nas malhas pré-edípicas e não pode ser equiparada ao que se experimenta em um final de análise, de onde se espera que o falasser saia esvaziado e não inflado por uma condição deletéria que demanda o impossível ao Outro e aos outros com quem se encontra durante sua existência. Para sustentar esta posição, trabalhou-se alguns pontos que foram transformados em quatro capítulos: (1) a metodologia psicanalítica, caminhando para chegar com Freud até a sua máxima que aponta a coincidência entre a clínica e a pesquisa; (2) a sexualidade não-toda vivida, na maior parte das vezes, pelas mulheres, e de como este modo de apresentação com relação ao falo pode favorecer este tipo específico de sofrimento derivado da devastação; (3) os modos de gozo como foram propostos por Lacan, nos detendo no gozo fálico e não-todo fálico, extraindo deste último uma lógica própria e derivada da fálica e, por fim, (4) apresentou-se esboços de saídas para as devastações, colocadas no plural visto cada não-toda apenas poder ser contada a cada vez que se apresenta, sendo avessas a um atributo universal. As saídas eleitas foram três: (1) pelo viés do encontro amoroso, (2) através do advento da mascarada, utilizando-se do conceito proposto por Joan Rivière, e, finalmente, (3) aquela à qual se é levado por via do tratamento analítico e que favorece uma saída mais estrutural da devastação, posto que inclui uma mudança de posição subjetiva que vai na direção de esvaziar o Outro, na contramão de sua onipotência, suportando a condição de semblante. |
Abstract: | This thesis deals with fates for devastation, a term used by Lacan, derived from what Freud conceptualized in his 1931 text on Feminine Sexuality (FREUD, 1931/2018) as the “catastrophe” that would befall a girl when there is not sufficient separation between her and her mother through the Oedipal direction towards the father. The reading was sustained that devastation implies a clinical finding that affects women more frequently, despite not being restricted to this gender. It is observed that it almost always emerges at a moment of love loss, revealing a subjective position governed by resentment towards the lack of phallus and, consequently, its refusal. It is also accompanied by an excessive demand on the Other as if the Other could provide her with the signifier of The Woman, which does not exist for anyone. The thesis sought to answer some questions, such as: (1) why is the not-all, a direction of Lacanian analysis, often associated in the psychoanalytic community with the deleterious condition and extreme suffering verified in devastation? (2) Does the strictly psychoanalytic discourse sustain such link? (3) What consequences would this have for the direction of analyses? (4) What resources would an analysis offer to the devastated: only the cure derived from consent to castration or would it be possible to include the not-all in the construction of a singular way out? The sustained proposal was that what separates the feminine position from devastation is hysteria with its refusal of the not-all, as excessive demand is captive in the pre-Oedipal meshes and cannot be compared to what is experienced at the end of an analysis, from which it is expected that the parlêtre comes out emptied and not inflated by a deleterious condition that demands the impossible from the Other and from the others with whom one encounters during their existence. To support this position, some points were worked on and transformed into four chapters: 1) the psychoanalytic methodology, moving to reach Freud's maxim which points to the coincidence between clinical practice and research; (2) the not-all sexuality experienced, most of the time, by women, and how this mode of presentation in relation to the phallus can favor this specific type of suffering derived from devastation; (3) the modes of jouissance as proposed by Lacan, focusing on phallic and not-all phallic jouissance, extracting from the latter a logic of its own and derived from the phallic one; and finally, (4) sketches of solutions to devastation were presented, placed in the plural since each not-all can only be told each time it presents itself, being averse to a universal attribute. The chosen exits were three: (1) through the bias of the love encounter, (2) through the advent of the masquerade, using the concept proposed by Joan Rivière, and, finally, (3) through analytical treatment and which favors a more structural exit from devastation, because it includes a change in subjective position moving in the direction of emptying the Other, against its omnipotence, supporting the condition of semblance. |
Palavras-chave: | Devastation Analysis Women Not-all Common unhappiness Devastação Análise Mulheres Não-todo Infelicidade comum |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Psicanálise |
Citação: | FIORENZA, Marina Mendes. Devastações: destinos para o ilimitado. 2024. 183 f. Tese (Doutorado em Psicanálise) - Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23276 |
Data de defesa: | 18-Out-2024 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Psicanálise |
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