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Tipo do documento: Tese
Título: Exames de licenciamento em medicina: uma análise da discussão brasileira e internacional.
Título(s) alternativo(s): Medical licensing examinations: an analysis of the discussion about their appropriateness in the Brazilian and the international contexts.
Autor: Bica, Rafael Barbosa da Silva 
Primeiro orientador: Kornis, George Edward Machado
Primeiro membro da banca: Rios, Andre Rangel
Segundo membro da banca: Camargo Junior, Kenneth Rochel de
Terceiro membro da banca: Elia, Celeste Carvalho Siqueira
Quarto membro da banca: Scheffer, Mario César
Resumo: A discussão sobre implementar um exame de licenciamento para recém-graduados de escolas médica brasileiras envolve médicos, estudantes, docentes, governos, empregadores e representantes da sociedade civil. O fenômeno, porém, não se circunscreve ao Brasil e se verifica em diversos países, muitas vezes por razões semelhantes às nossas. Ademais, os posicionamentos adotados por estes atores refletem interesses políticos e corporativos que, além de raramente virem à tona no debate, comumente levam-nos a defender ou atacar modalidades específicas de avaliação. Faz-se necessário, então, analisar que interesses são esses, como influenciam os sistemas de avaliação em vigência no ensino médico brasileiro, e que entraves podem representar para que sejam instituídas as avaliações mais benéficas à sociedade. Por meio de uma revisão sistemática, são reunidas informações sobre posicionamentos e iniciativas de diversos atores em relação à avaliação do ensino médico brasileiro. Usando como base de referência algumas obras essenciais em sociologia da educação e história da medicina, um referencial teórico interpretativista é empregado para selecionar, nos dados coletados, padrões recorrentes nos comportamentos dos atores e assim identificar os interesses mais relevantes e os seus reflexos na conformação atual dos sistemas de avaliação. A interpretação dos dados sugere que são quatro os principais atores envolvidos no campo da avaliação do ensino médico. A ABEM, com a apoio da DENEM, rejeita os exames de licenciamento e procura defender a autonomia da comunidade acadêmica (a quem ela representa) na gestão de assuntos que considera serem essencialmente de sua alçada. Os governos federais, desde a década de 1990, vêm adotando uma política ativa de expansão do ensino médico que constitui a maior razão para também rejeitarem estes exames, que poderiam comprometer seus objetivos. O CREMESP, em associação com alguns docentes das principais escolas médicas paulistas e com alguns empregadores da saúde privada, defende a implementação dos exames de licenciamento com veemência. E as entidades médicas em geral têm se mostrado bastante divididas, o que reflete a falta de unidade corporativa da categoria e a influência de interesses antagônicos de subgrupos específicos. Desta forma, o debate sobre exames de licenciamento em medicina no Brasil tem sido excessivamente polarizado, com os principais atores competindo pela hegemonia e recusando-se a reconhecer seus antagonistas como interlocutores que têm interesses e demandas legítimas. Isto tem produzido uma proliferação de modalidades de avaliação que, devido a importantes inconsistências nos seus desenhos e à falta de clareza nos seus objetivos, têm utilidade limitada e não contribuem para assegurar à sociedade melhores profissionais. Faz-se necessário desenvolver um espaço público de decisão de políticas educacionais onde estes atores possam colocar suas demandas com clareza e fazer concessões mútuas para definir se realmente é necessário avaliar o recém-formado em medicina e, neste caso, que modelo de avaliação o faria com o padrão de qualidade mais elevado possível.
Abstract: The possible implementation of a medical licensing examination for Brazilian graduates implicates physicians, students, teachers, government agencies, healthcare employers e the public opinion. The debate, however, is not particular to Brazil and is ongoing in various countries, oftentimes for similar reasons. Moreover, stances adopted by these stakeholders reflect political e corporate interests that they do not discuss openly and that lead them to oppose or support specific assessment modalities. It is thus necessary to identify these interests, by which ways they influence current assessment systems in Brazilian medical education, and which obstacles they can pose to the development of sound, useful assessments. In a systematic review, information about the stakeholders opinions and initiatives in regards to medical assessment is collected. Relying upon some essential references in the sociology of education and the history of medicine, an interpretivist theoretical background is adopted to select, from the data, recurring patterns of discourse and action that allow the identification of relevant interests and their influences on the current configuration of assessment systems in Brazilian medical education. There are four main stakeholders in the discussion. ABEM, with DENEM s support, rejects licensing examinations and attempts to preserve the autonomy of university teachers (whom it represents) in the conduction of what it perceives as constituting their, and no one else s, affairs. National governments have been pursuing, since the 1990s, a politics of massification of higher learning through looser credentialing regulations and financial investments for private universities, which leads them to also oppose licensing tests and the negative consequences they could exert on these schools reputations. CREMESP, in association with educators from leading medical schools in the state of São Paulo and with selected healthcare employers, supports medical licensing and has been actively trying to implemente it, at least on a regional level. And Brazilian medical boards, both federal and regional, have been showing little consistency and agreement with one another, thus indicating the lack of corporate unity and political strength of the medical profession and an influence of specific subgroups antagonistic interests. The discussion about medical licensing in Brazil has been marred by extreme polarization. Main stakeholders compete for hegemony in the field e refuse to acknowledge their antagonists legitimate interests and demands. The outcome is a proliferation of assessment modalities that, due to severe inconsistencies in their design and a lack of clarity in assessment goals, have limited utility and do not provide the population with any guarantees on the graduates levels of proficiency. It is thus necessary to develop a public, formal arena in which stakeholders are able to clearly state their demands and agree on making mutual concessions, so that an agreement as to whether medical licensing tests are needed is reached and, in any case, the best possible assessment modalities are developed.
Palavras-chave: Assessment in Brazilian medical education
Medical licensing examinations
Poltical interests
Corporatism
Avaliação do ensino médico brasileiro
Exames de licenciamento em medicina
Interesses políticos
Corporativismo
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Citação: BICA, Rafael Barbosa da Silva. Exames de licenciamento em medicina: uma análise da discussão brasileira e internacional.. 2018. 246 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas e Saúde; Epidemiologia; Política, Planejamento e Administração em Saúde; Administra) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4794
Data de defesa: 28-Mar-2018
Aparece nas coleções:Doutorado em Saúde Coletiva

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