Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4495
Tipo do documento: Tese
Título: Entre sinapses e hormônios: medicalização do amor, subjetividades e a bioética dos afetos e das intimidades.
Título(s) alternativo(s): Between synapses and hormones: medicalization of love, subjectivities and the bioethics of affects and intimacies.
Autor: Griner, Arbel 
Primeiro orientador: Zorzanelli, Rafaela Teixeira
Primeiro membro da banca: Biehl, João Guilherme
Segundo membro da banca: Russo, Jane Araujo
Terceiro membro da banca: Nucci, Marina Fisher
Quarto membro da banca: Rohden, Fabiola
Resumo: Neste trabalho mapeamos e analisamos relações entre (a) espaços, conceitos e práticas de produção de conhecimento formal, (b) o forjamento de categorias de saúde e doença, e (c) oferta e prática de técnicas e tecnologias de cuidado. A pesquisa ora apresentada explora a literatura sobre a medicalização do amor a partir de seus autores e das teorias neurocientíficas que lhe servem de referência. Por meio da exploração desses materiais, procuramos resgatar a genealogia de ideias-força relevantes para a medicalização do amor, e que agem em perguntas de pesquisa, protocolos de experimentação, triagem e diagnósticos, tratamentos e, portanto, sobre modos de subjetivação e arranjos afetivos e íntimos. Trata-se de olhar, portanto, para o trânsito de ideias e práticas entre diferentes disciplinas científicas, instâncias de supervisão como a bioética, políticas públicas e senso comum. Consideramos os materiais bibliográficos analisados neurobionarrativas que situam no corpo a afetividade humana e que, por assumirem a reprodução como fim último da manifestação dos afetos, contam tipos prescritos de arranjos íntimos. O texto articula os materiais bibliográficos que coproduzem a medicalização do amor com entrevistas realizadas ao longo da pesquisa de doutorado e com a etnografia de um curso de ética pragmática na universidade de Princeton, frequentado entre setembro e dezembro de 2017. Por meio das entrevistas com bioeticistas, acessamos modos de praticar e conceber bioética hoje e a interlocução bioeticista com outros campos de saber/poder. A entrevista com um psiquiatra do ambulatório de tratamento de amor patológico de um hospital em São Paulo ajuda a ilustrar a aplicação prática de conceitos trabalhados na bioética e nas neurociências, em sua operação no âmbito da produção de diagnósticos, de pacientes, e de formas de cuidar. Com base em conceitos analíticos produzidos no âmbito dos estudos sociais da ciência e da tecnologia, na literatura formulada em torno do conceito de biossocibilidade, e também com referências à teoria crítica e feminista, procuramos iluminar criticamente um emaranhado de ideias, estilos, convenções e fazeres que transitam entre e conectam laboratórios e institutos de atração internacional de atenção e recursos e a saúde pública oferecida pelo Estado. Na montagem dessa cartografia, lançamos luz também sobre diferentes modos, espaços e tempos de subjetivação, que variam entre limites e possiblidades encontrados em meio a distintas perspectivas teóricas e práticas de cuidado e redesenho de si. O trajeto permite estabelecer contato, por fim, com as transformações que rondam a ideia de subjetividade em si. O trabalho aponta para uma pluralidade de ideias e ideologias em interlocução, mas também para os nexos onde se encontram e em que consensos e dissensos são produzidos. O sujeito com que se relacionam mostra-se um farmaceuticalizado, acessado mais por taxas bioquímicas que por sua singularidade, tratado (e cobrado) a partir da avaliação moral de seus comportamentos.
Abstract: In this work, I map and analyze the relationships between (a) spaces, concepts and practices of formal knowledge production, (b) the forging of health and disease categories, and (c) the offer and practice of techniques and technologies of care. The research here presented explores the literature on the medicalization of love considering its authors and the neuroscientific theories that serve as reference to it. Through the exploration of these materials, I try to redeem the genealogy of ideas that are relevant to the medicalization of love, and that show themselves active within research questions, experimentation protocols, screenings and diagnosis, treatments and, therefore, within modes of subjectivation and affective and intimate arrangements. My aim is to look at the traffic of ideas and practices that takes place between different scientific fields, overseeing instances like bioethics, public politics and common sense. I take the materials I analyzed to be neurobionarratives that situate human affectivity in the body and that, by placing reproduction as the main end of all human affective manifestation, narrate preset scripts of intimate configurations. The text articulates the bibliographic materials that coproduce the medicalization of love with interviews produced during the PhD research and with the ethnography of a Practical Ethics course in Princeton University, audited between September and December of 2017. Through the interviews, I had access to ways of practicing and understanding bioethics today as bioethicists interlocution with other fields of knowledge. The interview with a psychiatrist from the Pathological Love Program of a public hospital in São Paulo helps showing the application (or not) of the concepts used in bioethics and neurosciences and their operation in patients diagnosis and forms of care. With the help on analytical concepts forged within Science and Technology Studies, around the literature biosocialities, and also in reference to critical and feminist studies, I try to critically throw light on the entanglement of styles, conventions and practices that traverse and connect labs and institutes of international prestige that draw considerable amounts of resources and also participate in the public health system. In the cartography that is put together, I illuminate different modes, spaces and temporalities of subjectivation, that vary according to limits and possibilities encountered amidst different theoretical perspectives, practices of care, and redesigning of the selves. This route puts us in contact, finally, with the transformations the idea of subjectivity in itself is going through. This work points to a multiplicity of ideas and ideologies in dialogue, but also to some nexuses where they meet and around which consensus and dissent are constructed. The subject they relate to shows itself to be a pharmaceuticalized one, one that is approached easily through biochemical rates and less easily assessed through their singularity; one that is treated based on the moral evaluation of their behavior and constantly reminded of it.
Palavras-chave: Medicalization of Love
Bioethics
Neuroscience
Epistemology
Science and Technology
Medicalização do amor
Bioética
Neurociências
Epistemologia
Ciência e Tecnologia
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Citação: GRINER, Arbel. Entre sinapses e hormônios: medicalização do amor, subjetividades e a bioética dos afetos e das intimidades.. 2019. 224 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas e Saúde; Epidemiologia; Política, Planejamento e Administração em Saúde; Administra) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4495
Data de defesa: 24-Jun-2019
Aparece nas coleções:Doutorado em Saúde Coletiva

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Tese Arbel Griner completa.pdf2,89 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.