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http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23961
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Identidade, trabalho e suicídio: uma análise fenomenológico-hermenêutica |
Título(s) alternativo(s): | Identity, work and suicide: a phenomenological-hermeneutic analysis |
Autor: | Pietrani, Elina Eunice Montechiari ![]() |
Primeiro orientador: | Feijoo, Ana Maria Lopez Calvo de |
Primeiro membro da banca: | Ayres, Heloisa Helena Ferraz |
Segundo membro da banca: | Silva, Luciana Mourão Cerqueira e |
Terceiro membro da banca: | Protásio, Myriam Moreira |
Quarto membro da banca: | Freitas, Sylvia Mara Pires de |
Quinto membro da banca: | Veríssimo, Luiz José |
Resumo: | Este estudo tem como objetivo analisar como o exercício da atividade laboral e as relações de trabalho levam o indivíduo a apropriar-se de uma determinada identidade, comumente denominada de identidade profissional, com os impactos dessa apropriação irrefletida sobre a existência e a decisão da pessoa pelo suicídio no momento em que essa identidade é ameaçada (ou rompida). Para alcançar nosso objetivo, percorremos as três etapas do caminho metodológico da fenomenologia-hermenêutica: reconstrução, destruição fenomenológica e construção fenomenológica. Na reconstrução, buscamos realizar a redução e a suspensão fenomenológica acerca das teorias e concepções que norteiam a temática do suicídio em sua relação com o trabalho, o que nos levou, por meio de pesquisa em publicações científicas, com seus manuais e compêndios e publicações acadêmicas, a reconstruir a história do trabalho em seus primórdios até os dias atuais, com suas concepções de realização pessoal e produtividade ilimitada. Na mesma linha, buscamos compreender os sentidos que o suicídio obteve ao longo do tempo. Na segunda etapa, com a destruição fenomenológica, buscamos, por meio do pensamento de Heidegger que questiona as verdades estabelecidas no mundo moderno, outras possibilidades de pensar a relação trabalho-identidade-suicídio. Assim, a filosofia da existência nos conduziu para uma visão de homem em co-pertença com o mundo. Também a literatura nos inspirou a escapar do reducionismo que, muitas vezes, marca o modelo científico, para um olhar dirigido ao caráter sensível da existência. Na terceira etapa, a construção fenomenológica se deu em três momentos: acompanhamento dos vetores internos ao fenômeno, descrição e explicitação da experiência e, por fim, na conclusão alcançada pela utilização do método, análise da estrutura geral da experiência. Por meio de pesquisa documental, o primeiro momento ocorreu pela descrição de quatro situações de suicídio e duas tentativas, que, de algum modo, remetiam a relações com o trabalho. Na descrição e explicitação da experiência, realizamos a análise das unidades de sentido naquilo que o fenômeno do suicídio podia nos dizer sobre a relação trabalho-identidade-suicídio. Nesse momento, foi possível ver que os suicídios analisados convergiam em alguns pontos, tais como: fracasso e culpabilização de si ou culpabilização do outro, impacto e desespero frente à mudança da realidade profissional, sofrimento pela perda da identidade profissional, preocupação com os entes familiares e o suicídio como um gesto de denúncia. Na análise da estrutura geral da experiência, foi verificado que as experiências de suicídio apresentadas detêm o caráter singular da experiência mais própria, que se articula com as determinações históricas de nossa época. Concluímos que as investigações permitiram o aparecimento de pistas, mas não de determinações causais em relação à decisão pelo suicídio em sua associação com o trabalho. As pistas nos permitem reconhecer a identidade profissional como um dos motivos que leva a pessoa ao suicídio em situações diversas relacionadas ao trabalho, mas não é possível afirmar a identidade profissional como “causa” que determina tal gesto. Desse modo, consideramos aqui o caráter enigmático, não tangenciável do gesto suicida, uma vez que, como existência, tal gesto guarda indeterminações nem sempre passíveis de mensuração e controle. Assim, requer nos abrirmos para o mistério que, não raras vezes, sustenta os motivos que conduzem à decisão pela morte voluntária, ainda que evidências lógicas tentem delimitá-lo. Frente a essa constatação, urge a necessidade de as empresas e a sociedade como um todo elaborarem políticas efetivas de prevenção ao suicídio em situações de trabalho. |
Abstract: | This study aims to analyze how the exercise of work activity and work relationships lead the individual to appropriate a certain identity, commonly called professional identity, with the impacts of this unreflective appropriation on the existence and decision of the person to commit suicide at the moment in which this identity is threatened (or ruptured). To achieve our objective, we followed the three stages of the methodological path of phenomenology-hermeneutics: reconstruction, phenomenological destruction and phenomenological construction. In the reconstruction, we sought to carry out the phenomenological reduction and suspension of the theories and concepts that guide the theme of suicide in its relation to work, which led us, through research in scientific publications, with their manuals and compendiums and academic publications, to reconstruct the history of work from its beginnings to nowadays, with its concepts of personal achievement and unlimited productivity. In the same idea, we sought to understand the meanings that suicide has acquired over time. In the second stage, with phenomenological destruction, we sought, through Heidegger's thought that questions the truths established in the modern world, other possibilities of thinking about the work-identity-suicide relationship. Thus, the philosophy of existence led us to a vision of man in co-belonging with the world. Literature also inspired us to escape the reductionism that often marks the scientific model, towards a look directed at the sensitive character of existence. In the third stage, the phenomenological construction occurred in three moments: monitoring the internal vectors to the phenomenon, description and explanation of the experience and, finally, in the conclusion reached by using the method, analysis of the general structure of the experience. Through documentary research, the first moment occurred by describing four suicide situations and two attempts, which, in some way, referred to relationships with work. In the description and explanation of the experience, we performed the analysis of the units of meaning in what the phenomenon of suicide could tell us about the work-identity-suicide relationship. At this point, it was possible to see that the suicides analyzed converged on some points, such as: failure and blaming oneself or others, impact and despair in the face of changes in professional reality, suffering due to the loss of professional identity, worry with family members and suicide as a gesture of denouncement. In the analysis of the general structure of the experience, it was verified that the suicide experiences presented have the singular character of the specific experience, which is articulated with the historical determinations of our era. We conclude that the investigations allowed the emergence of clues, but not causal determinations in relation to the decision to commit suicide in its association with work. The clues allow us to recognize professional identity as one of the reasons that leads a person to commit suicide in various situations related to work, but it is not possible to affirm professional identity as the “cause” that determines such a gesture. Thus, we consider here the enigmatic, non-tangible character of the suicidal gesture, since, as an existence, such a gesture holds indeterminacies that are not always amenable to measurement and control. Therefore, it is necessary to open ourselves to the mystery that often underlies the motives that lead to the decision to commit suicide, even when logical evidence attempts to delimit it. Given this finding, it is urgent that companies and society as a whole develop effective policies to prevent suicide in workplace situations. |
Palavras-chave: | Suicídio Trabalho Identidade profissional Filosofia da existência Literatura Psicologia no trabalho Suicide Work Professional identity Philosophy of existence Literature Psychology in work |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Citação: | PIETRANI, Elina Eunice Montechiari. Identidade, trabalho e suicídio: uma análise fenomenológico-hermenêutica. 2025. 224 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2025. |
Tipo de acesso: | Acesso Restrito |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23961 |
Data de defesa: | 24-Mar-2025 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Psicologia Social |
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