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Tipo do documento: Tese
Título: As contações das que “não contam”: cascalhos, aranhas e passarinhas numa análise de uma política municipal para mulheres
Título(s) alternativo(s): The narratives of the "unheard": gravel, spiders, and little birds in an anlysis of a municipal public policy for women
Autor: Andrade, Maria Clara de Mello 
Primeiro orientador: Uziel, Anna Paula
Primeiro membro da banca: Freitas, Janaína
Segundo membro da banca: Almeida, Geruza Zelnys de
Terceiro membro da banca: Garay Hernández, Jimena de
Quarto membro da banca: Teixeira, Jacqueline Moraes
Resumo: A tese apresentada objetiva analisar os meandros de constituição de políticas para mulheres em uma Secretaria criada para esse fim no ano de 2021, em uma pequena cidade do interior do Rio de Janeiro, sob uma gestão afinada com o então governo federal fascista (2019-2022), referida no trabalho pela sigla SM. Para tanto, o texto é composto por três entradas. A primeira entrada vai anunciar a proposta metodológica que discorre sobre os percursos da pesquisa. Esta entrada é o tempo de habitar as trilhas experimentadas, falar do que não foi e dos caminhos escolhidos, nessa potência que é a cartografia, aqui amalgamada a literatura, feminismos e decolonialidades. Traçar uma cartografia se afiniza com estar atenta e imersa nos terrenos movediços que se montam e desmontam no desenrolar cotidiano. Em relação ao campo de investigação, o interesse está voltado em ativar a sensibilidade para captar as linhas que estão em disputa para afirmação na arena de intensidades que ganham contorno a partir das máscaras atreladas às propostas de políticas públicas para mulheres, assim como ativar a lupa no invisível para encontrar as intensidades que escapam, buscando por novos sentidos a serem materializados. Na segunda entrada, nos concentramos em trazer à baila os encontros com as mulheres dos cascalhos, a partir dos fios dourados de Nephila. Homônima a uma espécie de aranha comum na Mata Atlântica, nossa narradora cartógrafa-escutadeira-feminista, ao puxar fios dourados epistemológicos e literários, traz à baila vivências dos encontros com três usuárias que se aproximaram mais do nosso trabalho de fevereiro a dezembro de 2021. Os cascalhos que foram usados como metáfora, inspirada nos escritos de Virgínia Woolf, apontam também para a realidade dos distritos rurais do município de lotação da SM. Na terceira entrada, nos debruçamos sobre as políticas de funcionamento da sede da SM, assim como as ressonâncias dos comandos gestores afinados com as governanças conservadoras voltadas para as mulheres que ocuparam espaço na esfera federal em nosso país, tomando como ponto de partida o ápice da direita fascista, que teve como figura principal Damares Alves, à frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) no período de sua gestão - janeiro de 2019 a março de 2022. Para tanto, construímos cenas literárias, nascidas do chão da SM, não apenas para trazer à baila resistências feministas passarinhas - criação de uma lógica laboral outra com recurso poético - diante do cenário misógino com auxílio das ferramentas metodológicas supracitadas, mas pensando também de forma entrelaçada o cotidiano, a permanência e a não permanência de profissionais e usuárias em um espaço que se anuncia destinado ao cuidado da garantia de direitos das mulheres, mas que se apresenta como um provedor de vítimas, objetos e fábrica de tipos femininos. Sendo assim, com recurso literário como dispositivo organizador e afetivo para criação em meio à atmosfera misógina de funcionamento da SM, compostamos com uma outra lógica de habitar, resistir e operar que compila resistência e agenciamento a partir da emergência das “contações das que não contam”, o devir passarinhas.
Abstract: This thesis aims to analyze the intricacies of the constitution of policies for women in a Secretariat (SM) created for this purpose in 2021, in a small town in the interior of Rio de Janeiro, under a management in tune with the then fascist federal government (2019-2022). The text consists of three parts. The first part announces the methodological proposal and discusses the research pathways. This is the moment when we inhabit the trails we have experienced, talk about what hasn't been and the paths chosen. And we do this in this power that is cartography, here amalgamated with literature, feminisms and decolonialities. Drawing up a cartography is in line to being attentive and immersed in the shifting terrain that is assembled and disassembled in everyday life. In relation to our field of research, we are interested in activating sensitivity to capture the lines that are in dispute for affirmation in the arena of intensities that gain contour from the masks attached to public policy proposals for women, as well as activating the magnifying glass in the invisible to find the intensities that escape, searching for new meanings to be materialized. In the second part, we focus on bringing up the encounters with the women of the gravel roads, based on Nephila's golden threads. Named after a species of spider found in the Atlantic Forest, our cartographer-listener-feminist narrator brings up experiences from meetings with three users who came closest to our work from February to December 2024 by pulling epistemological and literary golden threads. The gravel that was used as a metaphor, inspired by Woolf's writings, also points to the reality of the rural districts of the municipality where SM is based. In the third part, we look at the operating policies of the SM offices, as well as the resonances of the management commands in tune with the conservative governances aimed at women that have occupied space in the federal sphere in our country. For this analysis, we took as our starting point the apex of the fascist right, whose main figure was Damares Alves, at the head of the Ministry of Women, Family and Human Rights (MMFDH) during her term - January 2019 to March 2022. To this end, we constructed literary scenes, born from the floor of the SM not only to bring up feminist resistances, with the creation of a different labor logic through poetic resources in the face of the misogynist scenario. And all of this was done with the help of the methodological tools mentioned above, but also by thinking in an intertwined way about the daily life, the permanence and non-permanence of professionals and users in a space that announces itself as intended to guarantee women's rights, but which presents itself as a provider of victims, objects and a factory of female types. So, with literary resources as an organizing and affective resource for creation in the midst of the misogynistic atmosphere in which the SM operates, we have composed another logic of living, resisting and operating that compiles resistance and agency based on the emergence of the “stories of those who don't tell stories”, the becoming of little birds.
Palavras-chave: Cartografia
Literatura
Feminismos
Decolonialidades
Políticas públicas
Mulheres
Cartography
Literature
Feminisms
Decolonialities
Public policies
Women
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Citação: ANDRADE, Maria Clara de Mello. As contações das que “não contam”: cascalhos, aranhas e passarinhas numa análise de uma política municipal para mulheres. 2024. 128 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024 .
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23766
Data de defesa: 13-Set-2024
Aparece nas coleções:Doutorado em Psicologia Social



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